Histórias de superação marcam a 1ª Maratona Internacional de Praia Grande

Muito corredores foram as lágrimas ao completarem a prova

Por: PEDRO SBRAVATTI MTB: 35.768 | 16/06/2025

 

A imagem emocionou o público que acompanhava a chegada da 1ª Maratona Internacional de Praia Grande. O corredor santista, Diego Araújo, cruzou a linha final carregando no colo o seu filho de pouco mais de um ano de vida, Benjamin. Após vencer com bravura os 42 quilômetros da prova principal, o atleta não resistiu a fofura do pequeno e foi as lágrimas ao abraça-lo e beijá-lo. O público se deliciou com a cena e aplaudiu a dupla, que viveu um momento especial, inesquecível e repleto de amor.

 

“Foi uma emoção absurda cruzar a linha de chegada com o meu filho. Não consegui conter o choro. A gente chega ao final de uma maratona com as emoções afloradas por causa do esforço físico, quando peguei ele no colo eu não aguentei. Desde o primeiro quilômetro corri pensando nesse momento. Tudo isso aqui ficará eternizado e lá na frente vou mostrar a foto para ele”, disse Araújo, todo orgulhoso com Benjamin no colo.

 

O santista contou que iria disputar a maratona do Rio de Janeiro, mas decidiu mudar o planejamento para ter essa oportunidade de correr em Praia Grande diante do filho. “O Benjamin tem um ano e é a primeira vez que ele vem me ver correr. Essa Maratona Internacional de Praia Grande marca também meu retorno a este tipo de prova. Fazia um tempo que não disputava. Estou muito feliz e agradecido”, destacou, ainda tentando controlar a emoção e sem desgrudar um segundo sequer do filho.

 

Assim como essa história que uniu pai e filho, a 1ª Maratona Internacional de Praia Grande foi palco para inúmeros cenas de superação e amor ao esporte. Sorrisos, lágrimas, abraços, gritos, rostos com expressões de dor e atletas extenuados. Corredores vivenciando a saborosa sensação de triunfo que tomava conta de cada um após cruzarem a linha de chegada.

 

A linda medalha com formato de concha ostentada no peito significava a materialização de uma vitória pessoal. Superar o percurso proposto inicialmente, independente do trajeto de 42, 21, 10 ou 5 quilômetros, foi a senha para o despertar das comemorações e daquele sentimento de ‘valeu a pena’ todo esforço ao longo dos treinamentos.

 

E para a ampla maioria dos mais de 7 mil corredores que estiveram em Praia Grande no último domingo (15), não importava o tempo no cronômetro ou colocação, apenas chegar ao final e completar o desafio era o bastante. Esse foi o caso do autônomo, Sivuca Correia, que utilizou o esporte como ferramenta para vencer um adversário cruel, perigoso e ceifador de vidas: o vício nas drogas e álcool.

 

“São 27 anos sem usar drogas. Esporte é vida, qualidade e saúde. Estava mergulhado no mundo obscuro das drogas e eu achei que ia morrer. Mas o esporte mudou a minha vida. Completei aqui em Praia Grande 42 quilômetros. Estou muito feliz. Agradeço a minha família e amigos. Eu estava perdido. Quero deixar uma mensagem: se eu consegui, você também pode”, declarou o corredor, vitorioso no esporte e na vida.  

 

Atletas fantasiados com ‘looks’ produzidos especialmente para a prova, roupas com combinações em diversos tons coloriram as ruas de Praia Grande. Um corredor aproveitou a oportunidade para chamar a atenção de todos sobre a importância de se preservar o meio ambiente e os recursos naturais. Para isso, o modelito escolhido contava com um macacão laranja com diversas garrafas de plástico penduradas. Por onde passou recebeu o apoio das pessoas.

 

A ‘turminha’ da melhor idade também marcou presença no evento esportivo em solo praia-grandense. Muitos corredores desta faixa etária não se intimidaram e toparam os desafios principais, ou seja, as provas de 42 e 21 quilômetros, percursos que exigem constantes cargas de treinamentos e uma condição física plena.

 

“Esporte é vida. Essa ideia de uma Maratona em Praia Grande foi ótima. Não troco minha corrida por nada. Quem fica sentado na frente da televisão perde tempo e qualidade de vida. Agora, é descansar e nos próximos dias já estarei pronto para outra”, brincou o paulista, Gabriel Marquiseo Neto, que aos 63 anos superou todos os desafios e particularidades de uma prova tão longa com 42 quilômetros.