Comissão mapeia exploração sexual de crianças em PG

Trabalho recebe financiamento da CPFL

Por Pablo Solano | 29/3/2007

A Comissão de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil realizará o mapeamento da exploração sexual de crianças e adolescentes em Praia Grande. Orçado em R$ 47 mil, o projeto possui financiamento da Companhia Piratininga de Força e Luz (CPFL).

“Para combater a exploração sexual necessitamos identificar onde e como ela acontece”, explica a presidente da comissão, Geórgia Carriço. “Realizaremos um mapeamento geográfico que também identificará as características desse problema”.

O projeto foi apresentado pelo Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente em concurso da CPFL que escolheu propostas de trabalho em cinco áreas, dentre elas a exploração sexual. A pesquisa de campo por uma instituição especializada deve ter início até o final de junho.

De posse do mapeamento, a comissão discutirá a implantação de políticas municipais que combatam a exploração sexual de crianças e adolescentes. Conforme prevê a presidente, devem ser estabelecidas metas de divulgação, conscientização de segmentos da sociedade que possam influir no tema e proteção de jovens explorados.

Mesmo antes da conclusão do mapeamento, a comissão realizará atividades de sensibilização da comunidade com os recursos enviados pela CPFL. Inicialmente, a proposta é realizar um concurso de desenhos que envolva crianças e adolescentes. “Os jovens precisam ter claro que a exploração não é algo normal e que devem se proteger. Muitas vezes, por falta de informação, eles podem se tornar vítimas”, afirma Geórgia.

Desde 2000, as vítimas de violência sexual são atendidas em Praia Grande pelo Programa Sentinela, mantido pela Secretaria da Promoção Social. A Administração Municipal também oferece às famílias a possibilidade de participação em serviços de assistência, como é o caso do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti).

Denúncias - Na definição do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a exploração sexual acontece de três formas: pornografia, prostituição e turismo sexual. São considerados criminosos os clientes que pagam pela ação e qualquer intermediário, indutor ou facilitador.

Em 1995 o Unicef criou no Brasil a Campanha Contra a Exploração Sexual Infanto-Juvenil. Com o slogan “Quem cala, consente”, em três anos a campanha recebeu mais de 10 mil denúncias.

Em 2002, o Governo Federal estabeleceu o Programa Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. Para execução das políticas foi criada a Comissão Intersetorial de Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes.

Qualquer pessoa pode participar do combate à exploração e violência sexual. Denúncias anônimas pelo telefone 100.