Ação integrada reduz furto de cabos a quase zero

O crime prejudica as concessionárias e acarreta transtornos à população

Por Nádia Almeida | 10/1/2006

É de R$ 240,00 o valor do prejuízo que a Companhia Piratininga de Força e Luz (CPFL) tem em cada ocorrência de roubo de cabo elétrico, considerando mobilização de funcionários e veículos. A outra concessionária que opera na região, Elektro, sofre com a mesma prática. Mas em Praia Grande, graças à ação conjunta de vários órgãos na Força-tarefa, ocorrências desse tipo caíram 80%.

O coordenador institucional da Elektro, Wilson Teles, cita que a redução foi de 80%, desde que as operações começaram, no segundo semestre do ano. “De dezembro para cá, zerou”, prossegue. “Foi um trabalho intensivo na nossa área de atuação, entre Caiçara e Solemar.”

Na CPFL, o engenheiro Gustavo de Paula Cortezia, que lidera o serviço de campo, confirma o êxito das blitze que envolvem Secretaria Municipal de Finanças (Sefin), Guarda Civil Municipal, Polícia Civil e Polícia Militar. “O resultado foi muito positivo, houve uma melhora significativa. Antes tínhamos cerca de cinco chamadas por dia na nossa área, do Forte à Caiçara. Em dezembro, caiu para um caso por dia, em média”, cita.

O principal alvo dos criminosos são os chamados “ramais”, fios que ligam as redes das concessionárias às residências. Quando isso acontece, o cliente fica sem energia elétrica e a empresa é obrigada a deslocar equipe para repor o que foi retirado. O material furtado normalmente é comercializado em ferros-velhos.

Além da CPFL e Elektro, a Telefônica também é vítima dos furtos.

Força-tarefa - Diante das denúncias das concessionárias à Polícia Militar, o assunto foi discutido em reunião mensal da Força-tarefa, que deu início a operações nos desmanches em agosto do ano passado.

As inspeções para verificar documentação das empresas que compram materiais recicláveis e coibir a receptação de cabos tiveram a participação da Divisão de Receitas Mobiliárias da Sefin. Resultaram em interdições (por falta de licença municipal e laudo do Corpo de Bombeiros), apreensões de material sem origem comprovada e até detenções. Numa só blitz, realizada dia 8 de setembro, foram apreendidos 1,5 tonelada de fios de cobre e 18,5 quilos de fios de alumínio.

Os dados são do chefe da divisão, Ricardo Andrade. “Essa ação evitou um colapso na temporada, que os moradores chegassem e encontrassem suas casas sem luz. Evitamos esse transtorno”, destaca. Dos cerca de 150 mil imóveis de Praia Grande, 100 mil são de veraneio e permanecem fechados a maior parte do ano. Andrade adianta que, com a queda nas ocorrências a quase zero, a Força-tarefa vai continuar esse trabalho, agora de manutenção.