Bombeiros treinam salvamento marítimo em Praia Grande

Equipe se prepara para a temporada de verão

Por Antonio Cassimiro | 13/11/2008

O Corpo de Bombeiros finalizou, na tarde desta quinta-feira (13), treinamento com 20 integrantes da corporação para salvamento marítimo, na Praia Mirim. A aula prática incluiu embarque e desembarque e resgate de banhistas em águas profundas com ajuda de helicóptero da Polícia Militar. A simulação chamou a atenção de banhistas, que se aglomeraram para assistir às manobras da aeronave que utilizava um puçá (equipamento semelhante ao empregado por pescadores) para içar vítimas.

De acordo com o comandante dos guarda-vidas de Praia Grande, tenente Marcelo Medeiros de Souza, o curso é dirigido aos bombeiros da Região Metropolitana da Baixada Santista. “Os bombeiros precisam estar capacitados para o resgate de vítimas de afogamento. Até mesmo as equipes que atuam no combate a incêndio têm de conhecer os procedimentos”, afirmou. Segundo o oficial, os alunos que participaram do treinamento são procedentes de várias cidades da região.

Souza enfatizou que o salvamento marítimo é realizado quando o guarda-vidas encontra dificuldade para o resgate a nado, especialmente quando a vítima se encontra distante da praia. “O problema maior acontece quando o mar está agitado e a vítima fica além da arrebentação. Se não precisar da ajuda do helicóptero, o guarda-vidas sinaliza para a aeronave, que fica livre para atender outras ocorrências”, disse.

A estudante Tawani Guedes Cardoso, 15 anos, que acompanhou o treinamento, revelou não saber quais os limites seguros para o banho de mar. Moradora de Guarulhos, a jovem confessou que aproveita a praia de modo perigoso. “Sempre gosto de ir para o fundo. Não conheço os riscos de afogamento, mas quando os guarda-vidas apitam, eu saio”, disse. Após tomar conhecimento das principais causas de afogamento, a estudante admitiu que não vai mais se arriscar.

Segundo Souza, 80% dos afogamentos são provocados por correntes de retorno. “Até quem sabe nadar muitas vezes é levado pelo refluxo, ou seja, após quebrar na areia, a onda retorna com força para o mar. Se a pessoa estiver com água até o umbigo, consegue se manter em pé na areia. Do contrário, será levada para o fundo. Caso isso ocorra, o procedimento recomendado é manter a calma e tentar nadar paralelamente à praia até que possa ser resgatada”.

Serviço:

• O Corpo de Bombeiros de Praia Grande conta com duas viaturas motorizadas, seis embarcações para resgate (três botes e três jet-skis), além de pranchas de surfe, que também podem ser usadas em ocasiões especiais.

• A Cidade possui Grupamento de Radiopatrulhamento Aéreo da Polícia Militar, no Bairro Mirim e, para o verão, o hangar local receberá quatro helicópteros para atendimento na região. Existem 10 postos de salvamento distribuídos nos 24 quilômetros de orla marítima. Nesses locais, é possível obter pulseiras de identificação, já que o maior problema nos casos de crianças perdidas é a falta de dados sobre os parentes, como telefones para contato. Para situações de afogamento, crianças perdidas ou prática imprópria de surfe em área próxima a banhistas, o telefone gratuito da corporação é o 193.

• A fiscalização de embarcações, como banana boat e jet-ski, é feita pela Guarda Costeira Municipal, que conta com uma viatura e um bote motorizado. Para reclamação sobre a atividade ou sobre a prática de esportes em horário impróprio, na orla marítima, o telefone da Guarda Civil Municipal é o 199.