Serviço de coleta de leite humano de PG vai até a casa das mamães doadoras
Veja como doar o líquido fundamental para salvar vidas de recém-nascidos internados
Por: RODRIGO HERRERO MTB: 46.260 | 01/04/2024

Você sabia que Praia Grande possui um Posto de Coleta de Leite Humano que faz um trabalho vital para o combate à mortalidade infantil? O serviço vai até as residências das mamães doadoras e recolhe, semanalmente, o líquido que alimenta bebês prematuros ou de baixo peso internados na UTI Neonatal do Hospital Municipal Irmã Dulce (HMID).
Para doar é muito fácil. A mamãe deve entrar em contato com o Acolhe PG pelo número 3496-5262, de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, por ligação ou mensagem. A equipe vai orientar a doadora e fazer um pré-cadastro.
Em seguida, é agendada uma visita na casa da doadora, onde as técnicas da Secretaria de Saúde Pública (Sesap) de Praia Grande levam um kit para a coleta do leite e são fornecidas todas as orientações para a realização da ordenha. E uma vez por semana, a equipe se dirige até a casa da mamãe para retirar o leite coletado e entregar um novo kit higienizado.
O Posto de Coleta possui uma sede física para as mamães que desejarem doar o leite no local ou mesmo tirar dúvidas presencialmente com a equipe, composta por médico pediatra, enfermeiro e nutricionista. A unidade fica no Centro Especializado em Reabilitação (CER), na Av. Dr. Roberto de Almeida Vinhas, 8.813, Bairro Mirim, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 17h.
“Cada gotinha de leite doado é fundamental porque cada mililitro é um bebê que conseguimos alimentar na UTI Neonatal. As mães não precisam sair de casa para fazer a doação, nossa equipe vai até a residência delas em todos os momentos. É bem prático e salva vidas”, enfatiza a coordenadora do Posto de Coleta de Leite Humano, Nathamy Jannuzzi, que também é especialista em obstetrícia pelo Hospital Albert Einstein.
Processo – O leite humano doado é armazenado em caixas térmicas com temperatura adequada e levado para o Banco de Leite Humano de Peruíbe, parceiro neste projeto. No local são feitas análises físico-químicas e microbiológicas e o leite é pasteurizado (processo térmico que garante a qualidade do leite e mata microorganismos que poderiam causar doenças).
Na sequência, o material é encaminhado para uma extensão do Posto de Coleta existente dentro do Hospital Municipal Irmã Dulce. No local ocorre o porcionamento e a distribuição do líquido para os bebês da UTI Neonatal.
Incentivo à Amamentação – Outro serviço de destaque na área é o Disque Amamentação, disponível para as mulheres tirarem dúvidas com profissionais capacitados. O atendimento ocorre pelo Acolhe PG no telefone 3496-5262, de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, por ligação ou mensagem.
O Acolhe PG desenvolve ainda o projeto Abordagem Precoce, em que técnicos contatam as mães logo após a alta hospitalar para tirar dúvidas sobre a amamentação. Esse acompanhamento ocorre também em outros períodos até os três meses do parto, visando evitar o desmame precoce.
Outras ações – As Unidades de Saúde da Família (Usafas) realizam ações de conscientização sobre o tema junto às gestantes e às novas mamães. Isso ocorre porque nas unidades a mãe e o bebê recebem acompanhamento desde a confirmação da gravidez até o nascimento, no parto, e também nos primeiros anos de vida da criança. Na Maternidade do Hospital Irmã Dulce também é incentivado o aleitamento materno desde os primeiros momentos do bebê, com equipe capacitada para dar as orientações para a mãe.
Dados – A amamentação é recomendada pelo Ministério da Saúde para crianças pelo menos até dois anos ou mais, sendo, de maneira exclusiva, até os seis meses. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), cerca de 6 milhões de vidas são salvas todos os anos devido ao aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de idade.
Mortalidade infantil – Todo esse trabalho de incentivo à amamentação, aliado a outras medidas adotadas para o bem-estar da gestante e do bebê tem levado à redução dos índices de mortalidade infantil. Praia Grande encerrou 2023 com uma taxa de 9,3 mortes a cada mil nascidos vivos. Esse registro de apenas um dígito é o menor índice de mortalidade infantil da história do Município.