Praia Grande se prepara para segundo período dos festejos de Iemanjá

Mais de 200 mil pessoas são esperadas nos dias 12 e 13 de dezembro

Por Lorena Flosi | 9/12/2015

O segundo período dos festejos de Iemanjá acontece no próximo fim de semana (12 e 13), quando mais de 200 mil pessoas devem visitar o Município para prestar suas homenagens à Rainha do Mar. Com 360 veículos, entre vans, ônibus e microônibus e 390 tendas cadastradas pela Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur), o Município aguarda um número pelo menos 60% maior de visitantes em relação ao primeiro período.

“O primeiro período ocorreu sem nenhum transtorno”, pontua o chefe da coordenadoria de eventos da Sectur, Adelino Souza Júnior. “Não tivemos nada que pudesse ser citado como inconveniente dentro do período dos festejos. Embora o segundo período traga um número bem maior de templos e veículos cadastrados, nossa expectativa é que tudo ocorra dentro da normalidade”.

Para receber os visitantes confortavelmente, o Município preparou um grande esquema de recepção: neste ano, o evento conta com cerca de 50 banheiros químicos ao longo do trecho de quase três quilômetros destinado ao evento, chegando à média de um banheiro masculino e outro feminino a cada 200 metros. Além dos banheiros, foram solicitados 20 pontos de água e 15 pontos de energia elétrica ao longo do trecho onde ocorrerão as homenagens.

Para garantir a segurança dos participantes, o Município conta com um efetivo da Polícia Militar e Guarda Civil Municipal (GCM). A dica é evitar levar crianças ao evento, mas caso seja inevitável, o ideal é mantê-las com identificação visível, com nome do responsável e telefone de contato.

Os preparativos para o evento fazem parte de uma série de ações da Prefeitura para o fomento à produção cultural do Município e democratização do acesso à cultura, contempladas no eixo Cidade Feliz, do plano de metas Avança PG para os anos de 2014 a 2016. “A festa é um dos mais importantes eventos religiosos da Região. E apesar de ser realizada por cidadãos adeptos dos cultos de matrizes africanas, espíritas, espiritualistas e umbandistas, é aberta ao público em geral. É uma manifestação cultural muito bonita e emocionante”, finalizou Souza Junior.

Histórico – Segundo documentos pertencentes ao acervo técnico do Museu da Cidade, os festejos de Iemanjá nasceram junto com o Município. Em 1969, o então prefeito Dorival Loria Júnior entrou em contato com várias federações espíritas sobre a possibilidade da realização do culto nas areias de Praia Grande, pois a cidade recém-emancipada oferecia duas condições essenciais para as oferendas: muito espaço (23 quilômetros de areias), a aceitação e colaboração das autoridades e população. Assim, realizou-se a primeira festa, que contou com aproximadamente 15 mil participantes concentrados no bairro Ocian. Em 1970 já eram 36 mil, alcançando os bairros Ocian, Mirim, Caiçara e Solemar.

Em 1971, deptos e curiosos tornaram a duplicar o efetivo em 63 mil participantes. Em 1972, a “Noite de Iemanjá”, como era chamado o dia específico dos festejos, chegou a atrair 200 mil fiéis. As cifras continuaram a subir, e nos anos seguintes foram registradas a presença de entidades de outros estados, como Paraná, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Mato Grosso. Em 1975, cerca de 350 mil pessoas vieram à Praia Grande, e a Cidade ganhou o noticiário nacional: uma verdadeira avalanche humana para uma cidade ainda tão pequena e com pouca infra-estrutura. No ano seguinte, o então prefeito Leopoldo Estasio Vanderlinde promulgou a Lei nº 244, que vigente até os dias de hoje oficializa a Semana de Iemanjá, de 7 a 14 de dezembro, e disciplina o evento.

A estátua - Mas foi em 1976 que as festividades ganharam seu grande símbolo: uma estátua de oito metros de altura, dedicada à Rainha do Mar. A imagem foi esculpida pelo artista Antonio Miguel de Almeida. Tornar a estátua uma realidade envolveu um longo processo de estudos, tendo em vista sua localização muito próxima ao mar. O primeiro projeto indicava uma imagem em madeira, mas técnicos apontaram o provável desgaste da obra em virtude da maresia. O uso de areia petrificada também foi levantado como possibilidade, mas se acabou optando pela peça de 5 metros sobre um pedestal de 3,3 metros esculpida em concreto armado que temos hoje.

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