Alunos especiais resgatam brinquedos artesanais
Ecologia e prevenção à dengue estão entre os temas da feira de ciências
Por Nádia Almeida | 4/12/2006
Foto Indisponivel
É difícil imaginar a sensação de alguém que, preso a uma cadeira de rodas, tem a oportunidade de deslizar num carrinho de rolimã. Ou de um jovem portador de paralisia cerebral vencer o desafio de ficar de pé numa perna de pau. Na era da internet, quando vídeo games e MP4 fazem sucesso entre crianças e adolescentes, brinquedos desse tipo são raridade. Mas na Escola Municipal de Educação Especial Sérgio Vieira de Mello, no Balneário Palmeiras, foram resgatados por alunos como o principal tema da III Feira de Ciências e Cultura, que será aberta ao público de quarta (6) a sexta-feira (8).
“Queremos envolver escola e comunidade nesse trabalho”, informou a diretora, Maria do Carmo Rodrigues. “Fizemos o resgate das brincadeiras infantis, cantigas, jogos. Nossa intenção foi tornar tudo muito prazeroso, mas tendo sempre em mente que é um projeto. No próximo ano, vamos utilizar esses brinquedos de forma pedagógica.”
Professores e alunos confeccionaram pernas de pau, carrinhos de rolemã, campinhos de futebol de prego, sapatos e carrinhos de lata, entre outros brinquedos tradicionais. Antes de exibir a produção ao público, alunos e professores foram para a rua fazer os testes. Enquanto uma dupla andava com carrinho de rolimã, um trio pulava linha de barbante e outros venciam o receio de uma queda se equilibrando nas pernas de pau, numa grande diversão. A cena, comum em cidades do interior, mas rara no cotidiano dos centros urbanos, chamou a atenção de quem passava.
“Estamos brincando, mas não perdemos o foco. Essas atividades trabalham o limite, o cuidado com o colega, há todo um conteúdo pedagógico por trás disso”, expõe a professora Kátia Szyszko. “Também houve o resgate de cantigas como ‘Escravos de Jó’ e ‘Adoleta’, hoje quase desconhecidas”, completa a professora Xênia Oliveira de Souza.
O professor Rafael Christo, autor da idéia, explica que os brinquedos artesanais envolvem o prazer de produzir, usar e manter. Econômicos, são feitos com materiais fáceis de achar e baratos. “São brinquedos que caíram no esquecimento, que não existem mais”, diz. “Eles ajudam na socialização, estimulam a criatividade.”
Programação - Composta por salas temáticas, a feira funcionará das 8 às 12 horas e das 14 às 18 horas, na Rua Paulino Borelli, 921.
A abertura ficará por conta de alunos da Escola Municipal Franco Montoro, que usam o espaço da Sérgio Vieira para suas aulas de violão.
Dentro do projeto “Brincando e Aprendendo”, o público vai conferir as cantigas e as peças artesanais. Outros projetos desenvolvidos pelas turmas são “Na luta contra a dengue, quem sai ganhando é você”, “Arte em Foco”, “Viagem ao Mundo da Leitura” e “Resgatando Jogos e Brincadeiras”.
A Divisão de Controle de Zoonoses montará um estande sobre a dengue, com material informativo. Separação de lixo limpo é outro tema, abordado pela Coordenadoria de Educação Ambiental.
Voluntários estarão fazendo massagem corporal e estética facial. Com impressos da Pastoral da Criança, coordenadores vão distribuir livretos de receitas sobre aproveitamento de alimentos. A programação inclui ainda dinâmicas.
Atendimento - Segundo a diretora Maria do Carmo, a escola atende 160 alunos de 7 a 62 anos, portadores de necessidades especiais, que não poderiam freqüentar salas de inclusão. A unidade funciona em dois períodos (manhã e tarde).
A partir dos 14 anos, o aluno deixa a sala de aula e é inserido em oficinas culturais, de acordo com a preferência e habilidade. “Priorizamos a qualidade de vida, independência e autonomia. Quando esse aluno sair daqui, queremos que tenha autonomia na vida, que saiba fazer sua própria higiene, escovar os dentes”, expõe. “Parece fácil, mas é um exercício diário. É orientá-lo pegar o papel jogado no chão até passe a descartá-lo no local certo. Com o tempo, passa a ter uma consciência maior e transmite isso para a família.”
