PG é destaque em feira sobre acessibilidade

Evento é o terceiro maior do gênero no mundo

Por João Carlos Miranda | 13/4/2007

Praia Grande foi citada como exemplo de acessibilidade na abertura da VI Reatech - Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade, que acontece até domingo (15), no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. O secretário de Turismo de Praia Grande, José Alonso Júnior, disse que a Cidade é uma das mais bem sucedidas na inserção do portador de necessidades especiais na área de educação e possui rede pública de atendimento considerada referência no Estado.

“Praia Grande promove ações de conscientização da população e, em especial dos empresários, construtores e profissionais liberais, como engenheiros e arquitetos, sobre a necessidade de melhor atender esse público”, informou Alonso Junior, que representou o prefeito Alberto Mourão na abertura do evento. “Além disso, o Município vem adaptando o acesso aos pontos turísticos à Norma 9.050 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Todas as obras obedecem a essa diretriz para a melhoria da acessibilidade”.

Vale frisar que antes mesmo do Decreto-Lei 5.296, de dezembro de 2004, que detalha como a acessibilidade deve ser colocada em prática nos municípios, Praia Grande já vinha tomando os devidos cuidados para adaptar seus pontos turísticos.

“Pelo trabalho que desenvolvemos, o Governo do Estado colocou folders sobre nossos atrativos em seu estande”, ressaltou o secretário. Os folhetos fornecem informações sobre os pontos turísticos e meios de acesso.

Segundo o secretário, infelizmente persiste o preconceito sobre o portador de necessidades especiais que deseja fazer turismo. “A idéia de que o deficiente não é um ‘bom’ turista, porque não geraria renda, ainda encontra eco entre os empresários. Mas hoje se sabe que esse turista é, em boa parte, economicamente ativo, gosta de passear, consome e ainda traz consigo outros visitantes - a família ou acompanhantes. A comunidade praiagrandense já entendeu isso e está se moldando para melhor servir esse público”.

Economia - Segundo informações da organização da VI Reatech, pelo menos 15% da população brasileira tem algum tipo de deficiência. Trata-se de um universo superior a 24 milhões de pessoas. Para se ter uma idéia do que significa economicamente esta área, o setor de produtos e serviços para reabilitação, por exemplo, movimenta anualmente cerca de R$ 1 bilhão no País, sendo que R$ 100 milhões só com vendas de cadeiras de rodas e mais de R$ 400 milhões em automóveis com isenção de impostos e adaptações veiculares. A feira, no Brasil, já é considerada o terceiro maior evento do gênero no mundo.

“Apesar do respeito e da cidadania que representa a interação do deficiente à sociedade, ainda há pessoas que acham que o assunto não lhes diz respeito”, comentou Alonso. “Para essas pessoas é importante frisar que, além de ser obrigação da comunidade oferecer os meios necessários para que a pessoa portadora de necessidade especial viva bem e seja ao máximo independente, nunca se sabe se e quando algo poderá acontecer com um familiar, amigo ou com a própria pessoa. Só para citar, estimativas da ONU (Organização das Nações Unidas) e da OMS (Organização Mundial de Saúde) indicam que mais de 500 pessoas tornam-se portadoras de algum tipo de deficiência no Brasil diariamente”.

Elogio - A deputada estadual Célia Leão, ao participar da abertura do evento, ressaltou a importância do poder público na integração da pessoa com deficiência na sociedade. “Hoje vemos vários municípios tentando se adequar a esta nova realidade. Praia Grande é um exemplo a ser seguido. A população compreendeu e o poder público vem fazendo a sua parte. E não falo só em ter emprego e estudar, mas em poder ir a um bar, à praia, passear, conhecer pontos turísticos, enfim, ter acesso como qualquer outra pessoa e ser tratado como um igual. Praia Grande poderia ser hoje um símbolo de como bem administrar respeitando todos os segmentos da população”.

A deputada citou que por muito tempo o deficiente não foi respeitado em sua cidadania. “A ele era oferecida apenas a possibilidade de viver com várias restrições e dado, quando dado, os cuidados necessários para essa sobrevida. Com a ação promovida por diversos agentes, que compreenderam e assumiram a responsabilidade de conscientizar a sociedade, hoje as constituições federal e estaduais têm capítulos que garantem os direitos da pessoa com deficiência”.

Reatech - Destinada a pessoas com deficiências (físicas, mentais, visuais, auditivas e múltiplas), familiares e profissionais da área de reabilitação e inclusão, a Reatech tem como foco principal apresentar novas tecnologias e lançamentos de produtos, equipamentos e serviços, inclusive do exterior.

Segundo informou o presidente do Grupo Cipa, José Roberto Sevieri, que promove o evento, em 2006 a exposição recebeu cerca de 30 mil visitantes e nesta edição, que tem 170 estandes, espera-se aumento de 15% de público.

Além da exposição comercial, a Reatech 2007 tem extensa programação voltada a seu público, como artes cênicas e grupos de dança compostos por pessoas com deficiência, eqüoterapia, galeria de arte, parque infantil, quadras para a prática de esportes e test-drive com veículos adaptados, além de palestras e outras atrações. A feira pode ser visitada das 10 às 19 horas. A programação completa está no site www.reatech.tmp.br/.