PRAIA GRANDE QUER MUDAR PROJETO DO DER DE RESTAURAÇÃO DE RODOVIA
Por | 19/2/2003

Representantes de bairros situados ao longo da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega e da Prefeitura de Praia Grande, incluindo o próprio prefeito Alberto Mourão, provocaram uma reviravolta na audiência pública realizada pelo Departamento de Estradas de Rodagem –DER, no Salão Nobre do Paço, na noite de ontem (18/2). O que seria apenas um encontro burocrático, com uma simples explanação do projeto de restauração da SP-55, no trecho de 14 quilômetros de pista dupla entre o Km 291, na curva do “S”, em Praia Grande, até o Km 305, em Mongaguá, para cumprir uma exigência legal -a audiência pública é uma das exigências para obtenção de financiamento para a obra- acabou se transformando numa reunião acalorada e que levará o DER a refazer o projeto.
O projeto de restauração da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, no trecho Praia Grande/Mongaguá, é parte de um programa de recuperação da malha rodoviária de São Paulo, orçado em US$ 240 milhões, metade financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e metade pelo Governo do Estado.
Via de regra, os projetos apresentados pelo DER, como proposta inicial nas audiências públicas realizadas nas regiões contempladas pelo programa, sofrem pequenas alterações. Mas, em Praia Grande, a reunião transformou-se num grande debate questionando a utilidade das passarelas de pedestres, e que acabou com um compromisso assumido pelo prefeito Alberto Mourão: se, ao invés de três passarelas, como previa a proposta do DER, forem construídas duas passagens subterrâneas, o Município bancará a construção de outras duas passagens sob as pistas da rodovia.
EXPLANAÇÃO – A audiência, presidida pelo diretor regional do DER, engenheiro Orlando Morgado Júnior, começou com a explanação do engenheiro Armen Armajanijn, da empresa Projel –Engenharia, que elaborou o projeto de recuperação da rodovia. Basicamente, a proposta prevê a implantação de três novas passarelas de pedestres, renovação do sistema de iluminação em dois retornos, adequação geométrica em seis pontos da estrada, recapeamento, drenagem, pintura, colocação de placas de sinalização, melhorias nos pontos de ônibus, manutenção de bueiros e colocação de barreiras de concreto com telas metálicas separando as pistas.
A adequação geométrica consistiria na correção de alguns trechos de curvas e dos retornos em nível. As passarelas de pedestres seriam implantadas nos seguintes pontos: Km 301 + 400 metros (Cidade da Criança, Solemar II, Praia Grande); Km 302 + 400 (Jardim Alice, Solemar II) e Km 304 + 600 m, no Bairro Pedreira, de Mongaguá.
Antes de apresentar a proposta da obra, o engenheiro da Projel explicou os estudos realizados pela empresa, sobre as características da SP-55, uso do solo, meio ambiente e segurança. Exibiu gráficos, com dados da Polícia Rodoviária, que comprovam a característica sazonal da rodovia: a maioria dos acidentes ocorre entre os meses de dezembro e fevereiro e aos sábados e domingos. Os pontos apresentados como de maior incidência de acidentes são os dos KMs 295 (Melvi), 298 (Solemar II) e 303 e 304 (Mongaguá).
DEBATES - Logo que a palavra foi passada para o público, houve diversas manifestações sobre a inutilidade das passarelas de pedestres, tanto de diretores de sociedades de bairro, que comparecerem em peso à audiência, como também de vereadores, além do presidente da Câmara, Edson Milan. Todos reivindicaram a substituição das passarelas pelas passagens subterrâneas, nos moldes das que a Prefeitura construiu no Acesso 291, a futura Via Expressa Sul, ramal da SP-55, que liga a curva do “S” à cabeceira da Ponte do Mar Pequeno, início da Imigrantes.
Técnicos do DER falaram do alto custo de implantação das passagens sob a rodovia, em função da necessidade de elevar o gabarito da pista para 5,50 metros, o que demanda grande quantidade de aterro. Segundo os engenheiros, esse custo poderia inviabilizar o financiamento pelo BID.
O prefeito Alberto Mourão manifestou-se em seguida, abordando os problemas que as populações residentes nos bairros cortados pela rodovia enfrentam. Falou da resistência ao uso da passarela e, sobre a barreira de concreto separando as pistas, lembrou que, em São Vicente, a maioria dos pedestres e ciclistas prefere pular o muro que acessar o Viaduto Mário Covas.
