Placas de ruas trazem nomes dos novos bairros

Desconhecimento leva munícipes a questionar nomes que aparecem na sinalização

Por | 22/10/2008

As placas do novo sistema de identificação de ruas de Praia Grande trazem o nome do bairro de acordo com o Plano Diretor que redefiniu a divisão geográfica do Município em 2006. Essa alteração dobrou o número de bairros, passando de 16 para 32. A instalação da sinalização teve início em setembro. O desconhecimento sobre mudanças na denominação de alguns bairros está provocando questionamentos de munícipes. Preocupado, o secretário de Trânsito e Transportes, Antônio Freire de Carvalho Filho, orientou os funcionários responsáveis pela colocação das novas placas a falar sobre a alteração e a indicar as fontes de informação sobre as novas divisas geográficas e denominações dos núcleos populacionais.

“O interessado não precisa se dirigir à Prefeitura para conhecer o novo ordenamento dos bairros. Pode fazê-lo pela internet. No site oficial, www.praiagrande.sp.gov.br, logo na primeira página, pode acessar o mapa da Cidade e as novas denominações. Se quiser saber detalhes das novas divisas, clicando em “legislação”, deve acessar a Lei Complementar nº. 473, da revisão do Plano Diretor da Cidade para o período de 2007 a 2016. Um dos anexos da lei traz as delimitações dos bairros, ou seja, onde começa e termina cada um dos 32 núcleos do Município”, detalhou Freire.

Rumo – Reivindicada pela comunidade, a colocação de novas placas faz parte do Projeto Rumo, que identifica os bairros do Município por meio de cores. Essa nova etapa do projeto tem placas que facilitam a visualização dos nomes de ruas e avenidas a partir de layout maior, mais claro e de material refletivo. O primeiro lote, de 2.700 placas, já foi instalado. Até o final do ano devem ser instaladas 8.500 placas, beneficiando todos os bairros da Cidade. A prioridade é para grandes avenidas, principais acessos aos bairros e marginais à Via Expressa Sul e à Rodovia Padre Manoel da Nóbrega.

As placas trazem no rodapé uma faixa com a cor correspondente ao bairro, conforme o Projeto Rumo, alterado em função da redefinição geográfica. “Na parte superior, em destaque, está o nome popular da via, em letras maiores, para favorecer a visualização. Logo abaixo, vêm o nome completo e o primeiro e último número da quadra”.

Há ainda o nome da concessionária de energia elétrica que atua naquela região, bem como número de telefone para atendimento ao público. “Assim reafirmamos nossa parceria com as concessionárias, que cedem o poste para instalarmos a sinalização. Caso contrário, teríamos de investir em postes e braçadeiras, o que triplicaria os custos”, comenta Freire. A primeira fase do projeto tem custo em torno de R$ 800 mil.

Outra vantagem do ponto de vista econômico é o material escolhido para a fabricação das placas. O substrato de fibra estrutural tem garantia mínima de cinco anos e valor baixo para revenda. As placas antigas são feitas de metal, ferro galvanizado ou alumínio, materiais muito visados por marginais. As novas placas trazem ainda sistema de fixação por braçadeiras e fita inox. “No sistema antigo, a sinalização era colada, o que a inutilizava no caso de troca do poste”, comenta o secretário. “O material é também antipichação. Sua limpeza pode ser feita de forma simples, barateando o custo de manutenção”.

Pioneirismo – Implatado em 1993, na administração do atual prefeito Alberto Mourão, o Projeto Rumo foi criado anos antes por Freire, com o nome de “Localize-se”. O objetivo era facilitar a localização para moradores e turistas. “Por ser uma cidade longitudinal, Praia Grande não oferece pontos de referência”, explica o secretário. “Em outra cidade, a geografia dá uma indicação, como uma ilha ou um rio. Praia Grande possui 22,5 quilômetros de praia em extensão única, sem acidentes naturais que sirvam como referência. Com a divisão por cores, fica fácil saber em qual bairro você está.”

