Água-viva: PG está preparada para eventual surto
Casos que surgem nos prontos-socorros estão sendo notificados
Por Nádia Almeida | 29/12/2008
Foto Indisponivel
Com quatro casos de vítimas de queimadura provocada por águas-vivas (também chamadas caravelas) até o momento, Praia Grande está preparada para enfrentar um eventual surto. Na última temporada de verão, a Cidade foi surpreendida por mais de 300 ocorrências em apenas uma semana, o que exigiu um esquema especial de atendimento nos prontos-socorros, coordenado pelo médico Adriano Bechara, que na época chefiava o serviço de emergência e hoje é secretário de Saúde em exercício.
“Todos os casos notificados até o momento – três durante a última semana e um no sábado (27) – foram sem gravidade”, informa Bechara. “Devido à época propícia e ao que aconteceu no ano passado, enviei um ofício ao coronel José Américo Franco Peixoto (que ocupará o cargo de subsecretário de Segurança Pública e já coordena as ações integradas do setor nesta temporada) para que alertasse o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e a Guarda Municipal sobre o assunto, com o objetivo de adotar as devidas precauções nas praias”.
Como médico, Bechara orienta as pessoas a não se aproximar das caravelas e sair da água logo que notá-las no mar. A recomendação precisa ser feita principalmente às crianças, que devem tomar banho sob supervisão de adultos. “Como a caravela parece uma bexiguinha cor-de-rosa, às vezes a pessoa desinformada se encanta e pode querer tocá-la, o que não deve ser feito em hipótese alguma, já que a queimadura acontece dessa forma”, explica.
Caso a queimadura ocorra, Bechara destaca que a providência imediata é buscar atendimento adequado em um pronto-socorro (na Cidade são três: Central (Boqueirão), Quietude e Samambaia). Crenças populares equivocadas, como lavar a região com água doce ou até com urina, devem ser ignoradas. “Que ninguém tente retirar os tentáculos com as mãos, nem com palito de sorvete. Também não se deve esfregar a pele na areia, que pode piorar o ferimento”, adverte o médico. “No pronto-socorro, a retirada dos tentáculos é feita corretamente e a pele, banhada com vinagre.”
Bechara tranqüiliza a população que o maior problema causado pela água-viva é o incomodo da ardência, muito dolorosa. “A literatura descreve casos raríssimos em que pode ocorrer uma reação alérgica grave”, observa. “Praia Grande está preparada para fazer o atendimento aos banhistas. Os profissionais dos prontos-socorros estão orientados sobre como agir diante de uma ocorrência de surto de caravelas”.
Referência – No ano passado, a situação em Praia Grande foi acompanhada de perto pelo médico dermatologista Vidal Haddad Júnior, cientista com formação em Medicina Tropical e Toxinologia e autor de livros sobre animais aquáticos perigosos. Haddad é professor da Faculdade de Medicina da Unesp em Botucatu e responsável por esse tipo de atendimento no Hospital Vital Brasil, do Instituto Butantã.
Como outras cidades litorâneas, Praia Grande registrou o surto em decorrência, provavelmente, do deslocamento de uma massa de água fria em direção à praia, pelo vento e correntes marítimas.
As águas-vivas são animais marinhos, que variam de tamanho. Fazem parte do filo dos Cnidários, (da palavra grega “urtiga que queima”) e da classe dos Cifozoários (da palavra grega “xícara ou taça”, referindo-se ao formato do corpo da água-viva). Todas as espécies dos cnidários têm uma boca no centro do corpo, e envolvida por tentáculos.
O animal é composto por cerca de 98% de água. Se encalhar na praia, praticamente desaparece à medida que a água evapora. A maioria é transparente e tem o formato de um sino. Seu corpo tem simetria radial, o que significa que os membros se estendem de um ponto central como os raios de uma roda.
Sem ossos, cérebro nem coração, as águas-vivas têm nervos sensoriais rudimentares na base de seus tentáculos para ver a luz, detectar odores e se orientar. Carnívoras, elas se protegem contra predadores com seus tentáculos urticantes. Sua fisgada também é uma forma de capturar a presa.
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comentepgnoticias@gmail.com
“Todos os casos notificados até o momento – três durante a última semana e um no sábado (27) – foram sem gravidade”, informa Bechara. “Devido à época propícia e ao que aconteceu no ano passado, enviei um ofício ao coronel José Américo Franco Peixoto (que ocupará o cargo de subsecretário de Segurança Pública e já coordena as ações integradas do setor nesta temporada) para que alertasse o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e a Guarda Municipal sobre o assunto, com o objetivo de adotar as devidas precauções nas praias”.
Como médico, Bechara orienta as pessoas a não se aproximar das caravelas e sair da água logo que notá-las no mar. A recomendação precisa ser feita principalmente às crianças, que devem tomar banho sob supervisão de adultos. “Como a caravela parece uma bexiguinha cor-de-rosa, às vezes a pessoa desinformada se encanta e pode querer tocá-la, o que não deve ser feito em hipótese alguma, já que a queimadura acontece dessa forma”, explica.
Caso a queimadura ocorra, Bechara destaca que a providência imediata é buscar atendimento adequado em um pronto-socorro (na Cidade são três: Central (Boqueirão), Quietude e Samambaia). Crenças populares equivocadas, como lavar a região com água doce ou até com urina, devem ser ignoradas. “Que ninguém tente retirar os tentáculos com as mãos, nem com palito de sorvete. Também não se deve esfregar a pele na areia, que pode piorar o ferimento”, adverte o médico. “No pronto-socorro, a retirada dos tentáculos é feita corretamente e a pele, banhada com vinagre.”
Bechara tranqüiliza a população que o maior problema causado pela água-viva é o incomodo da ardência, muito dolorosa. “A literatura descreve casos raríssimos em que pode ocorrer uma reação alérgica grave”, observa. “Praia Grande está preparada para fazer o atendimento aos banhistas. Os profissionais dos prontos-socorros estão orientados sobre como agir diante de uma ocorrência de surto de caravelas”.
Referência – No ano passado, a situação em Praia Grande foi acompanhada de perto pelo médico dermatologista Vidal Haddad Júnior, cientista com formação em Medicina Tropical e Toxinologia e autor de livros sobre animais aquáticos perigosos. Haddad é professor da Faculdade de Medicina da Unesp em Botucatu e responsável por esse tipo de atendimento no Hospital Vital Brasil, do Instituto Butantã.
Como outras cidades litorâneas, Praia Grande registrou o surto em decorrência, provavelmente, do deslocamento de uma massa de água fria em direção à praia, pelo vento e correntes marítimas.
As águas-vivas são animais marinhos, que variam de tamanho. Fazem parte do filo dos Cnidários, (da palavra grega “urtiga que queima”) e da classe dos Cifozoários (da palavra grega “xícara ou taça”, referindo-se ao formato do corpo da água-viva). Todas as espécies dos cnidários têm uma boca no centro do corpo, e envolvida por tentáculos.
O animal é composto por cerca de 98% de água. Se encalhar na praia, praticamente desaparece à medida que a água evapora. A maioria é transparente e tem o formato de um sino. Seu corpo tem simetria radial, o que significa que os membros se estendem de um ponto central como os raios de uma roda.
Sem ossos, cérebro nem coração, as águas-vivas têm nervos sensoriais rudimentares na base de seus tentáculos para ver a luz, detectar odores e se orientar. Carnívoras, elas se protegem contra predadores com seus tentáculos urticantes. Sua fisgada também é uma forma de capturar a presa.
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