Corredor eterniza na ‘pele’ a 1ª Maratona Internacional de Praia Grande
Rafael Visgueira fez uma tatuagem para festejar os 42 quilômetros completados
Por: PEDRO SBRAVATTI MTB: 35.768 | 26/06/2025

Momentos especiais merecem ser eternizados. E existem muitas formas de guardar para sempre esses instantes únicos. Alguns escolhem as fotos, outros apelam para os vídeos, tem quem busque um souvenir como, por exemplo, um imã de geladeira. O corredor Rafael Visgueira da Costa foi além. O atleta decidiu eternizar sua participação na 1ª Maratona Internacional de Praia Grande na própria pele, com uma tatuagem. Uma comemoração singular proporcional ao feito heroico que foi completar os 42 quilômetros da prova.
Um sol acompanhado de um coqueiro, o nome da prova, a quilometragem percorrida, a data do evento esportivo (15/06/25) e o tempo de 04:04:26, marca alcançada por Visgueira ao final da Maratona, fazem parte da arte eternizada no antebraço do atleta. O desenho foi produzido pela tatuadora, Amanda Araújo, do Studio Radha tattoo e piercing, em São Paulo. A sessão ocorreu uma semana depois da corrida em Praia Grande.
“Completei em Praia Grande a minha sexta maratona. Toda vez que cruzo a linha de chegada é algo único, especial. Desde que fiz minha primeira maratona, a de São Paulo, decidi eternizar essas conquistas na pele, por ser um desafio muito significativo”, explicou o maratonista, que reside no bairro São Mateus, zona Leste de São Paulo.
Natural de Teresina, Piauí, Visgueira é professor de educação física. Aos 39 anos, o atleta começou a correr em 2020, em meio a pandemia da COVID-19. O que era uma saída para se manter ativo rapidamente se transformou em paixão, daquelas arrebatadoras. Algo impossível de se voltar atrás. “Com o fechamento das academias, foi uma alternativa que encontrei e que serviu como válvula de escape. Algo bom para a saúde e a mente. Um caminho sem volta”, brincou.
Os pequenos trajetos foram substituídos progressivamente por novos e maiores desafios. Treinamentos cada vez mais intensos e específicos foram adaptados a rotina do dia a dia. Quando percebeu, Visgueira já estava correndo a primeira maratona. Daí para frente superou as longas distâncias nas provas de São Paulo, Floripa, SP City, Rio de Janeiro e, agora, Praia Grande. Vitórias pessoais celebradas com tinta, o barulho da máquina de tatuar e a dor viciante da agulha rompendo a pele.
“A cada maratona finalizada me descubro mais como pessoa, como ser humano. Aprendo muito a cada linha de chegada cruzada. A maratona te ensina a ser disciplinado, honesto consigo mesmo, resiliente e bondoso com o próximo. É algo transformador e que tem me ajudado muito”, comentou o corredor.
A ligação com Praia Grande vem de longa data e também é uma marca em sua trajetória, assim como a nova tatuagem. Visgueira recordou com alegria e um tom nostálgico que a praia da Cidade foi a primeira que viu na vida. O encontro com a orla praia-grandense ocorreu em meados de 1998, quando sua família se mudou e passou a morar em São Paulo.
Sobre o desempenho na 1ª Maratona Internacional de Praia Grande, o corredor explicou que vinha fazendo uma boa prova até o quilômetro 28. Foi quando sentiu alguns sintomas de câimbra que o incomodaram bastante. Por conta disso teve que diminuir o ritmo. Mas nem mesmo dores mais fortes o fizeram desistir e parar no meio do caminho. Visgueira completou os 42 quilômetros em pouco mais de 4 horas.
“Completar uma maratona é sempre uma conquista maravilhosa. Viver mais esse momento em Praia Grande foi incrível. A Cidade entregou para os corredores uma ótima estrutura, com muitos pontos de água e isotônicos, algo difícil em algumas provas. Staff excelente indicando o percurso. Valeu demais! Ano que vem estou de volta”, afirmou o maratonista.