Consciência Negra inspira trabalhos culturais nas escolas
Exposição de trabalhos artísticos, capoeira, palestras e peças teatrais marcam a data
Por Priscila Sellis | 24/11/2008

O Dia da Consciência Negra foi comemorado nas escolas de Praia Grande com diversos trabalhos e projetos sobre a cultura africana. Os organizadores enfatizaram a influência sobre a cultura brasileira e a necessidade de se combater o preconceito.
“O Colorido Negro da África” foi o tema do projeto desenvolvido na Escola de Período Integral Hilda Guedes, que incluiu exposição artística, apresentação de teatro e de números de dança com músicas típicas, capoeira e maculelê (jogo africano parecido com a capoeira, com a utilização de bastões).
Na exposição de peças artísticas inspiradas na cultura negra, o destaque ficou por conta das máscaras típicas e das bonecas negras de pano que fazem parte das lendas africanas. Na culinária, o prato representante da cultura foi o doce de banana, distribuído aos alunos e pais que presenciaram as apresentações.
A idéia do projeto partiu da professora de artes Solange Cunha. “Neste ano, trabalhamos a cultura indígena no primeiro semestre e a africana no segundo; as raízes da brasilidade. Não poderia falar das pinturas francesas ou holandesas sem primeiro citar o nosso Brasil”, destaca a professora. “Queremos que os alunos entendam que estas são nossas raízes; que absorvam essas informações não só culturalmente, mas também emocionalmente”.
Para a diretora da unidade, Cláudia Maria Munhoz, o trabalho combate a discriminação racial. “Esse trabalho aborda as diferenças. É interessante que as crianças aprendam sobre isso desde pequenas para acabar com o estigma do racismo”.
Palestras - Já na Escola Municipal de Ensino Fundamental José Júlio Martins Baptista foi desenvolvido o projeto “Por uma África mais conhecida por nós”, que envolveu, na última sexta-feira (21), um ciclo de minipalestras sobre vários pontos da cultura africana: diversidade artística, história, geografia e berço da humanidade.
Os professores ainda realizaram uma roda de “conta-conto”, com lendas angolanas, e exibiram aos alunos fotos da cultura africana. O almoço foi o famoso prato que surgiu nas senzalas: a apreciadíssima feijoada.
Estudando a cultura africana desde o começo do ano, os alunos expuseram no pátio dezenas de máscaras típicas e cartazes temáticos. Apresentações de capoeira também fizeram parte do projeto. “Queremos levar o aluno a valorizar esse pedaço da cultura brasileira, pouco divulgado. Se nós, brasileiros, temos esse gingado, essa afetividade, hospitalidade e esse jeitinho, é porque herdamos dos africanos, sem dúvida. Isso tudo tem de ser motivo de orgulho”, ressalta a professora de história, Raquel Mattos. “Sabemos que a conscientização da criança sobre tudo isso é um processo longo, que envolve o amadurecimento. Mas ela vai levar daqui hoje uma semente e a vontade de querer saber mais sobre esse continente”.
Um dos destaques do evento foi a explanação da professora de artes da Secretaria de Cultura (Secult) e estudiosa do assunto, Maria de Lourdes Marszolek, que apresentou ao público o projeto “África, Raízes de Nossa Cultura”. Envolvendo exposição de peças africanas elaboradas pela equipe da Secult, o projeto tem percorrido diversas escolas da Cidade. Enquanto mostrava as peças, Maria de Lourdes discorria sobre as crenças, vestimentas, costumes e riqueza artística.
“Através dos símbolos africanos, damos uma verdadeira aula de cultura e ética, sem precisar falar de escravidão. Mostramos a identidade africana, resgatando a auto-estima, estimulando o negro a se espelhar no negro que veio de lá e não no branco que está aqui”, enfatizou Maria de Lourdes.
A diretora da unidade, Luciana Augustinho Cunha, comentou sobre a importância do projeto para estimular o orgulho de ser negro em muitas crianças da escola. “Muitos não se assumem como negros, apresentando preconceito contra a própria raça. Esse projeto é para que vejam o quanto é rica e bonita a cultura africana”, afirmou, acrescentando: “Estou muito feliz com o resultado do projeto, especialmente pelo envolvimento e comprometimento de toda a equipe escolar”
A aluna Thalita Medeiros, de 14 anos, conta o que mais gostou dentre todas as apresentações. “Me chamou a atenção o depoimento de uma mãe negra que afirmou ter muito orgulho de sua cor. Pra ela, o que importa é o amor que sente por sua raça”.