DESABAFO – Antes de apresentar sua proposta, Mourão fez um desabafo: “No Brasil, infelizmente o carro é priorizado. A nossa prioridade é o pedestre, por isso construímos as passagens na 291. A região do Trevo é habitada por mais de 35 mil pessoas, que precisam se locomover. A travessia em nível é um crime. Está na hora de readequar os retornos da rodovia. Mas, parece que, infelizmente, o problema só será discutido depois que uma carreta e um ônibus baterem e houver a morte de 50 pessoas de uma vez”.
Além de reivindicar um novo retorno na região do Melvi, eliminando-se a passagem em nível existente próximo á curva do “S”, o prefeito propôs que o DER construa duas passagens subterrâneas ao invés de três passarelas de pedestres, enquanto a Prefeitura construiria outras duas. Lembrou ainda que a região Trevo-Melvi necessitará de uma unidade de emergência e que, sem a facilidade de acesso, a população ficará desassistida.
O secretário de Obras, Luiz Fernando Lopes, reforçou a proposta do prefeito, afirmando: “Ou o BID investe para resolver o problema ou é melhor não fazer nada. As passagens sob a pista poderiam ter pelo menos 2,80 metros de altura, para o acesso de viaturas da Saúde e policiais”.
Conforme a proposta de Mourão, enquanto o DER construiria as passagens sob a pista na altura dos loteamentos Samambaia e Cidade da Criança, a Prefeitura faria a obra no Melvi e no Jardim Real. Caberia ao DER incluir também no projeto a construção de uma nova praça de retorno na SP-55, entre os bairros Melvi e Samambaia.
As propostas da audiência serão transformadas num novo projeto do DER, a ser submetido à aprovação do BID.
O diretor de Obras da Prefeitura de Mongaguá, engenheiro Otávio Mosca Diz, representando o prefeito Arthur Parada Procida, também solicitou uma alteração no projeto apresentado pelo DER. Pediu que a passarela prevista para o Km 304 + 600 fosse deslocada para o Km 308. Os técnicos explicaram que o KM 308 está fora da área do programa de financiamento do banco, mas ficaram de encaminhar a reivindicação ao governador Geraldo Alckimin, para que o equipamento possa ser implantado pelo DER.
Entre outros, participaram também da audiência pública o diretor de Operações do DER, engenheiro Pedro Paulo Dantas do Amaral e os vereadores Edson Reinaldo Neno Manzon, Arnaldo Amaral, Antonio Carlos Rezende, Katsuo Yonamine e Paulo Emílio de Oliveira.
O projeto de restauração da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, no trecho Praia Grande/Mongaguá, é parte de um programa de recuperação da malha rodoviária de São Paulo, orçado em US$ 240 milhões, metade financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e metade pelo Governo do Estado.
Via de regra, os projetos apresentados pelo DER, como proposta inicial nas audiências públicas realizadas nas regiões contempladas pelo programa, sofrem pequenas alterações. Mas, em Praia Grande, a reunião transformou-se num grande debate questionando a utilidade das passarelas de pedestres, e que acabou com um compromisso assumido pelo prefeito Alberto Mourão: se, ao invés de três passarelas, como previa a proposta do DER, forem construídas duas passagens subterrâneas, o Município bancará a construção de outras duas passagens sob as pistas da rodovia.
EXPLANAÇÃO – A audiência, presidida pelo diretor regional do DER, engenheiro Orlando Morgado Júnior, começou com a explanação do engenheiro Armen Armajanijn, da empresa Projel –Engenharia, que elaborou o projeto de recuperação da rodovia. Basicamente, a proposta prevê a implantação de três novas passarelas de pedestres, renovação do sistema de iluminação em dois retornos, adequação geométrica em seis pontos da estrada, recapeamento, drenagem, pintura, colocação de placas de sinalização, melhorias nos pontos de ônibus, manutenção de bueiros e colocação de barreiras de concreto com telas metálicas separando as pistas.
A adequação geométrica consistiria na correção de alguns trechos de curvas e dos retornos em nível. As passarelas de pedestres seriam implantadas nos seguintes pontos: Km 301 + 400 metros (Cidade da Criança, Solemar II, Praia Grande); Km 302 + 400 (Jardim Alice, Solemar II) e Km 304 + 600 m, no Bairro Pedreira, de Mongaguá.
