Guarda Civil Ambiental resgata 198 animais

Do total, 45 voltaram à natureza e 43 foram encaminhados à reabilitação

Por Paola Vieira | 2/6/2010

Criada em 2009 com a missão de proteger, fiscalizar, atuar e vigiar permanentemente o patrimônio ecológico e ambiental, a Guarda Civil Ambiental de Praia Grande resgatou, no primeiro ano de trabalho, 198 animais, sendo que 45 foram devolvidos à natureza imediatamente após avaliação e 43 encaminhados aos órgãos competentes para reabilitação. Somente pássaros silvestres foram 134, desses 15 eram da espécie coleira. Além disso, a Guarda Civil Ambiental contabilizou o resgate de 28 aves de grande porte (seis corujas), 20 répteis (10 teiús) e 16 mamíferos (sendo cinco saruês). Nove armadilhas e 13 gaiolas foram apreendidas.

Além disso, a Guarda atendeu 75 ocorrências, em apoio à Secretaria de Habitação e Meio Ambiente (Sehma), 90 ocorrências com animais, cinco operações em feira clandestina, popularmente conhecida como feira do rolo, 23 furtos, roubo e averiguações e duas coberturas de eventos.

Segundo o inspetor da Guarda Civil Ambiental, Fabio Rogério Marques, tudo indica que este ano os números sejam superiores a 2009. “Em média, só de ocorrência de apoio à Sehma, este ano, temos 15 ao mês. Se continuarmos nesse ritmo, chegaremos a 180 atendimentos. Outro exemplo é que durante todo o ano passado resgatamos dois bichos preguiças e, esse ano, apenas no primeiro semestre, já resgatamos dois animais”.

O inspetor atribui o aumento nos números principalmente ao conhecimento da população sobre o trabalho da Guarda Ambiental. “As pessoas estão mais conscientes. Elas entram em contato conosco. Percebemos que antigamente quando as pessoas tinham a atitude de tocar o animal. Agora, acionam a Guarda Ambiental”.

Para atender essa demanda, o pelotão ambiental fez curso de manejo de animais, no Centro de Triagem de Animais Selvagens (Cetas), ligado à Universidade Monte Serrat (Unimonte). Nesta capacitação, o grupo aprendeu como conter, transportar e avaliar os animais silvestres. “Por isso, orientamos a população, ao encontrar um animal, que evite retirá-lo do local, não colocar a mão e não tentar fazer contenção. Às vezes o animal pode estar ferido, com alguma doença e a pessoa pode contrair, ou até mesmo machucar o animal sem querer, podendo ser acusado de crueldade contra animais e ser até detida. O aconselhável é não se aproximar, não deixar que ninguém se aproxime e imediatamente chamar a Guarda Ambiental”.

A Guarda Civil Ambiental de Praia Grande trabalha em parceria com o Cetas/Unimonte e o Parque Ecológico Voturuá, ambos em São Vicente; Associação Bichos da Mata, em Itanhaém; Parque A Tribuna, localizado em Mongaguá, todos credenciados pelo IBAMA. A atuação da corporação visa prevenir e reprimir ações predatórias e eventuais ocupações clandestinas, desenvolvendo o trabalho de contenção de invasão de áreas de preservação ambiental, além de proteção aos animais selvagens.

Quem presenciar algum tipo de irregularidade ambiental como invasão de área, criação de espécies silvestres ou até encontrar algum animal deste tipo de animal, pode entrar em contato com a Guarda Civil Ambiental, através do telefone 199.

Guarda Ambiental - O grupamento responde à Subsecretaria de Assuntos de Segurança (SubSeg), que trabalha em parceria com a Secretarias de Habitação e Meio Ambiente (Sehma) e está segmentado em Guarda Ambiental (com 11 homens) e Guarda Costeira (7 membros).

A guarda ainda conta com dois veículos adaptados exclusivamente para função. O modelo caminhonete Ranger cabine dupla tem tração 4x4 nas rodas, guincho dianteiro e sistema de saída de ar na parte superior do veículo, junto ao teto, na frente do carro, que permite que ele se locomova em locais com grande acúmulo de água, como mangues e rios.