Em período que aumenta risco de infarto, PG destaca rede estruturada para atender população

Equipamentos contam com telemedicina e protocolo que garante agilidade no atendimento

Por: RODRIGO HERRERO MTB: 46.260 | 14/07/2025

Foto Richard Aldrin / Prefeitura de Praia Grande


 

A chegada do inverno e o aumento do frio trazem preocupações também com a saúde do coração. Isso porque, nesse período de baixas temperaturas, aumenta o risco de infarto em até 30%, segundo informações do Instituto Nacional de Cardiologia (INC). Portanto, é preciso tomar alguns cuidados no dia a dia e, se for preciso, buscar a rede de Urgência e Emergência de Praia Grande, que está preparada para atender ocorrências cardíacas.

 

Os especialistas explicam que o frio causa a vasoconstrição (estreitamento) dos vasos sanguíneos, visando preservar o calor corporal. Outra situação comum é as pessoas beberem menos água nessa época do ano, o que deixa o sangue mais viscoso. Tudo isso pode levar a um maior esforço para o coração bombear o sangue pelo corpo, o que pode causar problemas mais sérios, especialmente em pessoas com fatores de risco. Estão nesse grupo pessoas com hipertensão, diabetes, colesterol elevado, fumantes e idosos, além de pacientes com histórico de doenças cardiovasculares.

 

O que fazer – Para enfrentar esse cenário, Praia Grande possui uma estrutura diferenciada em acolhimento de paciente com sintomas que pode indicar Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) ou qualquer outro problema cardíaco. O Pronto-Socorro Central, no Bairro Guilhermina, e as Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) Samambaia e Quietude estão capacitadas para atender rapidamente o paciente com episódio cardíaco e, se necessário, encaminhar para o Hospital Guilherme Álvaro (HGA), em Santos, serviço de referência regional determinado pelo Governo do Estado para a realização do cateterismo de urgência em casos de paciente com IAM.

 

Prioridade – O atendimento do paciente que chega às unidades de urgência e emergência de Praia Grande com dor no peito é priorizado desde o seu início. No PS Central e na UPA Samambaia, o totem de atendimento tem o botão “dor no peito/derrame”, que, quando essa opção é escolhida, já coloca o indivíduo como prioridade. Em seguida, a pessoa é direcionada à sala de classificação de risco com a enfermagem que vai seguir um protocolo para confirmar ou não a suspeita. Após a avaliação dos sinais vitais e a coleta de informações, em caso positivo, o paciente é encaminhado diretamente ao leito exclusivo de investigação de dor torácica que fica na sala de emergência da unidade. Já os casos em que o paciente é levado à unidade por uma ambulância, ele chega direto à sala de emergência e já é direcionado ao leito para a investigação da dor torácica, onde é realizado um eletrocardiograma. Na UPA Quietude, o paciente é priorizado na classificação de risco, quando a equipe de enfermagem identifica a necessidade e já encaminha o paciente para a sala de emergência para iniciar os procedimentos necessários.

 

No PS Central e na UPA Samambaia há um incremento com a possibilidade de um atendimento por telemedicina. Isso porque, o mesmo exame é enviado pelo computador do aparelho para uma equipe de cardiologistas em São Paulo que faz a análise do exame, emite o laudo e está de prontidão para discutir o caso com a equipe que está in loco, se necessário. No PS Central o exame é enviado a uma equipe do HCor, enquanto na UPA Samambaia, o eletrocardiograma é avaliado por uma equipe do Beneficência Portuguesa de São Paulo.

 

“Nós temos um fluxo bem estabelecido dentro das unidades para atender os pacientes com suspeita de infarto. O protocolo de dor torácica determina que um eletrocardiograma deve ser feito em até 10 minutos a partir da chegada do paciente e prontamente avaliado pelo médico da Sala de Emergência. É uma meta de atendimento a ser cumprida para garantir o rápido diagnóstico e tratamento das doenças cardíacas, evitando ou reduzindo as lesões causadas ao músculo cardíaco pelas obstruções coronarianas (artérias que nutrem o coração). O eletrocardiograma também é mandado para uma central onde um cardiologista lauda o exame e, em casos de alterações agudas, ainda solicita um contato via teleconferência para discussão do caso”, explica Guilherme Poncetti, coordenador médico de Urgência e Emergência do Complexo Hospitalar Irmã Dulce (CHID), gerido pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM).

 

Após a confirmação do IAM, há dois caminhos para o paciente e tudo é definido da forma que proporcione a assistência mais rápida e adequada diante de um caso dessa gravidade. O protocolo regional é o encaminhamento ao Hospital Guilherme Álvaro. “Se temos condições de encaminhá-lo ao Hospital Guilherme Álvaro em até 120 minutos ele vira prioridade, mas tal fato depende de fatores que são avaliados na hora, tais como disponibilidade de ambulância com tempo-resposta compatível, disponibilidade da Hemodinâmica do HGA, entre outros. Caso não seja possível levá-lo nesse tempo até a referência pactuada para a realização do cateterismo de emergência, o paciente é então submetido à uma trombólise dentro da própria unidade, ou seja, é administrada via endovenosa uma medicação cujo objetivo é desobstruir de forma química a artéria comprometida”, destaca Poncetti.

 

Nesse caso, as três unidades de urgência e emergência do Município possuem o medicamento trombolítico, utilizado para desfazer o coágulo que está obstruindo o fluxo de sangue nas artérias coronárias. “De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, nós temos um tempo de até 30 minutos para começar a trombólise, sendo que, quanto antes reestabelecida a circulação, menores são os danos ao músculo cardíaco, o que leva a um menor impacto negativo de longo prazo na vida do paciente”, declara Poncetti.

 

Essa medida se soma às outras enfocadas no cuidado urgente de pacientes com problemas cardíacos, como a disponibilidade do marca-passo transvenoso temporário, a única cidade da Baixada Santista a oferecê-lo em todas as suas unidades externas de pronto-atendimento, fortalecendo a assistência da população que necessita de assistência. “Praia Grande sempre estrutura seus serviços para ofertar a melhor condição do paciente e, com isso, reduzir os indicadores de mortalidade em doenças cardiovasculares. É um propósito desta gestão investir maciçamente, em parceria com o Estado, para ampliarmos e melhorarmos cada vez mais a nossa assistência”, enfatiza o secretário de Saúde Pública de Praia Grande, Isaías Lima.

 

Dicas – Para evitar o risco de infarto e não precisar utilizar o serviço de urgência e emergência da Cidade, o munícipe pode tomar algumas atitudes simples de prevenção e cuidado com sua própria saúde. Por exemplo, ao sair de casa, mantenha-se bem agasalhado. Mesmo com menos sede, beba água, pois é importante manter-se hidratado. Fuja do sedentarismo! Faça exercícios físicos regularmente, mesmo dentro de casa. Manter uma alimentação equilibrada e pouco gordurosa mesmo no frio também é fundamental, privilegiando frutas, verduras e legumes, sem cair na tentação de alimentos mais calóricos.

 

Outra orientação dos especialistas é seguir tomando suas medicações regularmente e, quem tem comorbidades, manter controladas a pressão arterial, glicemia e colesterol. E procure a Unidade de Saúde da Família (Usafa) para fazer o seu acompanhamento de saúde, se manter saudável e evitar algo pior no futuro.