Centro oferece testes para Aids, sífilis e hepatites

Aconselhamento e atividades de prevenção são outras frentes de trabalho do CTAP

Por Nádia Almeida | 13/7/2007

Na luta contra a Aids, sífilis e hepatites B e C em Praia Grande, o Centro de Testagem, Aconselhamento e Prevenção (CTAP) exerce papel fundamental. O nome já diz tudo: oferece exames gratuitos para detecção dessas doenças, acolhe os que descobrem que são portadores e desenvolve ações preventivas junto à população. No prédio de fachada discreta, na Avenida Presidente Kennedy, 2.030, bairro Guilhermina, a unidade funciona no primeiro andar. Mas a equipe multidisciplinar também atua em atividades externas, diariamente em prol da conscientização.

Receber a notícia de que se tem Aids é sempre um momento difícil, já que o vírus HIV ainda carrega consigo todo um estigma social. Pode até ser trágico, se a pessoa não tiver quem a oriente. No Centro de Referência em Atendimento à Tuberculose e Hanseníase (Crath), esse apoio começa antes do teste e prossegue até o encaminhamento ao Serviço de Assistência Especializada (SAE), que funciona anexo, no andar térreo, como informa a psicóloga Letícia Zampieri Temaco Lázaro, responsável pelas atividades de prevenção.

Quem chega para fazer os testes mas está em dúvida ou ansioso, tem a opção de passar por psicóloga antes da coleta. “Fazemos esse acolhimento no pré-teste, uma preparação da pessoa. Estamos aqui para recebê-la e ver se ela está no momento certo de testar ou não”, esclarece.

Cartão - Para realizar os exames é preciso apresentar documento de identificação com foto (geralmente carteira de identidade) na recepção. Uma ficha é preenchida e um cartão de agendamento entregue ao usuário, com seu nome completo, data de nascimento, número do registro no serviço e data de entrega dos resultados. Um funcionário do Crath acompanha a pessoa até o SAE, onde as amostras de sangue são colhidas.

Na data marcada para retorno, os resultados são entregues por uma psicóloga, que abre junto o envelope. “Fazemos um levantamento de sua vulnerabilidade e mostramos o que deu”. Quando o resultado se apresenta positivo, uma segunda testagem é feita para confirmação. “Em caso de necessidade, a encaminhamos ao serviço adequado.”

Orientada sobre a doença que possui, a pessoa é acompanhada por um funcionário do Crath até o SAE, onde consultas são agendadas com médico infectologista, psicóloga e assistente social. “Ela sai orientada e se sentindo mais segura”, explica.

Letícia destaca que a testagem é importante para revelar doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), protegendo os parceiros, e iniciar o tratamento o quanto antes. O maior obstáculo no trabalho de conscientização sobre a importância do uso de preservativo e realização de exames é a crença de que se está fora de risco. “Na verdade, todo mundo é vulnerável; qualquer pessoa. Hoje não existe grupo de risco, mas comportamento de risco, e isso qualquer um pode ter, homem, mulher, adolescente, idoso”, alerta.

Preservativos - O Crath também oferece preservativos gratuitos, bem como material informativo com ênfase na utilização desse tipo de contraceptivo, o único capaz de evitar o contágio com as DSTs, além de uma gravidez indesejada. Vale lembrar que as unidades básicas de saúde (Usafas e multiclínicas) também disponibilizam preservativos aos usuários.

A opção para o preservativo masculino, muitas vezes rejeitado pelos homens, é a versão feminina, que confere maior autonomia às mulheres no que se refere à proteção, mas ainda é pouco conhecida. Letícia explica que por ser algo relativamente novo e mais caro que a camisinha tradicional, a feminina exige um cuidado maior na distribuição, exclusiva do Crath.

“Demonstramos e entregamos algumas unidades para a interessada experimentar. Se ela usar e aprovar, faz cadastro e recebe uma cota mensal”, informa. “É uma forma de se prevenir sem ter de convencer o parceiro mais resistente. As mulheres estão aprendendo a usar.”

O atendimento no Crath ocorre de segunda a sexta-feira, das 8 às 15 horas. O telefone é 3473-3351.