Museu da Cidade comemora 89 anos de Circe Toschi

Matriarca de uma das primeiras famílias de Praia Grande segue ativa

Por Lorena Flosi | 10/1/2011

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O Museu da Cidade celebra segunda-feira (10) os 89 anos de Circe Toschi, matriarca da família Sanchez Toschi, a primeira a fincar raízes em Praia Grande. Moradora do Município desde 1946, Circe assistiu a todo o processo de povoamento e emancipação do Município, e é uma das principais doadora do Museu da Cidade, que mantém em seu acervo fotografias e documentos pertencentes à família.

“Dona Circe pode ser considerada uma memória viva do Município. Sua história e as das famílias Sanchez e Toschi se confundem com a própria história de Praia Grande. Chegaram aqui e encontraram um lugar ermo, sem as mínimas condições de moradia; sem saneamento básico ou luz elétrica, e ajudaram a formar e a crescer uma Cidade”, conta a historiadora do Museu da Cidade, Magna Flora Cális.

Nascida em janeiro de 1922, filha de Heitor Sanchez e Othilia Ribeiro Sanchez, Dona Circe começou a freqüentar Praia Grande já em 1925, quando seu pai era, junto com os irmãos Guinle, o responsável pelo loteamento da área onde hoje é o bairro Guilhermina. Formou-se em Filosofia pela USP, e casou-se com Oswaldo Toschi em 1944. Dois anos depois, mudou-se para Praia Grande; um bairro de São Vicente bastante ermo e isolado àquela época.

Desde então, Circe presenciou fatos históricos do Município: seu marido dedicou-se à vida política desde logo, como vereador de São Vicente, onde defendia os interesses dos moradores de Praia Grande por várias legislaturas consecutivas , sendo, inclusive, presidente da Câmara por três períodos, sempre eleito por unanimidade.

Paralelamente, Circe se enfronhou em trabalhos sociais que beneficiassem Praia Grande: entre outras ações, fundou, em 1967, a Associação Santa Rita de Cássia, onde ainda hoje exerce trabalhos de assistência social. Também criou a MAF – Movimento de Arregimentação Feminina de São Vicente. Em 1969 candidatou-se à prefeitura de Praia Grande, entrando para a história como a primeira mulher a pleitear a vaga, ficando em terceiro lugar.

Em 2000, Circe publicou seu primeiro livro, “Memórias de Praia Grande”, com renda revertida para a Santa Casa do Município. Dois anos depois. A publicação ganha uma segunda edição, com o título “Praia Grande antes da emancipação”. Em 2006, nasce seu segundo livro, “Andanças de Uma Vida”.

“Circe morou em uma Praia Grande erma, muito distante da que conhecemos hoje. Viu seus bairros sendo loteados, os homens de sua família contraírem doenças, como a malária, resultante das péssimas condições de moradia que estes pioneiros enfrentaram para construir o Município. Passou por todo o processo de emancipação político administrativa da Cidade, e ainda hoje, lúcida e ativa, tem muita história para contar. Para nós, do Museu da Cidade, é um privilégio poder contar com Dona Circe para desenhar e detalhar a história de Praia Grande. Desejamos a ela ainda muitos anos de vida”, conclui Magna.