Construção do campus da Unesp em PG terá início no próximo ano

O início das aulas, com 300 alunos, está previsto para 2008

Por Pedro Sbravatti | 1/9/2006

A construção do campus da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) em Praia Grande terá início nos primeiros meses de 2007. De acordo com o planejamento da instituição educacional, em um primeiro momento o prédio terá 2.500 metros quadrados. A inauguração, com o início das aulas, está previsto para 2008. Inicialmente cerca de 300 alunos serão beneficiados com os cursos gratuitos.

A informação foi divulgada durante a solenidade de assinatura da escritura de doação da área de 140 mil metros quadrados, no Bairro Quietude. A cerimônia, realizada na última quita-feira (31), no auditório da Colônia de Férias dos Comerciários do Estado de São Paulo, teve a participação do prefeito Alberto Mourão e do reitor da universidade, Marcos Marcari.

“A vinda da Unesp representa mais um grande avanço na área do ensino superior. Praia Grande está fazendo sua parte e criando espaço para um patrimônio não só do Município, mas da Região Metropolitana da Baixada Santista”, declarou, satisfeito, o prefeito Alberto Mourão. “Perseguia o sonho da universidade pública desde quando era vereador e agora consegui concretizá-lo.”

A consolidação do campus da Unesp em solo praiagrandense premia a política educacional adotada pelo Município com a criação de incentivos para o desenvolvimento do setor. Em 2002, nove anos após a entrega do prédio totalmente adaptado para o Governo do Estado, foi inaugurada a Faculdade de Tecnologia (Fatec), que atende atualmente cerca de 450 alunos.

“Nossa luta é para oferecer um processo educacional cada vez melhor para que o cidadão tenha condições de decidir suas necessidades sem influências”, analisou Mourão. “A Unesp interage com o meio onde está instalada. Sentiremos os efeitos dessa iniciativa quando entrar em funcionamento”.

Citando o exemplo de São Carlos, que teve crescimento comprovado após a instalação de um campus, Mourão acredita que a universidade possa atrair para a Região a atenção de grandes empresas. Outra aposta é no desenvolvimento através de pesquisas que serão realizadas. “O papel da universidade, através das pesquisas, é se antecipar aos problemas”, enfatizou.

Para Mourão, que também preside o Conselho Regional de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb), o empenho de toda a região pode gerar recursos financeiros para o empreendimento. “Essa preocupação também é do Condesb. Todo ano, temos uma verba de R$ 10 milhões para aplicar em equipamentos metropolitanos. E a universidade é um equipamento metropoliatno”, concluiu.

O reitor, Marcos Marcari, destacou a interação com as regiões que recebem os campi como característica importante para que tudo transcorra normalmente. “As parceiras são os alicerces para nossos projetos. Atualmente este caminho faz com que tenhamos os melhores resultados. Aqui em Praia Grande não será diferente.”

Mesmo após a solenidade de assinatura da escritura, o reitor fez questão de agradecer o empenho da Câmara de Praia Grande, que aprovou o projeto de lei em sessão extraordinária. “Parabenizo os poderes executivo e legislativo pela flexibilidade com que atuaram na questão. Prova que a Cidade entende a necessidade de um espaço como este”, agradeceu.

Marcari confirmou que a definição dos cursos gratuitos que virão para a Cidade será feita pela reitoria da universidade. A princípio, temas que façam parte da realidade econômica e social da região terão prioridade como Administração Portuária, Engenharia Naval e Eco-Turismo. “Nosso crescimento preza pela qualidade e não quantidade. Não vamos ter desenvolvimento desenfreado.”

Avanços – A secretária de educação de Praia Grande, Maura Lígia Costa Russo, era outra que não se continha de felicidade. Embasada por pesquisas e números, ela acredita no reforço do ensino superior. “Trata-se de um avanço imenso para nossa Cidade. Pesquisas realizadas em nossa região indicam que alunos da faixa etária de 18 a 24 anos, apenas 10% procuram o ensino superior. Com a Unesp aqui, isso será diferente.”

Para o futuro, Maura Lígia espera que a Unesp possa gerar mão-de-obra qualificada. “Temos uma gama enorme de profissionais de uma mesma área, saturando o mercado. A Unesp procura trabalhar esse outro lado, com novas oportunidades de se adquirir conhecimento. Estamos ainda mais motivados para trabalhar”, comemorou.

Área – O terreno onde a universidade será instalada tem medida equivalente a 17 campos oficiais de futebol. A gleba fica no Bairro Quietude, imediações do Conjunto Vitória da CDHU, na Avenida Ministro Marcos Freire, marginal à Via Expressa sul, e Rodovia Padre Manuel da Nóbrega (trecho Cubatão-Pedro Taques).

Unesp – A Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho completa 30 anos com atendimento de aproximadamente 50 mil alunos. Está relacionada entre as quatro melhores universidades do Brasil e as 500 no mundo. Criada em 1976, resultou da incorporação dos Institutos Isolados de Ensino Superior do Estado de São Paulo, então unidades universitárias situadas em diferentes pontos do interior paulista. Abrangendo diversas áreas do conhecimento, essas unidades haviam sido criadas, em sua maior parte, no final dos anos 50 e início dos 60.

Durante toda a década de 1990, a Unesp ampliou seu raio de atuação, sobretudo no aumento da oferta de vagas. Mas em 2003, atendendo a numerosas solicitações e de acordo com a política do Governo Estadual de promover maior incremento do ensino superior público, a Unesp se expandiu em várias direções com a criação das então chamadas Unidades Diferenciadas, atualmente denominadas Campi Experimentais (2006).