Operadora de máquinas vence preconceitos
Aprovada em concurso público, Gleysany trabalha nas praças da Cidade
Por Nádia Almeida | 7/3/2008

Aos 39 anos, a funcionária pública Gleysany de Jesus Cerqueira enfrenta desafios comuns às mulheres da sua geração, como ter de conciliar vida profissional com dedicação aos filhos. A diferença é que, no trabalho, ela exerce uma função atípica no universo feminino. Entre 22 homens lotados na Secretaria de Serviços Urbanos (Sesurb) como operadores de máquinas manuais há apenas duas mulheres. E a pioneira é Gleysany.
A história profissional de Gleysany no funcionalismo de Praia Grande começou em 2000, quando foi aprovada em concurso público. Mas ela só descobriu que teria de trabalhar nas praças quando assumiu o cargo. Mesmo sem ter experiência anterior com trabalho braçal (atuava na área administrativa de um consultório), não se sentiu insegura.
Além do peso da máquina, ela precisou se adaptar aos equipamentos de segurança e às intempéries do tempo - sol ou chuva. “Não sofri brincadeiras do tipo ‘ela não vai conseguir’. Pelo contrário. Falaram que eu me dei melhor que muitos homens”, prossegue. “Muita gente desistiu porque não agüentou. Quando começamos, era uma época de muito calor.”
Embora aparentemente simples, seu trabalho exige muito cuidado em função do alto risco de acidentes, já que a máquina trabalha em velocidade com fio e navalha, podendo despedaçar pedaços de vidros ou pedras durante o corte da grama. “Nossa principal preocupação é não se machucar nem machucar os colegas de serviço”, pontua. Outro problema é o ruído constante. Para se proteger, a operadora usa protetor auricular (um abafador, que previne problemas de audição), protetor visual, luvas, perneiras e avental.
Seu desempenho é reconhecido pelo encarregado das equipes de jardinagem, Carlos Rodrigues Bonito. “Tem duas pessoas que eu admiro profissionalmente: uma é a Gleysany e outra, a Cecília, que trabalha com caminhão”, cita. “Acho que as mulheres são mais dedicadas, têm mais capricho.”
Dupla jornada - Todos os dias, Gleysany cumpre a mesma rotina: chega às 7 horas ao galpão localizado atrás do Cemitério Morada da Grande Planície para pegar os equipamentos que utiliza para se proteger e a máquina que corta grama. Passa o dia cuidando da limpeza de praças públicas, exceto no horário de almoço, até às 17h30, quando retorna ao posto e depois segue para casa, para cuidar de seus dois filhos. “Quando estou de folga, minha diversão é cuidar deles”, frisa.
No relacionamento diário com os colegas, todos se tratam com respeito, segundo ela. “Desde o começo, o pessoal me acolheu muito bem, respeitou meu espaço e me deu força. Não tive dificuldade nenhuma nessa parte”, expõe. O chefe da Divisão de Praças e Áreas Verdes, Marcelus Condé, acrescenta que a servidora desenvolve suas atividades de forma normal, sem diferença em relação aos homens que fazem o mesmo serviço.
Feminilidade - Paramentada com os equipamentos de segurança, somem os contornos do corpo e o rosto da servidora não é visto. Apesar disso, Gleysany não dispensa o brinco – “Não tiro nunca!” – e o batom discreto. “Eu sempre dou um jeitinho de dar meu toque feminino, não para chamar atenção, porque os rapazes me respeitam, mas só para dizer: eu sou mulher”, declara.
No contato com a população, Gleysany diz que as pessoas gostam de saber que uma mulher está zelando pela limpeza das praças e aproveita para fazer um apelo aos donos dos cães no sentido de recolher as fezes de seus animais, evitando sujar o espaço comum. “É terrível. As praças estão ‘bombardeadas’ porque têm muito cocô de cachorro”, lamenta.
