Dia Internacional da Mulher: Guardiã Maria da Penha salva vidas e devolve esperança a atendidas de PG

Grupamento faz importante trabalho com vítimas de violência doméstica

Por: LUDMILA PILIPAVICIUS MTB: 29.204 | 07/03/2025

Fotos: Fred Casagrande


 

Em meio a tantas reflexões que o Dia Internacional da Mulher traz atualmente quando a data se aproxima, a esperança de uma vida longe de agressões, privações, humilhações e medo é o principal sentimento das atendidas do Guardiã Maria da Penha, grupamento especializado da Guarda Civil Municipal (GCM) de Praia Grande, que atua no acompanhamento de mulheres vítimas de violência doméstica. Graças ao trabalho das equipes, estas mulheres conseguem, agora, enxergar a possibilidade de serem felizes novamente, principalmente por estarem vivas. E isso, por si só, é motivo de muita comemoração.

 

O Guardiã Maria da Penha teve início em Praia Grande em dezembro de 2023 e, atualmente, acompanha 43 mulheres com medidas protetivas vigentes. Porém, neste período, 275 mulheres foram encaminhadas e 123 vítimas foram assistidas. Isso significa dizer que estas mulheres passam a ter um acompanhamento diário e muito próximo das equipes. Além de visitas às casas destas mulheres, os guardas fazem rondas na porta da escola dos filhos, próximo ao trabalho delas, e muitas vezes também ficam responsáveis por providenciar documentações, encaminhar a serviços municipais como o Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) ou Ongs e outras entidades, como Defensoria Pública e Ministério Público.

 

Duas destas mulheres contaram um pouco da importância do grupamento em suas vidas com o objetivo de incentivar outras mulheres que, infelizmente, estejam passando por situações semelhantes as delas. “Não sei o que teria acontecido comigo se não fosse o Guardiã Maria da Penha. Sofri uma tentativa de feminicídio e só me senti mais segura depois que passei a ser acompanhada por eles. São anjos da guarda ”, revelou uma delas.

 

Emocionada, a outra jovem mulher chora ao lembrar de tudo que passou, mas sorri, com um certo alívio, falando do trabalho do grupamento Maria da Penha. “As equipes contam sempre com uma guarda, uma mulher, com quem nos sentimos mais à vontade para contar o que nos aconteceu. É um diferencial que dá confiança e segurança para nós”.

 

A guarda municipal Paiva, que está desde o início no programa, explica que o objetivo é garantir que a decisão da Justiça não seja apenas um papel, mas também resgatar a autoestima dessas mulheres, mostrar novos caminhos. “Quando elas percebem esse acolhimento, se sentem mais seguras e confiantes para retomar a vida da forma mais normal possível. E isso é extremamente gratificante para nós”.

 

Outro importante recurso de que essas mulheres também dispõem é um aplicativo, o PG+Segura, que conta inclusive com um botão de pânico, que monitora a localização das atendidas em tempo real. “Caso seja preciso acioná-lo, a viatura da GCM mais próxima vai atender imediatamente e o acompanhamento será feito pelo Guardiã. Graças ao botão do pânico, já realizamos algumas prisões em flagrante por descumprimento de medida protetiva”, destaca Paiva. Ao todo, já foram 37 prisões efetuadas pelo grupamento.

 

É importante destacar ainda que qualquer mulher em situação de violência doméstica pode denunciar também pelo telefone 153, da Guarda Civil Municipal.