Pessoas em situação de rua recebem atendimento em PG

Ação ocorreu através de trabalho da Sepros, GCM, Polícia Militar e Conselho Tutelar

Por Daniel Elias | 14/1/2011

Na busca de atender as pessoas que vivem nas ruas, a Prefeitura de Praia Grande realizou ação intensificada, juntando os trabalhos da Secretaria de Promoção Social (Sepros), Conselho Tutelar, Guarda Civil Municipal (GCM) e Polícia Militar. O intuito foi de diagnosticar qual a situação de cada um, como, qual a cidade de origem, o motivo que os fizeram sair de casa, entre outros. Ao final, 76 pessoas receberam os primeiros atendimentos na Casa de Estar Ferdiano Alves de Oliveira, localizada no Bairro Vila Sônia.

A atividade ocorreu na quarta-feira (12), quando as instituições envolvidas foram às ruas realizar a abordagem. Durante a ação, o grupo conversou com as pessoas que estão em situação de rua. “Eles foram levados para a casa de estar e passaram a noite conosco. A intenção deste trabalho é de mostrar que em Praia Grande há uma política pública, que existe para auxiliá-los a resgatarem a autoestima e incluí-los novamente na sociedade”, explicou a assistente social responsável pela Casa de Estar, Eliane Malzoni.

No dia seguinte, a ação teve continuidade. Os funcionários da Casa de Estar entrevistaram os 76 moradores de rua levadas para a unidade da Sepros. “Foi quando constatamos que, do total, 30% eram de munícipes de Praia Grande. Além disso, em todos os casos, eles abandonaram a residência onde moravam por estarem envolvidos com drogas, por briga com familiares ou na busca mais fácil por entorpecente, passando a morar nas ruas”, afirmou a assistente social.

Do total abordado, nove pessoas escolheram ficar na Casa de Estar e receber o atendimento oferecido pela Administração Municipal. “Além destes, que resolveram mudar de vida, quatro pediram para voltar à cidade de origem. Onde, destes, três residem na Capital e um em Vinhedo. Entretanto, neste caso, precisamos ter certeza de que a pessoa realmente mora no município que diz residir. Tomamos esse cuidado para não haver qualquer problema futuro”, contou Eliane Malzoni.

Segundo a assistente social, o restante recebeu atendimento básico, fazendo a higienização e recebendo alimentação. “Durante a alta temporada aumenta o número de pessoas em situação de rua em Praia Grande. A maioria vem de outras cidades da Baixada Santista, da Capital e até mesmo do Nordeste. Infelizmente não podemos forçá-los a ficar na Casa de Estar e muito menos a voltarem para suas casas, seja em Praia Grande ou outra cidade”, completou.

Retorno – Recentemente, o PG Notícias esteve na Casa de Estar Ferdiano Alves de Oliveira. Na ocasião foi entrevistado Maurício dos Santos. Oriundo de Piracicaba, o rapaz veio para Praia Grande no inicio deste ano. Filho adotivo de um alemão que residia no interior de São Paulo, ele se envolveu com bebidas após a morte do pai. “Tínhamos dinheiro, mas usamos tudo para pagar o tratamento médico do meu pai”, lembrou Santos.

Em Praia Grande, ele ‘residia’ junto com outros moradores de rua na Praça Roberto Andraus, no Bairro Ocian, quando foi abordado pela equipe da Casa de Estar e convencido a ir passar por tratamento na unidade. “Resolvi mudar de vida. Não agüentava mais aquela situação de morar na rua e passar frio, sede, fome e vi na Casa de Estar a oportunidade que necessitava”, continuou o ex-morador de rua.
Santos agora recebe o tratamento oferecido pela unidade, participando dos encontros dos alcoólicos anônimos, vai a cultos evangélicos e, inclusive, foi aluno curso de manutenção de refrigeração oferecido na Escola Profissionalizante Sérgio Mainente. “Agradeço muito ao apoio que recebo aqui. As pessoas não têm noção de como o trabalho realizado na unidade é importante para nós. Espero que mais moradores de rua, como eu era, venham aqui e busquem mudar de vida”, finalizou.