Antes de apresentar a proposta da obra, o engenheiro da Projel explicou os estudos realizados pela empresa, sobre as características da SP-55, uso do solo, meio ambiente e segurança. Exibiu gráficos, com dados da Polícia Rodoviária, que comprovam a característica sazonal da rodovia: a maioria dos acidentes ocorre entre os meses de dezembro e fevereiro e aos sábados e domingos. Os pontos apresentados como de maior incidência de acidentes são os dos KMs 295 (Melvi), 298 (Solemar II) e 303 e 304 (Mongaguá).
DEBATES - Logo que a palavra foi passada para o público, houve diversas manifestações sobre a inutilidade das passarelas de pedestres, tanto de diretores de sociedades de bairro, que comparecerem em peso à audiência, como também de vereadores, além do presidente da Câmara, Edson Milan. Todos reivindicaram a substituição das passarelas pelas passagens subterrâneas, nos moldes das que a Prefeitura construiu no Acesso 291, a futura Via Expressa Sul, ramal da SP-55, que liga a curva do “S” à cabeceira da Ponte do Mar Pequeno, início da Imigrantes.
Técnicos do DER falaram do alto custo de implantação das passagens sob a rodovia, em função da necessidade de elevar o gabarito da pista para 5,50 metros, o que demanda grande quantidade de aterro. Segundo os engenheiros, esse custo poderia inviabilizar o financiamento pelo BID.
O prefeito Alberto Mourão manifestou-se em seguida, abordando os problemas que as populações residentes nos bairros cortados pela rodovia enfrentam. Falou da resistência ao uso da passarela e, sobre a barreira de concreto separando as pistas, lembrou que, em São Vicente, a maioria dos pedestres e ciclistas prefere pular o muro que acessar o Viaduto Mário Covas.
DESABAFO – Antes de apresentar sua proposta, Mourão fez um desabafo: “No Brasil, infelizmente o carro é priorizado. A nossa prioridade é o pedestre, por isso construímos as passagens na 291. A região do Trevo é habitada por mais de 35 mil pessoas, que precisam se locomover. A travessia em nível é um crime. Está na hora de readequar os retornos da rodovia. Mas, parece que, infelizmente, o problema só será discutido depois que uma carreta e um ônibus baterem e houver a morte de 50 pessoas de uma vez”.
Além de reivindicar um novo retorno na região do Melvi, eliminando-se a passagem em nível existente próximo á curva do “S”, o prefeito propôs que o DER construa duas passagens subterrâneas ao invés de três passarelas de pedestres, enquanto a Prefeitura construiria outras duas. Lembrou ainda que a região Trevo-Melvi necessitará de uma unidade de emergência e que, sem a facilidade de acesso, a população ficará desassistida.
O secretário de Obras, Luiz Fernando Lopes, reforçou a proposta do prefeito, afirmando: “Ou o BID investe para resolver o problema ou é melhor não fazer nada. As passagens sob a pista poderiam ter pelo menos 2,80 metros de altura, para o acesso de viaturas da Saúde e policiais”.
Conforme a proposta de Mourão, enquanto o DER construiria as passagens sob a pista na altura dos loteamentos Samambaia e Cidade da Criança, a Prefeitura faria a obra no Melvi e no Jardim Real. Caberia ao DER incluir também no projeto a construção de uma nova praça de retorno na SP-55, entre os bairros Melvi e Samambaia.
As propostas da audiência serão transformadas num novo projeto do DER, a ser submetido à aprovação do BID.
O diretor de Obras da Prefeitura de Mongaguá, engenheiro Otávio Mosca Diz, representando o prefeito Arthur Parada Procida, também solicitou uma alteração no projeto apresentado pelo DER. Pediu que a passarela prevista para o Km 304 + 600 fosse deslocada para o Km 308. Os técnicos explicaram que o KM 308 está fora da área do programa de financiamento do banco, mas ficaram de encaminhar a reivindicação ao governador Geraldo Alckimin, para que o equipamento possa ser implantado pelo DER.
Entre outros, participaram também da audiência pública o diretor de Operações do DER, engenheiro Pedro Paulo Dantas do Amaral e os vereadores Edson Reinaldo Neno Manzon, Arnaldo Amaral, Antonio Carlos Rezende, Katsuo Yonamine e Paulo Emílio de Oliveira.