Museu da Cidade relembra a trajetória do Palhaço Boldo
É um pouco da história do morador de Praia Grande Antonio José Jasiskis
Por Lorena Flosi | 9/12/2011

Em comemoração ao Dia do Palhaço (10 de dezembro), o Museu da Cidade relata a história do morador de Praia Grande Antonio José Jasiskis, o palhaço Boldo. Nascido em São Paulo, hoje com 61 anos, mudou-se para a Cidade em 1968 com a esposa e a primeira filha, dos quatro que iria ter. Em 1982, o destino ou o acaso fez com que o Sr. Antonio José assumisse uma identidade artística que o acompanharia pelos próximos 15 anos.
“Eu tinha um restaurante no Bairro Caiçara na época, e planejamos uma festa para o Dia das Crianças. Não havia na Cidade um serviço de palhaços, e contratamos um de São Paulo. Mas o palhaço contratado faleceu. Como não havia mais tempo para procurar outro, eu assumi o lugar. Adorei desempenhar a função. Assim nasceu o Palhaço Boldo”, conta Antônio, que hoje é funcionário da Secretaria de Transito e Transportes (Setransp).
Mais do que o primeiro palhaço “nascido” município, Boldo ficou conhecido pelo trabalho social que desenvolveu durante toda sua existência. Com a regularidade quase que religiosa de duas vezes por semana, o então motorista de transporte escolar e proprietário de restaurante se vestia em Boldo para alegrar crianças carentes de Praia Grande. “Naquela época a Cidade não tinha a estrutura que tem hoje, e percorríamos as áreas mais carentes da cidade com shows onde distribuíamos doces, refrigerantes, brinquedos e o que mais conseguíssemos. Muitos desses produtos vinham de shows que eu fazia para as famílias mais abastadas da Cidade”, lembra Jasiskis, que afirma nunca ter ganhado dinheiro para se apresentar. “Sempre que era possível cobrar, eu pedia para receber meu cachê em doces e brinquedos para as crianças carentes com as quais trabalhava. Nunca quis dinheiro, eu sempre tive meu trabalho para viver. O mais importante pra mim era levar alegria para quem estava em situação desfavorecida”, conta.
E se a alegria de presentear quem nem sempre sorri diariamente, preencheu a vida do Sr. Antonio, talvez o mesmo não se aplique a Boldo. Questionado sobre o porquê de um nome que remeta a algo tão amargo para um palhaço, ele esclarece. “O palhaço é triste por dentro. Toda a felicidade que carrega dentro de si ele doa, para que outros possam experimentar também o prazer de um sorriso. Creio que essa é a maior manifestação de amor que possa haver, e me sinto muito feliz por ter vivido isso durante todo o tempo. O Boldo não doou apenas sua alegria, mas todo o seu amor. Esse veio todo para mim, e tive a felicidade de multiplicá-lo muitas vezes”.
Acervo – Em 2006, Jasiskis doou todo seu acervo – que inclui reportagens, documentos e fotografias – para o Museu da Cidade. “O Palhaço Boldo construiu uma trajetória de alguém que doou parte de si para o próximo. Mais do que a importância histórica desse material, o Museu se sente honrado em poder contar em seu acervo com histórias como essa, que falam sobre o perfil dos cidadãos que ajudaram a construir Praia Grande. Em breve, teremos em nossas mesas expositivas parte deste material para que o grande público também possa conhecer detalhes dessa trajetória”, comenta a coordenadora do Museu da Cidade, Márcia Helena de Lima.
“Eu tinha um restaurante no Bairro Caiçara na época, e planejamos uma festa para o Dia das Crianças. Não havia na Cidade um serviço de palhaços, e contratamos um de São Paulo. Mas o palhaço contratado faleceu. Como não havia mais tempo para procurar outro, eu assumi o lugar. Adorei desempenhar a função. Assim nasceu o Palhaço Boldo”, conta Antônio, que hoje é funcionário da Secretaria de Transito e Transportes (Setransp).
Mais do que o primeiro palhaço “nascido” município, Boldo ficou conhecido pelo trabalho social que desenvolveu durante toda sua existência. Com a regularidade quase que religiosa de duas vezes por semana, o então motorista de transporte escolar e proprietário de restaurante se vestia em Boldo para alegrar crianças carentes de Praia Grande. “Naquela época a Cidade não tinha a estrutura que tem hoje, e percorríamos as áreas mais carentes da cidade com shows onde distribuíamos doces, refrigerantes, brinquedos e o que mais conseguíssemos. Muitos desses produtos vinham de shows que eu fazia para as famílias mais abastadas da Cidade”, lembra Jasiskis, que afirma nunca ter ganhado dinheiro para se apresentar. “Sempre que era possível cobrar, eu pedia para receber meu cachê em doces e brinquedos para as crianças carentes com as quais trabalhava. Nunca quis dinheiro, eu sempre tive meu trabalho para viver. O mais importante pra mim era levar alegria para quem estava em situação desfavorecida”, conta.
E se a alegria de presentear quem nem sempre sorri diariamente, preencheu a vida do Sr. Antonio, talvez o mesmo não se aplique a Boldo. Questionado sobre o porquê de um nome que remeta a algo tão amargo para um palhaço, ele esclarece. “O palhaço é triste por dentro. Toda a felicidade que carrega dentro de si ele doa, para que outros possam experimentar também o prazer de um sorriso. Creio que essa é a maior manifestação de amor que possa haver, e me sinto muito feliz por ter vivido isso durante todo o tempo. O Boldo não doou apenas sua alegria, mas todo o seu amor. Esse veio todo para mim, e tive a felicidade de multiplicá-lo muitas vezes”.
Acervo – Em 2006, Jasiskis doou todo seu acervo – que inclui reportagens, documentos e fotografias – para o Museu da Cidade. “O Palhaço Boldo construiu uma trajetória de alguém que doou parte de si para o próximo. Mais do que a importância histórica desse material, o Museu se sente honrado em poder contar em seu acervo com histórias como essa, que falam sobre o perfil dos cidadãos que ajudaram a construir Praia Grande. Em breve, teremos em nossas mesas expositivas parte deste material para que o grande público também possa conhecer detalhes dessa trajetória”, comenta a coordenadora do Museu da Cidade, Márcia Helena de Lima.