Por meio do pedagogo comunitário, a escola mantém comunicação freqüente com os pais para orientá-los a lidar com o filho especial e, ao mesmo tempo, oferecer o apoio necessário. Essa orientação é ainda mais útil no período de férias, para que a ação desenvolvida na escola não seja comprometida. “Os professores fazem atendimento individual com os pais, uma ou duas vezes por mês. Temos de fortalecer o professor também. É um trabalho conjunto”, observa a diretora.
“Queremos envolver escola e comunidade nesse trabalho”, informou a diretora, Maria do Carmo Rodrigues. “Fizemos o resgate das brincadeiras infantis, cantigas, jogos. Nossa intenção foi tornar tudo muito prazeroso, mas tendo sempre em mente que é um projeto. No próximo ano, vamos utilizar esses brinquedos de forma pedagógica.”
Professores e alunos confeccionaram pernas de pau, carrinhos de rolemã, campinhos de futebol de prego, sapatos e carrinhos de lata, entre outros brinquedos tradicionais. Antes de exibir a produção ao público, alunos e professores foram para a rua fazer os testes. Enquanto uma dupla andava com carrinho de rolimã, um trio pulava linha de barbante e outros venciam o receio de uma queda se equilibrando nas pernas de pau, numa grande diversão. A cena, comum em cidades do interior, mas rara no cotidiano dos centros urbanos, chamou a atenção de quem passava.
“Estamos brincando, mas não perdemos o foco. Essas atividades trabalham o limite, o cuidado com o colega, há todo um conteúdo pedagógico por trás disso”, expõe a professora Kátia Szyszko. “Também houve o resgate de cantigas como ‘Escravos de Jó’ e ‘Adoleta’, hoje quase desconhecidas”, completa a professora Xênia Oliveira de Souza.
O professor Rafael Christo, autor da idéia, explica que os brinquedos artesanais envolvem o prazer de produzir, usar e manter. Econômicos, são feitos com materiais fáceis de achar e baratos. “São brinquedos que caíram no esquecimento, que não existem mais”, diz. “Eles ajudam na socialização, estimulam a criatividade.”
Programação - Composta por salas temáticas, a feira funcionará das 8 às 12 horas e das 14 às 18 horas, na Rua Paulino Borelli, 921.
A abertura ficará por conta de alunos da Escola Municipal Franco Montoro, que usam o espaço da Sérgio Vieira para suas aulas de violão.
Dentro do projeto “Brincando e Aprendendo”, o público vai conferir as cantigas e as peças artesanais. Outros projetos desenvolvidos pelas turmas são “Na luta contra a dengue, quem sai ganhando é você”, “Arte em Foco”, “Viagem ao Mundo da Leitura” e “Resgatando Jogos e Brincadeiras”.
A Divisão de Controle de Zoonoses montará um estande sobre a dengue, com material informativo. Separação de lixo limpo é outro tema, abordado pela Coordenadoria de Educação Ambiental.
Voluntários estarão fazendo massagem corporal e estética facial. Com impressos da Pastoral da Criança, coordenadores vão distribuir livretos de receitas sobre aproveitamento de alimentos. A programação inclui ainda dinâmicas.
Atendimento - Segundo a diretora Maria do Carmo, a escola atende 160 alunos de 7 a 62 anos, portadores de necessidades especiais, que não poderiam freqüentar salas de inclusão. A unidade funciona em dois períodos (manhã e tarde).
A partir dos 14 anos, o aluno deixa a sala de aula e é inserido em oficinas culturais, de acordo com a preferência e habilidade. “Priorizamos a qualidade de vida, independência e autonomia. Quando esse aluno sair daqui, queremos que tenha autonomia na vida, que saiba fazer sua própria higiene, escovar os dentes”, expõe. “Parece fácil, mas é um exercício diário. É orientá-lo pegar o papel jogado no chão até passe a descartá-lo no local certo. Com o tempo, passa a ter uma consciência maior e transmite isso para a família.”
Por meio do pedagogo comunitário, a escola mantém comunicação freqüente com os pais para orientá-los a lidar com o filho especial e, ao mesmo tempo, oferecer o apoio necessário. Essa orientação é ainda mais útil no período de férias, para que a ação desenvolvida na escola não seja comprometida. “Os professores fazem atendimento individual com os pais, uma ou duas vezes por mês. Temos de fortalecer o professor também. É um trabalho conjunto”, observa a diretora.