Sobre preconceito, a operadora opina: “Acho que ainda existe, por parte de alguns homens que falam que as mulheres estão ocupando o lugar deles. Mas as mulheres respondem que eles é que não estão tendo a capacidade adequada para assumir o papel”, brinca. “Acho que tem espaço para todos, depende só da força de vontade. Tendo isso, você consegue tudo e consegue vencer qualquer obstáculo.”
A história profissional de Gleysany no funcionalismo de Praia Grande começou em 2000, quando foi aprovada em concurso público. Mas ela só descobriu que teria de trabalhar nas praças quando assumiu o cargo. Mesmo sem ter experiência anterior com trabalho braçal (atuava na área administrativa de um consultório), não se sentiu insegura.
Além do peso da máquina, ela precisou se adaptar aos equipamentos de segurança e às intempéries do tempo - sol ou chuva. “Não sofri brincadeiras do tipo ‘ela não vai conseguir’. Pelo contrário. Falaram que eu me dei melhor que muitos homens”, prossegue. “Muita gente desistiu porque não agüentou. Quando começamos, era uma época de muito calor.”
Embora aparentemente simples, seu trabalho exige muito cuidado em função do alto risco de acidentes, já que a máquina trabalha em velocidade com fio e navalha, podendo despedaçar pedaços de vidros ou pedras durante o corte da grama. “Nossa principal preocupação é não se machucar nem machucar os colegas de serviço”, pontua. Outro problema é o ruído constante. Para se proteger, a operadora usa protetor auricular (um abafador, que previne problemas de audição), protetor visual, luvas, perneiras e avental.
Seu desempenho é reconhecido pelo encarregado das equipes de jardinagem, Carlos Rodrigues Bonito. “Tem duas pessoas que eu admiro profissionalmente: uma é a Gleysany e outra, a Cecília, que trabalha com caminhão”, cita. “Acho que as mulheres são mais dedicadas, têm mais capricho.”
Dupla jornada - Todos os dias, Gleysany cumpre a mesma rotina: chega às 7 horas ao galpão localizado atrás do Cemitério Morada da Grande Planície para pegar os equipamentos que utiliza para se proteger e a máquina que corta grama. Passa o dia cuidando da limpeza de praças públicas, exceto no horário de almoço, até às 17h30, quando retorna ao posto e depois segue para casa, para cuidar de seus dois filhos. “Quando estou de folga, minha diversão é cuidar deles”, frisa.
No relacionamento diário com os colegas, todos se tratam com respeito, segundo ela. “Desde o começo, o pessoal me acolheu muito bem, respeitou meu espaço e me deu força. Não tive dificuldade nenhuma nessa parte”, expõe. O chefe da Divisão de Praças e Áreas Verdes, Marcelus Condé, acrescenta que a servidora desenvolve suas atividades de forma normal, sem diferença em relação aos homens que fazem o mesmo serviço.
Feminilidade - Paramentada com os equipamentos de segurança, somem os contornos do corpo e o rosto da servidora não é visto. Apesar disso, Gleysany não dispensa o brinco – “Não tiro nunca!” – e o batom discreto. “Eu sempre dou um jeitinho de dar meu toque feminino, não para chamar atenção, porque os rapazes me respeitam, mas só para dizer: eu sou mulher”, declara.
No contato com a população, Gleysany diz que as pessoas gostam de saber que uma mulher está zelando pela limpeza das praças e aproveita para fazer um apelo aos donos dos cães no sentido de recolher as fezes de seus animais, evitando sujar o espaço comum. “É terrível. As praças estão ‘bombardeadas’ porque têm muito cocô de cachorro”, lamenta.
Sobre preconceito, a operadora opina: “Acho que ainda existe, por parte de alguns homens que falam que as mulheres estão ocupando o lugar deles. Mas as mulheres respondem que eles é que não estão tendo a capacidade adequada para assumir o papel”, brinca. “Acho que tem espaço para todos, depende só da força de vontade. Tendo isso, você consegue tudo e consegue vencer qualquer obstáculo.”