Câncer de Mama: “Perder tempo é perder vida”, alerta mastologista
Semana Municipal da Saúde Mamária precede Mutirão Estadual de Mamografia
Por Nádia Almeida | 30/10/2008
Foto Indisponivel
Na próxima semana, de 3 a 7 de novembro, as 20 unidades básicas de saúde de Praia Grande promovem palestras sobre a importância da detecção precoce do câncer de mama e como fazer o auto-exame.
Os eventos fazem parte da Campanha de Saúde Mamária, iniciativa da Secretaria de Saúde Pública (Sesap) que precede o VIII Mutirão Estadual de Mamografia, dia 29, cujos agendamentos para o exame serão feitos de 12 a 19 mês em três clínicas da Cidade (Centro Integrado de Diagnóstico, Moura Gogliano e Cedial, no Bairro Boqueirão).
O mastologista Marco Antonio Dugatto, que atende no Centro de Especialidades Médicas, Ambulatoriais e Sociais (Cemas), reforça que o diagnóstico precoce aumenta as chances de êxito no tratamento do câncer. “Perder tempo é perder vida”, alerta. “As mulheres devem deixar de lado os preconceitos e o medo, procurando atendimento médico para fazer os exames de rotina, como a mamografia e a ultra-sonografia.”
A Sesap realiza mamografia como exame de rotina, dentro dos critérios estabelecidos. O exame é indicado para mulheres com idade superior ou igual a 35 anos, com antecedente familiar de câncer de mama (mãe, irmã ou filha) e que nunca realizaram mamografia ou quando a mais recente foi feita há mais de um ano; para as com 40 anos ou mais de idade, que nunca passaram por mamografia ou fizeram a última há mais de um ano; e também às que apresentarem sintoma ou alteração em exame anterior, sem que estejam sendo clinicamente acompanhadas. Já a ultra-sonografia é voltada a pacientes com menos de 30 anos com sintomas ou como complementação de uma mamografia pré-existente.
Toque - “O auto-exame também é muito importante”, prossegue. Mas além do receio de encontrar nódulos ou outra anormalidade nas mamas, muitas mulheres não têm intimidade com seu próprio corpo para se tocar e se sentem constrangidas em fazer o auto-exame. “Elas têm vergonha, principalmente as mais humildes”, observa Dugatto.
Esse procedimento simples de apalpar as mamas deve ser feito por toda mulher com mais de 15 anos de idade. “No chuveiro, com um braço na nuca e outro na mama, ela deve dedilhá-la de fora para dentro, como se estivesse tocando um piano, da axila até a auréola. Depois, deve fazer o mesmo do lado oposto e repetir o processo deitada”, explica.
Segundo o médico, o auto-exame deve ser realizado de 7 a 10 dias após a menstruação. “Mulheres que retiraram o útero ou as que pararam de menstruar com a menopausa devem fixar um dia no mês e fazer sempre naquele dia”, prossegue. Se sentir caroço, nódulo, pele retraída e perceber qualquer outra mudança, como alteração de coloração ou inversão ou retração de mamilo, a pessoa deve procurar rapidamente o serviço de saúde.
Benignos - Encontrar um nódulo na mama não é sentença de morte. Dugatto salienta que 90% dos casos que chegam a ele, encaminhados pelas unidades básicas de saúde, são de tumores benignos. “Na maioria das vezes, o nódulo não é câncer. Não precisa ser retirado, bastando fazer o controle.”
O total de resultados de mamografias feitas pela Sesap confirma o que o médico frisa: grande parte dos nódulos é benigna. Entre os malignos, os números apontam uma redução ano a ano. A sigla Bi-Rads® (Breast imaging reporting and data system) é usada para definir seis graus (de 0 a V), que vão de interpretação inconclusiva à lesão maligna, sendo que IV e V referem-se aos mais graves. De 4.267 mamografias feitas em 2007, 20 foram Bi-Rads IV e 15 Bi-Rads V. Neste ano, até setembro, das 3.422 mamografias realizadas, 15 apresentaram Bi-Rads IV e apenas cinco Bi-Rads V.
Casos confirmados são encaminhados para o Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, referência regional. De acordo com a gravidade do caso, a equipe médica se decidirá pela retirada total (mastectomia) ou parcial da mama afetada. “Hoje já se pode reconstruir a mama na mesma cirurgia de retirada”, cita o mastologista. O tratamento poderá ser por quimio e radioterapia ou terapia hormonal. Mais avançadas, as drogas atuais apresentam menos efeitos colaterais.