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comentepgnoticias@gmail.com
“O Colorido Negro da África” foi o tema do projeto desenvolvido na Escola de Período Integral Hilda Guedes, que incluiu exposição artística, apresentação de teatro e de números de dança com músicas típicas, capoeira e maculelê (jogo africano parecido com a capoeira, com a utilização de bastões).
Na exposição de peças artísticas inspiradas na cultura negra, o destaque ficou por conta das máscaras típicas e das bonecas negras de pano que fazem parte das lendas africanas. Na culinária, o prato representante da cultura foi o doce de banana, distribuído aos alunos e pais que presenciaram as apresentações.
A idéia do projeto partiu da professora de artes Solange Cunha. “Neste ano, trabalhamos a cultura indígena no primeiro semestre e a africana no segundo; as raízes da brasilidade. Não poderia falar das pinturas francesas ou holandesas sem primeiro citar o nosso Brasil”, destaca a professora. “Queremos que os alunos entendam que estas são nossas raízes; que absorvam essas informações não só culturalmente, mas também emocionalmente”.
Para a diretora da unidade, Cláudia Maria Munhoz, o trabalho combate a discriminação racial. “Esse trabalho aborda as diferenças. É interessante que as crianças aprendam sobre isso desde pequenas para acabar com o estigma do racismo”.
Palestras - Já na Escola Municipal de Ensino Fundamental José Júlio Martins Baptista foi desenvolvido o projeto “Por uma África mais conhecida por nós”, que envolveu, na última sexta-feira (21), um ciclo de minipalestras sobre vários pontos da cultura africana: diversidade artística, história, geografia e berço da humanidade.
Os professores ainda realizaram uma roda de “conta-conto”, com lendas angolanas, e exibiram aos alunos fotos da cultura africana. O almoço foi o famoso prato que surgiu nas senzalas: a apreciadíssima feijoada.
Estudando a cultura africana desde o começo do ano, os alunos expuseram no pátio dezenas de máscaras típicas e cartazes temáticos. Apresentações de capoeira também fizeram parte do projeto. “Queremos levar o aluno a valorizar esse pedaço da cultura brasileira, pouco divulgado. Se nós, brasileiros, temos esse gingado, essa afetividade, hospitalidade e esse jeitinho, é porque herdamos dos africanos, sem dúvida. Isso tudo tem de ser motivo de orgulho”, ressalta a professora de história, Raquel Mattos. “Sabemos que a conscientização da criança sobre tudo isso é um processo longo, que envolve o amadurecimento. Mas ela vai levar daqui hoje uma semente e a vontade de querer saber mais sobre esse continente”.
Um dos destaques do evento foi a explanação da professora de artes da Secretaria de Cultura (Secult) e estudiosa do assunto, Maria de Lourdes Marszolek, que apresentou ao público o projeto “África, Raízes de Nossa Cultura”. Envolvendo exposição de peças africanas elaboradas pela equipe da Secult, o projeto tem percorrido diversas escolas da Cidade. Enquanto mostrava as peças, Maria de Lourdes discorria sobre as crenças, vestimentas, costumes e riqueza artística.
“Através dos símbolos africanos, damos uma verdadeira aula de cultura e ética, sem precisar falar de escravidão. Mostramos a identidade africana, resgatando a auto-estima, estimulando o negro a se espelhar no negro que veio de lá e não no branco que está aqui”, enfatizou Maria de Lourdes.
A diretora da unidade, Luciana Augustinho Cunha, comentou sobre a importância do projeto para estimular o orgulho de ser negro em muitas crianças da escola. “Muitos não se assumem como negros, apresentando preconceito contra a própria raça. Esse projeto é para que vejam o quanto é rica e bonita a cultura africana”, afirmou, acrescentando: “Estou muito feliz com o resultado do projeto, especialmente pelo envolvimento e comprometimento de toda a equipe escolar”
A aluna Thalita Medeiros, de 14 anos, conta o que mais gostou dentre todas as apresentações. “Me chamou a atenção o depoimento de uma mãe negra que afirmou ter muito orgulho de sua cor. Pra ela, o que importa é o amor que sente por sua raça”.
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