Segundo o secretário, quando criada, a divisão por cores era inédita: “Pelas pesquisas que fiz, não havia projeto semelhante em nenhum País. A prática era adotada apenas por linhas de metrô e grandes shoppings, para facilitar a localização dos usuários e consumidores. Hoje, o uso de cores em bairros passou a ser mais comum nas cidades. São Paulo adotou cores para identificar regiões geográficas da Cidade, seguindo o padrão que era usado apenas pelo departamento de Trânsito, nos ônibus coletivos”.

O sucesso da iniciativa, então pioneira no Brasil, teve grande repercussão. A Cidade recebeu diversas delegações de outros municípios, repassando informações. Freire conta que depois de Praia Grande, centenas de cidades pelo Brasil implantaram a idéia. “Sentimos-nos honrados e orgulhosos pela manifestação de apoio e reconhecimento do projeto, o que nos entusiasma sempre para o trabalho e nos incentiva a fazê-lo cada vez melhor.”

Decorridos 15 anos da implantação, o projeto ganha impulso com a implantação do novo sistema de sinalização. Com a faixa na cor correspondente ao bairro tendo posição de destaque nas placas, o morador, pedestre ou motorista, saberá quando mudou de bairro mais facilmente. Freire explicou que o serviço será feito de forma ininterrupta até o final do ano.

Bairros - Coordenada pela Secretaria de Planejamento Estratégico e Gestão (Seplan), a revisão do plano, em relação à nova denominação dos bairros, resultou no desmembramento de grandes áreas. Trevo, por exemplo, agora se transformou nos bairros Esmeralda, Samambaia, Ribeirópólis e Andaraguá; e Solemar II em Princesa, Serra do Mar, Imperador e Cidade da Criança.

Os demais bairros são: Canto do Forte, Boqueirão, Guilhermina, Aviação, Tupi, Ocian, Mirim, Maracanã, Caiçara, Real, Flórida, Solemar, Melvi, Nova Mirim, Anhanguera, Quietude, Tupiry, Santa Marina, Antártica, Vila Sônia, Glória, Sítio do Campo, Xixová e Militar.

Freire informa que a reorganização teve como base a análise de vários fatores, como o intenso crescimento demográfico e a forma como a população identifica a região onde mora. A maior preocupação da nova denominação foi obedecer à tradição popular.

Para a definição das novas denominações, a Seplan realizou pesquisa nos locais e propôs nomes de acordo com a forma como são conhecidas por seus moradores. Freire citou alguns exemplos: “Até dezembro, um morador do Bairro Trevo dizia que vivia no Samambaia e outro que residia no Ribeirópolis; na realidade, denominações de antigos loteamentos, mas o nome correto do bairro era Trevo”.

Do outro lado da Cidade, o mesmo acontecia: “Também o morador do Boqueirão dizia que residia no Canto do Forte. O fato é que não tínhamos esse bairro. Era tudo Boqueirão”.

Freire explicou que o nome dado é, geralmente, o de um morador antigo ou de um loteamento mais expressivo, “refletindo algum aspecto histórico ou cultural da localidade”. Na pesquisa, o nome escolhido para cada bairro teve média de 80% de aprovação.

Cores – Em quase toda a sua totalidade, os bairros que já existiam oficialmente tiveram mantidas as cores da primeira versão do Projeto Rumo. Assim, por exemplo, Ocian permanece como amarelo e Tupi como verde. O Boqueirão, que era laranja, cedeu essa cor para o Canto do Forte, dele desmembrado e que passou a ser lilás claro. O Guilhermina mantém a cor azul, e o Aviação, vermelho.

Os demais têm cores em tons diferentes (a tonalidade não tem nome oficial). São elas: Mirim, azul-água; Maracanã, verde-claro; Caiçara, roxo; Real, verde ou azul-turquesa; Flórida, verde-água; Solemar, azul-piscina; Cidade da Criança, verde-claro; Princesa, terracota; Imperador, lilás; Melvi, verde-escuro; Samambaia, gelo; Esmeralda, azul; Ribeirópolis, vermelho-claro; Andaraguá, mostarda; Serra do Mar, verde-claro; Nova Mirim, roxo; Anhanguera, amarelo-escuro; Santa Marina, rosa; Quietude, azul-claro; Tupiry, marrom; Antártica, verde-musgo; Jardim Gloria, pastel; Vila Sônia, amarelo-escuro; Sitio do Campo, verde-limão; Xixová, cinza e Militar, verde.