Praia Grande está na 5ª Bienal Internacional de Arquitetura

Por Tatiana Giulietti | 17/10/2003

Em meio a contemporaneidade da arquitetura do mundo todo, Praia Grande ganhou espaço na 5ª Bienal Internacional de Arquitetura e Design, que acontece em São Paulo, no Ibirapuera, até o dia 2 de novembro. O tema da bienal este ano é “Metrópole” e, no segmento “praças”, a Cidade foi escolhida pela arquitetura da Praça Integração dos Bairros. No segmento calçadões, a orla da praia (trecho Vila Caiçara) é o destaque.
O secretário de Serviços Públicos e Trânsito, Antonio Freire de Carvalho Filho, arquiteto, autor do projeto Praça Integração dos Bairros, visitou a bienal na última quarta-feira e mostrou-se orgulhoso pela Cidade e pela região, dizendo “sair de lá com a bateria recarregada”. E completou: “A bienal abre novos horizontes nas áreas de habitação e urbanização, com uma visão futurista. E isso reforçou ainda mais o que sentimos aqui em relação ao espírito inovador do prefeito Mourão. Essa visão está comprovada agora para outro público, com as obras em exposição nos painéis”.
A Praça Integração dos Bairros, mais conhecida como “Praça das Bolas”, fica na Avenida Kennedy, na divisa entre os bairros Aviação e Tupi. Foi inaugurada na primeira gestão do prefeito Alberto Mourão (93-96) e simboliza a união dos 15 bairros da Cidade. Cada esfera com luminárias tem uma cor diversa, obedecendo ao estabelecido pelo Projeto Rumo, também elaborado por Freire e que definiu uma cor para cada bairro da Cidade. As 15 esferas são presas a um único eixo, o que torna a escultura mais curiosa e chamativa.
Freire cita outros exemplos futuristas de arquitetura, idealizados pelo prefeito: “Apesar de ele não ser arquiteto (Mourão é advogado por formação) o Espaço Alvorada, a Via Expressa Sul e a ciclovia são grandes obras também sob o aspecto arquitetônico”. Ele acredita que estas não constem da exposição por não estarem concluídas na época da definição das obras da bienal. Para Freire, a arquitetura destaca as praças como elementos interativos, e não somente contemplativos, “humanizando a relação homem-cidade”.
Freire ressaltou ainda que a bienal leva o cidadão a comprovar que “ele não é só de uma cidade; ele é de uma região; de um Estado. No início do século 20 nós, da Baixada, para chegarmos na Capital, levava-mos dias; hoje estamos lá em 30 ou 40 minutos. O Japão já não é do outro lado do mundo: ele está na nossa frente, no visor, via Internet”. E conclui: “Tudo isso mostra que, o que fazemos em nossa Cidade, reflete em toda população da Baixada Santista. Nós temos cada vez mais a sensação de sermos da região. Se acabamos com o lixão do Jardim Glória, os reflexos não serão sentidos só aqui, mas na qualidade de vida de todos. Se integramos o transporte coletivo, quem sente é a população da região”.
O Brasil marca presença na bienal através do projeto Monumenta, que mostra ao público o processo de restauro de peças e locais históricos, como a Catedral da Sé. Dentre as “estrelas” da arquitetura mundial, destacam-se o brasileiro Oscar Niemeyer, Norman Foster (Alemanha), Zaha Hadid (Iraque) e Peter Cook (EUA).
A organização do evento aguarda cerca de 300 mil visitantes. A bienal, que começou em setembro, fica aberta ao público até o dia 2 de novembro, de segunda a quinta-feira, das 9h30 às 23 horas; e, nas sextas, sábados e domingos, o horário se estende até a meia-noite. Ingressos a R$10 e a R$ 5,00 (estudantes). O acesso se dá pelo portão 3 do Pavilhão Bienal, no Parque Ibirapuera, em São Paulo.