Morador de favela pode construir casa própria

Obra vai transformar a favela Vila Helena, no Forte, em condomínio fechado

Por Antonio Cassimiro | 22/2/2005

Um projeto da Secretaria de Habitação, Urbanismo e Meio Ambiente (Seurb) prevê a construção de 66 casas populares no Loteamento Vila Helena, onde atualmente existe uma favela, no Canto do Forte. Detalhes e metodologia da obra foram apresentados no último sábado (19/2), na Escola Municipal Estina Campi Baptista. O diferencial do empreendimento é que o morador poderá ajudar na construção.
A iniciativa vai beneficiar as 66 famílias que residem no local pelo menos desde 2001, quando foram cadastradas pela Prefeitura. Outras 100 famílias já haviam sido removidas da região, em 95, quando uma inundação deixou desabrigada boa parte daquela população. Na ocasião, as famílias foram removidas para o Conjunto Habitacional do Jardim Anhanguera.
De acordo com o secretário de Habitação, Urbanismo e Meio Ambiente, Jamil Issa Filho, o início das obras na Vila Helena está previsto já para o começo de março. “O detalhe é que o morador vai poder ajudar na construção e assim pagar uma prestação mais baixa, uma vez que o custo com a contratação de mão-de-obra será menor”, disse. A favela, que fica ao lado conjunto da Cohab, passará a ser condomínio fechado.
DOAÇÕES - Para que o investimento na construção seja ainda mais reduzido, a Seurb está fazendo uma mobilização visando obter doações de sobras de materiais de construção. “Há situações em que as pessoas reformam ou constroem e não sabem o que fazer com as sobras de materiais como areia, pedra, blocos ou telhas. Esses produtos podem ser úteis na construção dessas casas”, afirmou Issa Filho. O secretário disponibilizou o número 3496-2229 para quem quiser doar materiais.
A secretaria já está cadastrando os moradores que vão poder ajudar na construção de suas casas. Serão recrutados profissionais com experiência em elétrica, hidráulica, marcenaria, pintura ou que sejam pedreiros. Como o início da obra é imediato, as famílias serão removidas para um alojamento provisório, nas proximidades da favela, para que os barracos sejam demolidos.