Dança típica celebra 100 anos de imigração

Grupo já se apresentou para príncipe Nahurito no Sambódromo

Por Lorena Flosi | 8/7/2008

Quando Kazuko Oshiro veio para o Brasil, aos nove anos, deixou para trás alguns amigos, belas praias, a escola e as danças típicas do arquipélago que nunca esqueceu, Okinawa. Hoje, o cultivo dos costumes torna a ilha mais próxima dela e de outras 18 isseis (nascidas no Japão), que todas semanas se reúnem para relembrar danças típicas da terra natal. O grupo, que se apresentou para o príncipe Nahurito durante sua estadia no Brasil, agora ensaia para a comemoração aos 100 anos da imigração japonesa do Município, que terá o ponto alto na última semana de setembro.

“Cada dança tem um significado”, esclarece Kazuko, presidente da Associação de Senhoras de Okinawa. “Há a dança da prosperidade, do amor, da celebração de algum motivo ou data especial. Encenaremos muitas delas em setembro. Serão números diferentes dos apresentados ao príncipe Nahurito”, esclarece Kazuko, referindo-se ao evento que reuniu 200 dançarinos no sambódromo do Rio de Janeiro.

Com reuniões semanais, o grupo de dança não tem intenções profissionais, nem sequer um nome. Há 20 anos, essas senhoras com idade entre 60 e 80 anos se reúnem pelo simples prazer de dançar e cultivar a cultura e os costumes. Com a vinda do príncipe do Japão para o Brasil, surgiu o convite para integrar o corpo de 200 bailarinos que se apresentaram para Nahurito no Rio de Janeiro. Kazuko conta que as integrantes do grupo adoraram a experiência. “Foi ótimo. Logo depois, veio o convite para as apresentações em Praia Grande. Estamos mantendo nosso ritmo de duas horas de ensaio por semana. Acho que em setembro, vamos estar muito bem. Afinal, são 20 anos ensaiando!”, brinca.

Promovido pela Secretaria de Cultura e Eventos (Secult), o evento em comemoração aos 100 anos da imigração japonesa terá ponto alto na última semana de setembro. Reunirá apresentações de dança, teatro e artes marciais, além de exposições e oficinas. O grupo de 20 mulheres nipônicas do qual Kazuko faz parte apresentará 18 números, entre eles o Medetai Bushi, dançado apenas em ocasiões festivas especiais. Nesse caso, em comemoração ao centenário da imigração.

Outra apresentação que deve agradar ao público é o Asadoya-Yunta, a dança da celebração do amor. “Cada número virá acompanhado de uma explicação acerca de seu significado.