Informação - Dugatto aconselha o público feminino a participar das palestras da Semana de Saúde Mamária e a obter informações sobre a doença para desfazer mitos. “Bem informadas, elas deixam de pensar que todo câncer mata e que quimioterapia é o fim da linha”, relata. Ele também sugere a participação da paciente com diagnóstico confirmado em grupos de apoio, como o Estrela da Mama, de Praia Grande.
Outra recomendação do médico é que a paciente procure ajuda especializada. “O mastologista é o especialista indicado e saberá como agir correta e rapidamente, evitando, por exemplo, uma biópsia desnecessária, que poderá complicar o diagnóstico no futuro”, esclarece.
Praia Grande registrou 14 óbitos de mulheres por neoplasia de mama em 2005, como revelam dados do DataSUS. Em 2006 foram 13, em mulheres com mais de 50 anos de idade, também pelo DataSUS. No ano seguinte, o câncer de mama fez 16 vítimas fatais, segundo a Fundação Seade. Neste ano, o último levantamento do Sistema de Informação de Mortalidade Municipal (SIM) registra seis mortes pela doença até julho.
Veja, abaixo, a relação de unidades básicas:
Multiclínica Aviação - Av. Dr. Roberto de Almeida Vinhas, 2.929
Multiclínica Boqueirão - Av. Presidente Kennedy, s/nº
Usafa Caiçara – Rua São José, 700
Usafa Forte – Avenida Rio Branco, s/nº
Multiclínica Ocian - Av. dos Sindicatos, 635, esquina com a Av. Presidente Kennedy
Muticlínica Tupi - Rua Meinacos, 94
Usafa Anhangüera - Rua Josefa Alves de Siqueira, 648
Usafa Guaramar - Av. dos Trabalhadores, 1.717
Usafa Melvi – Rua João Caetano, 101
Usafa Mirim - Rua Guilherme Penteado de Campos, 44
Usafa Quietude – Rua Rui Manoel Sampaio Seabra Pereira, s/nº
Usafa Real - Rua das Begônias, 453
Usafa Ribeirópolis - Rua Esmeraldo Tarquínio, s/nº
Usafa Samambaia - Av. Araucária, s/nº
Usafa São Jorge - Av. dos Trabalhadores, 4.242
Usafa Solemar - Av. Presidente Kennedy, 8.021
Usafa Tude Bastos - Rua Maria Luiza Lavale, 68
Usafa Tupiry II - Rua Idelfonso Galeano, 368
Usafa Vila Alice - Rua Renata Câmara Agondi, 46
Usafa Vila Sônia - Rua Antônio Candido da Silva s/nº
Os eventos fazem parte da Campanha de Saúde Mamária, iniciativa da Secretaria de Saúde Pública (Sesap) que precede o VIII Mutirão Estadual de Mamografia, dia 29, cujos agendamentos para o exame serão feitos de 12 a 19 mês em três clínicas da Cidade (Centro Integrado de Diagnóstico, Moura Gogliano e Cedial, no Bairro Boqueirão).
O mastologista Marco Antonio Dugatto, que atende no Centro de Especialidades Médicas, Ambulatoriais e Sociais (Cemas), reforça que o diagnóstico precoce aumenta as chances de êxito no tratamento do câncer. “Perder tempo é perder vida”, alerta. “As mulheres devem deixar de lado os preconceitos e o medo, procurando atendimento médico para fazer os exames de rotina, como a mamografia e a ultra-sonografia.”
A Sesap realiza mamografia como exame de rotina, dentro dos critérios estabelecidos. O exame é indicado para mulheres com idade superior ou igual a 35 anos, com antecedente familiar de câncer de mama (mãe, irmã ou filha) e que nunca realizaram mamografia ou quando a mais recente foi feita há mais de um ano; para as com 40 anos ou mais de idade, que nunca passaram por mamografia ou fizeram a última há mais de um ano; e também às que apresentarem sintoma ou alteração em exame anterior, sem que estejam sendo clinicamente acompanhadas. Já a ultra-sonografia é voltada a pacientes com menos de 30 anos com sintomas ou como complementação de uma mamografia pré-existente.
Toque - “O auto-exame também é muito importante”, prossegue. Mas além do receio de encontrar nódulos ou outra anormalidade nas mamas, muitas mulheres não têm intimidade com seu próprio corpo para se tocar e se sentem constrangidas em fazer o auto-exame. “Elas têm vergonha, principalmente as mais humildes”, observa Dugatto.
Esse procedimento simples de apalpar as mamas deve ser feito por toda mulher com mais de 15 anos de idade. “No chuveiro, com um braço na nuca e outro na mama, ela deve dedilhá-la de fora para dentro, como se estivesse tocando um piano, da axila até a auréola. Depois, deve fazer o mesmo do lado oposto e repetir o processo deitada”, explica.
