Arborização do Município começa domingo
O projeto será lançado no Dia da Árvore e prevê o plantio de mais de 20 mil espécies
Por Antonio Cassimiro | 18/9/2003

Em homenagem ao Dia da Árvore, comemorado dia 21 de setembro (próximo domingo), a Prefeitura de Praia Grande vai lançar o projeto de arborização do Município, que prevê o plantio de mais de 20 mil árvores (com 3 metros de altura e 5 centímetros de tronco) de diversas espécies, nas principais vias da Cidade. Idealizado pela Secretaria de Serviços Públicos e Trânsito (Sesptran), o investimento vai custar pelo menos R$ 1 milhão e necessitará de apoio da iniciativa privada.
A solenidade de lançamento do projeto acontece no Litoral Plaza Shopping, às 15 horas. O plano de arborização será apresentado através de computador e vídeo. Amostras das espécies a serem plantadas também serão expostas, bem como métodos de plantio e manutenção das mudas, que poderão ser observados através de um guia de arborização a ser distribuído no local. Após o evento, os presentes serão convidados a acompanhar o plantio de uma árvore em uma rua da Cidade. “Não serão mudas pequenas. São árvores bem desenvolvidas que enriquecerão imediatamente a paisagem urbana”, afirmou o secretário de Serviços Públicos e Trânsito, Antonio Freire de Carvalho Filho, responsável pela iniciativa.
Já na segunda-feira começam a ser plantadas 1.500 espécies. A finalidade do programa de arborização de Praia Grande é melhorar a qualidade de vida e conscientizar a população da importância da preservação de áreas verdes e da recuperação do meio ambiente, através da produção e plantio de árvores em zona urbana, obedecendo a critérios técnicos e paisagísticos: “a árvore correta no lugar certo”.
O detalhado estudo, elaborado pelo arquiteto Marcelus Condé, chefe da Divisão de Praças e Áreas Verdes da Sesptran, quantifica as mudas e as espécies a serem plantadas em cada um dos 15 bairros da Cidade. “A arborização de uma cidade vai além do embelezamento e do bem-estar que as sombras proporcionam. É criar uma identidade para as ruas, é mexer com a cadeia ecológica. É buscar a espécie adequada, por exemplo, para as dimensões das vias e calçadas e em relação ao recuo das casas em relação aos passeios”, afirma Condé. Criterioso, o projeto está sendo coordenado pelo secretário Antonio Freire de Carvalho Filho e dirigido pelo seu subsecretário, Sérgio Bonito.
D.PEDRO - Na introdução, o projeto aborda a história e a situação da arborização urbana no Brasil, uma prática relativamente nova em comparação aos países europeus, tendo-se iniciado aqui há pouco mais de 120 anos. A mais antiga e importante relação das plantas arbóreas nativas do território brasileiro com a história do País é o próprio nome da nação “Brasil”, que foi emprestado da árvore conhecida popularmente como “pau-brasil” e denominada cientificamente de Caesalpinia echinata.
O estudo revela que a primeira tentativa de arborização urbana no País aconteceu nas ruas do Rio de Janeiro, com os preparativos do casamento de D Pedro I. “Na época, os encarregados tiveram grande dificuldade de arborizar as ruas. Acreditava o povo que as sombras formadas pelas árvores eram responsáveis pela maleita, febre-amarela, sarampo e até pela sarna dos escravos”, afirma o projeto. Começou nesse período o uso das espécies Sibipiruna, Pau-Ferro, Cássia, Paineira, Flamboyant e Jacarandá, entre outras.
BENEFÍCIOS - A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que para cada habitante deve haver no mínimo 12 metros quadrados de verde. No Estado de São Paulo, essa relação, segundo o estudo, é de apenas 1 m² de área verde per capita.
Os benefícios da arborização na melhoria da qualidade do ambiente urbano são relacionados no projeto. Entre eles: purificação do ar pela fixação de poeiras e gases tóxicos e pela reciclagem de gases através dos mecanismos fotossintéticos; melhoria do microclima da cidade, pela retenção de umidade do solo e do ar e pela geração de sombra, evitando que os raios solares incidam diretamente sobre as pessoas, diminuindo a temperatura em 6º a 8º C, dependendo das espécies vegetais implantadas; redução na velocidade do vento; influência no balanço hídrico, favorecendo infiltração da água no solo e provocando evapo-transpiração mais lenta; abrigo à fauna, propiciando uma variedade maior de espécies, conseqüentemente influenciando positivamente para um maior equilíbrio das cadeias alimentares e diminuição de pragas e agentes vetores de doenças, e amortecimento de ruídos.
