Irmã Dulce evolui para receber residentes e alunos

Transformação em hospital-escola é gradual e envolve qualidade dos serviços

Por Nádia Almeida | 4/9/2008

A partir de 2010, o Hospital Municipal Irmã Dulce, em Praia Grande, deverá contar com residentes da Faculdade de Medicina do ABC, provavelmente nas áreas de cirurgia e clínica. A faculdade é mantida pela Fundação do ABC, que desde 1º de agosto administra o Irmã Dulce.

Segundo a diretora técnica do hospital, Maria Alice Melo Rosa Tavares da Silva, na seqüência rumo à transformação do Irmã Dulce num hospital-escola, finalmente virão os alunos, provavelmente a partir de 2012, o que exige infra-estrutura adequada, como moradia.

Nos próximos quatro anos, Maria Alice disse que buscará a consolidação de um serviço hospitalar de excelência, dentro do padrão da Fundação do ABC, que administra unidades como o Hospital Mário Covas, em Santo André, que, inclusive, pleiteia a recertificação de excelência conquistada em 2006 junto ao programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH). “Estou à disposição para fazermos um trabalho que seja construtivo; mudar a história da saúde e fazer um centro de referência de qualidade.”

A meta de Maria Alice é tornar o Irmã Dulce um hospital de referência, com o fluxo bem estabelecido, para que Praia Grande tenha autonomia na saúde, principalmente quanto ao doente grave e internado. “Até o final de 2009, que coincide com o final de minha gestão na vice-diretoria da Faculdade de Medicina do ABC, centraremos esforços na parte assistencial e na qualidade.”

Rede básica - Nesse processo gradual, o Hospital Irmã Dulce também vai aprimorar a rede básica de saúde do Município. Maria Alice explica que, em 2006, o Governo Federal lançou o desafio da melhoria do SUS, em parceria com cursos de ciências da saúde. “Nós (Faculdade de Medicina do ABC) fomos a primeira escola particular contemplada com o Pró-Saúde. Isso inclui nossa inserção na atenção primária e congrega verbas que vêm não só para os municípios onde estamos entrando, mas também para a instituição”, relata.

Com forte atuação na rede hospitalar e de especialidades, a Fundação do ABC a estendeu à rede primária. Nesse trabalho, cada município destinou uma unidade básica (UBS) para a faculdade. “Essas unidades passaram a ser modelos para treinamento do pessoal da rede, em termos de qualidade de atendimento e capacitação, visando qualificação e aprimoramento dos profissionais de medicina, enfermagem e outras áreas”, revela. “É uma maneira de levar os alunos, com a supervisão de docentes, às unidades básicas para que eles aprendam o que é o dia-a-dia da atenção primária e como trabalhar, do ponto de vista prático.”

Maria Alice considera muito positiva a adoção do modelo de Estratégia de Saúde da Família por Praia Grande. “Não trabalhamos sem alinhamento com as especialidades e com a atenção primária”, esclarece. “Isso permite que possamos fazer essa sinergia em prol da qualidade de atendimento e da competência técnica.”

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