Segundo o médico, o auto-exame deve ser realizado de 7 a 10 dias após a menstruação. “Mulheres que retiraram o útero ou as que pararam de menstruar com a menopausa devem fixar um dia no mês e fazer sempre naquele dia”, prossegue. Se sentir caroço, nódulo, pele retraída e perceber qualquer outra mudança, como alteração de coloração ou inversão ou retração de mamilo, a pessoa deve procurar rapidamente o serviço de saúde.
Benignos - Encontrar um nódulo na mama não é sentença de morte. Dugatto salienta que 90% dos casos que chegam a ele, encaminhados pelas unidades básicas de saúde, são de tumores benignos. “Na maioria das vezes, o nódulo não é câncer. Não precisa ser retirado, bastando fazer o controle.”
O total de resultados de mamografias feitas pela Sesap confirma o que o médico frisa: grande parte dos nódulos é benigna. Entre os malignos, os números apontam uma redução ano a ano. A sigla Bi-Rads® (Breast imaging reporting and data system) é usada para definir seis graus (de 0 a V), que vão de interpretação inconclusiva à lesão maligna, sendo que IV e V referem-se aos mais graves. De 4.267 mamografias feitas em 2007, 20 foram Bi-Rads IV e 15 Bi-Rads V. Neste ano, até setembro, das 3.422 mamografias realizadas, 15 apresentaram Bi-Rads IV e apenas cinco Bi-Rads V.
Casos confirmados são encaminhados para o Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, referência regional. De acordo com a gravidade do caso, a equipe médica se decidirá pela retirada total (mastectomia) ou parcial da mama afetada. “Hoje já se pode reconstruir a mama na mesma cirurgia de retirada”, cita o mastologista. O tratamento poderá ser por quimio e radioterapia ou terapia hormonal. Mais avançadas, as drogas atuais apresentam menos efeitos colaterais.
Informação - Dugatto aconselha o público feminino a participar das palestras da Semana de Saúde Mamária e a obter informações sobre a doença para desfazer mitos. “Bem informadas, elas deixam de pensar que todo câncer mata e que quimioterapia é o fim da linha”, relata. Ele também sugere a participação da paciente com diagnóstico confirmado em grupos de apoio, como o Estrela da Mama, de Praia Grande.
Outra recomendação do médico é que a paciente procure ajuda especializada. “O mastologista é o especialista indicado e saberá como agir correta e rapidamente, evitando, por exemplo, uma biópsia desnecessária, que poderá complicar o diagnóstico no futuro”, esclarece.
Praia Grande registrou 14 óbitos de mulheres por neoplasia de mama em 2005, como revelam dados do DataSUS. Em 2006 foram 13, em mulheres com mais de 50 anos de idade, também pelo DataSUS. No ano seguinte, o câncer de mama fez 16 vítimas fatais, segundo a Fundação Seade. Neste ano, o último levantamento do Sistema de Informação de Mortalidade Municipal (SIM) registra seis mortes pela doença até julho.
Veja, abaixo, a relação de unidades básicas:
Multiclínica Aviação - Av. Dr. Roberto de Almeida Vinhas, 2.929
Multiclínica Boqueirão - Av. Presidente Kennedy, s/nº
Usafa Caiçara – Rua São José, 700
Usafa Forte – Avenida Rio Branco, s/nº
Multiclínica Ocian - Av. dos Sindicatos, 635, esquina com a Av. Presidente Kennedy
Muticlínica Tupi - Rua Meinacos, 94
Usafa Anhangüera - Rua Josefa Alves de Siqueira, 648
Usafa Guaramar - Av. dos Trabalhadores, 1.717
Usafa Melvi – Rua João Caetano, 101
Usafa Mirim - Rua Guilherme Penteado de Campos, 44
Usafa Quietude – Rua Rui Manoel Sampaio Seabra Pereira, s/nº
Usafa Real - Rua das Begônias, 453
Usafa Ribeirópolis - Rua Esmeraldo Tarquínio, s/nº
Usafa Samambaia - Av. Araucária, s/nº
Usafa São Jorge - Av. dos Trabalhadores, 4.242
Usafa Solemar - Av. Presidente Kennedy, 8.021
Usafa Tude Bastos - Rua Maria Luiza Lavale, 68
Usafa Tupiry II - Rua Idelfonso Galeano, 368
Usafa Vila Alice - Rua Renata Câmara Agondi, 46
Usafa Vila Sônia - Rua Antônio Candido da Silva s/nº