Um dado curioso: uma árvore isolada pode transpirar, em média, 400 litros de água por dia, produzindo um efeito refrescante equivalente a cinco condicionadores de ar, funcionando vinte horas por dia.
DIFICULDADES - Na paisagem urbana de Praia Grande predominam as espécies de Chapéu de Sol (Terminalia catappa) e de Ficus (Ficus Benjamina), além dos milhares de coqueiros introduzidos na orla da praia, que formam uma verdadeira massa vegetal em toda a sua extensão. “A arborização urbana é uma atividade que mescla arte, ciência e tecnologia na busca de sensações visuais agradáveis contornando problemas advindos da harmonização entre os elementos naturais (árvores) e os elementos construídos. O vegetal tem um papel definido na paisagem, semelhante a qualquer elemento construído, já que ele desempenha papel de tetos, paredes e pisos na composição do espaço”, explica o arquiteto Condé. Para desempenhar esses papéis, o vegetal é usado segundo a sua forma externa, que é função do seu genotipo, sendo a árvore um elemento essencial, cuja forma depende de sua arquitetura. Cada espécie possui em modelo arquitetônico próprio e se presta para alguma composição específica na arborização.
Condé fala das barreiras da arborização: “No entanto, para o uso desse modelo específico, o paisagista depara com barreiras físicas que precisam ser contornadas, onde estruturas urbanas subterrâneas e fiações são as mais sérias. Para citar algumas, basta dizer que a interrupção de energia chega a 50% em algumas cidades e que a redução no nível de iluminação pode chegar a 71% em função do uso inadequado de árvores”.
A arborização urbana, além de levar em conta detalhes como textura, cor, beleza, enfrenta outros problemas que exigem do técnico uma atenção redobrada, porque existem muitas condições que devem ser atendidas simultaneamente. Os problemas ou condições mais comuns: substituição de árvores, levantamento de calçada e paredes, depredação, fenologia, combinação arquitetônica, fiação e espaço para arborização.
A seleção das espécies deve considerar, necessariamente, os seguintes itens: capacidade de adaptação, sobrevivência e desenvolvimento no local do plantio, além de características como porte, tipo de copa, folhas, flores, ausência de frutos, hábito de crescimento das raízes, ausência de princípios tóxicos, adaptabilidade climática, resistência a pragas e doenças, tolerância a poluentes e a baixas condições de aeração do solo.
BAIRROS - O projeto de arborização prevê o plantio de 20.819 mudas de árvores, assim distribuídas pelas vias principais dos bairros da Cidade: 2831 mudas no Boqueirão; 1541 no Guilhermina; 1300, na Aviação; 1461, no Tupi; 1352, no Ocian; 1416, no Mirim; 2252 no Caiçara; 1602, no Flórida; 548, no Solemar; 1397, no Sítio do Campo; 1695, no Antártica; 1204, no Quietude; 1171, no Trevo; 317, no Melvi e 732 no Bairro Solemar II.
As espécies selecionadas são as seguintes (nome popular):
Aldrago, Aroeira, Aroeira Mole, Camboatá Vermelho, Chuva de Ouro, Canelinha, Caroba, Catuaba, Falso-barbatimão, Fedegoso, Grandiuva, Guabiju, Guabiroba, Ingá, Ipê Amarelo, Ipê Branco, Ipê de Jardim, Ipê Roxo, Jasmim Manga, Leiteiro, Magnólia, Mamica de Cadela, Manacá da Serra, Mirindiba, Oiti, Pau Brasil, Pau Formiga, Pau Viola, Quaresmeira, Sapucaia, Sapucainha, Sibipiruna, Tarumã, Canafistula, Jacarandá Mimosa, Cássia Rósea, Flamboianzinho, Flamboyant e Palmeira Imperia.
Para que os objetivos sejam devidamente alcançados é importante o envolvimento e a preocupação constante e crescente de toda a comunidade no programa porque no ambiente urbano as condições para a sobrevivência das árvores são mais difíceis do que em seu habitat natural. Toda a população deverá ser parceira nesse programa, a fim de que seu patrimônio verde seja mantido, e posteriormente aumentado, para que as futuras gerações aproveitem melhor um meio ambiente saudável e equilibrado. O custo total previsto de implantação do projeto é de R$ 1.047.158,41.
A solenidade de lançamento do projeto acontece no Litoral Plaza Shopping, às 15 horas. O plano de arborização será apresentado através de computador e vídeo. Amostras das espécies a serem plantadas também serão expostas, bem como métodos de plantio e manutenção das mudas, que poderão ser observados através de um guia de arborização a ser distribuído no local. Após o evento, os presentes serão convidados a acompanhar o plantio de uma árvore em uma rua da Cidade. “Não serão mudas pequenas. São árvores bem desenvolvidas que enriquecerão imediatamente a paisagem urbana”, afirmou o secretário de Serviços Públicos e Trânsito, Antonio Freire de Carvalho Filho, responsável pela iniciativa.
Já na segunda-feira começam a ser plantadas 1.500 espécies. A finalidade do programa de arborização de Praia Grande é melhorar a qualidade de vida e conscientizar a população da importância da preservação de áreas verdes e da recuperação do meio ambiente, através da produção e plantio de árvores em zona urbana, obedecendo a critérios técnicos e paisagísticos: “a árvore correta no lugar certo”.
O detalhado estudo, elaborado pelo arquiteto Marcelus Condé, chefe da Divisão de Praças e Áreas Verdes da Sesptran, quantifica as mudas e as espécies a serem plantadas em cada um dos 15 bairros da Cidade. “A arborização de uma cidade vai além do embelezamento e do bem-estar que as sombras proporcionam. É criar uma identidade para as ruas, é mexer com a cadeia ecológica. É buscar a espécie adequada, por exemplo, para as dimensões das vias e calçadas e em relação ao recuo das casas em relação aos passeios”, afirma Condé. Criterioso, o projeto está sendo coordenado pelo secretário Antonio Freire de Carvalho Filho e dirigido pelo seu subsecretário, Sérgio Bonito.
D.PEDRO - Na introdução, o projeto aborda a história e a situação da arborização urbana no Brasil, uma prática relativamente nova em comparação aos países europeus, tendo-se iniciado aqui há pouco mais de 120 anos. A mais antiga e importante relação das plantas arbóreas nativas do território brasileiro com a história do País é o próprio nome da nação “Brasil”, que foi emprestado da árvore conhecida popularmente como “pau-brasil” e denominada cientificamente de Caesalpinia echinata.
O estudo revela que a primeira tentativa de arborização urbana no País aconteceu nas ruas do Rio de Janeiro, com os preparativos do casamento de D Pedro I. “Na época, os encarregados tiveram grande dificuldade de arborizar as ruas. Acreditava o povo que as sombras formadas pelas árvores eram responsáveis pela maleita, febre-amarela, sarampo e até pela sarna dos escravos”, afirma o projeto. Começou nesse período o uso das espécies Sibipiruna, Pau-Ferro, Cássia, Paineira, Flamboyant e Jacarandá, entre outras.
BENEFÍCIOS - A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que para cada habitante deve haver no mínimo 12 metros quadrados de verde. No Estado de São Paulo, essa relação, segundo o estudo, é de apenas 1 m² de área verde per capita.
Os benefícios da arborização na melhoria da qualidade do ambiente urbano são relacionados no projeto. Entre eles: purificação do ar pela fixação de poeiras e gases tóxicos e pela reciclagem de gases através dos mecanismos fotossintéticos; melhoria do microclima da cidade, pela retenção de umidade do solo e do ar e pela geração de sombra, evitando que os raios solares incidam diretamente sobre as pessoas, diminuindo a temperatura em 6º a 8º C, dependendo das espécies vegetais implantadas; redução na velocidade do vento; influência no balanço hídrico, favorecendo infiltração da água no solo e provocando evapo-transpiração mais lenta; abrigo à fauna, propiciando uma variedade maior de espécies, conseqüentemente influenciando positivamente para um maior equilíbrio das cadeias alimentares e diminuição de pragas e agentes vetores de doenças, e amortecimento de ruídos.
Um dado curioso: uma árvore isolada pode transpirar, em média, 400 litros de água por dia, produzindo um efeito refrescante equivalente a cinco condicionadores de ar, funcionando vinte horas por dia.
DIFICULDADES - Na paisagem urbana de Praia Grande predominam as espécies de Chapéu de Sol (Terminalia catappa) e de Ficus (Ficus Benjamina), além dos milhares de coqueiros introduzidos na orla da praia, que formam uma verdadeira massa vegetal em toda a sua extensão. “A arborização urbana é uma atividade que mescla arte, ciência e tecnologia na busca de sensações visuais agradáveis contornando problemas advindos da harmonização entre os elementos naturais (árvores) e os elementos construídos. O vegetal tem um papel definido na paisagem, semelhante a qualquer elemento construído, já que ele desempenha papel de tetos, paredes e pisos na composição do espaço”, explica o arquiteto Condé. Para desempenhar esses papéis, o vegetal é usado segundo a sua forma externa, que é função do seu genotipo, sendo a árvore um elemento essencial, cuja forma depende de sua arquitetura. Cada espécie possui em modelo arquitetônico próprio e se presta para alguma composição específica na arborização.
Condé fala das barreiras da arborização: “No entanto, para o uso desse modelo específico, o paisagista depara com barreiras físicas que precisam ser contornadas, onde estruturas urbanas subterrâneas e fiações são as mais sérias. Para citar algumas, basta dizer que a interrupção de energia chega a 50% em algumas cidades e que a redução no nível de iluminação pode chegar a 71% em função do uso inadequado de árvores”.
A arborização urbana, além de levar em conta detalhes como textura, cor, beleza, enfrenta outros problemas que exigem do técnico uma atenção redobrada, porque existem muitas condições que devem ser atendidas simultaneamente. Os problemas ou condições mais comuns: substituição de árvores, levantamento de calçada e paredes, depredação, fenologia, combinação arquitetônica, fiação e espaço para arborização.
A seleção das espécies deve considerar, necessariamente, os seguintes itens: capacidade de adaptação, sobrevivência e desenvolvimento no local do plantio, além de características como porte, tipo de copa, folhas, flores, ausência de frutos, hábito de crescimento das raízes, ausência de princípios tóxicos, adaptabilidade climática, resistência a pragas e doenças, tolerância a poluentes e a baixas condições de aeração do solo.
BAIRROS - O projeto de arborização prevê o plantio de 20.819 mudas de árvores, assim distribuídas pelas vias principais dos bairros da Cidade: 2831 mudas no Boqueirão; 1541 no Guilhermina; 1300, na Aviação; 1461, no Tupi; 1352, no Ocian; 1416, no Mirim; 2252 no Caiçara; 1602, no Flórida; 548, no Solemar; 1397, no Sítio do Campo; 1695, no Antártica; 1204, no Quietude; 1171, no Trevo; 317, no Melvi e 732 no Bairro Solemar II.
As espécies selecionadas são as seguintes (nome popular):
Aldrago, Aroeira, Aroeira Mole, Camboatá Vermelho, Chuva de Ouro, Canelinha, Caroba, Catuaba, Falso-barbatimão, Fedegoso, Grandiuva, Guabiju, Guabiroba, Ingá, Ipê Amarelo, Ipê Branco, Ipê de Jardim, Ipê Roxo, Jasmim Manga, Leiteiro, Magnólia, Mamica de Cadela, Manacá da Serra, Mirindiba, Oiti, Pau Brasil, Pau Formiga, Pau Viola, Quaresmeira, Sapucaia, Sapucainha, Sibipiruna, Tarumã, Canafistula, Jacarandá Mimosa, Cássia Rósea, Flamboianzinho, Flamboyant e Palmeira Imperia.
Para que os objetivos sejam devidamente alcançados é importante o envolvimento e a preocupação constante e crescente de toda a comunidade no programa porque no ambiente urbano as condições para a sobrevivência das árvores são mais difíceis do que em seu habitat natural. Toda a população deverá ser parceira nesse programa, a fim de que seu patrimônio verde seja mantido, e posteriormente aumentado, para que as futuras gerações aproveitem melhor um meio ambiente saudável e equilibrado. O custo total previsto de implantação do projeto é de R$ 1.047.158,41.