Professores compartilham experiências sobre o ensino inclusivo

Desafios vividos pelos docentes foram mostrados no 9º Encontro de Educação Inclusiva

Por Priscila Sellis | 4/10/2013

Experiências e desafios vividos por professores que lidam diariamente com crianças deficientes no ensino regular foram compartilhados durante o 9º Encontro de Educação Inclusiva, que ocorreu nesta quinta-feira (3) no auditório Jornalista Roberto Marinho. O evento reuniu cerca de 250 professores, além de atendentes de educação, assistentes técnicos pedagógicos, supervisores e diretores escolares. Organizado pela Divisão de Educação Especial da Secretaria de Educação, o encontro teve como tema “Valorizar as conquistas e compartilhar as vivências, diante da diversidade”.

Durante o evento, professores de salas de aula, de salas multifuncionais e de Educação Física, além de atendentes de educação tiveram a oportunidade de expor suas ações ao longo do ano, mostrando os resultados positivos, apresentando estudos de caso e analisando a evolução pedagógica de seus alunos, além de refletirem sobre as dificuldades enfrentadas. Os testemunhos foram acompanhados por fotos e vídeos exibidos em um telão. “É um momento muito importante e significativo, que dá ênfase à importância do trabalho em equipe e da rede de apoio para o impacto favorável à inclusão plena do aluno”, frisou a chefe da Divisão de Educação Especial, Márcia Duarte.

Uma das educadoras que compartilhou sua experiência foi Márcia Lizar, que atua como professora de Educação Infantil na escola Oswaldo Justo. Ela falou sobre as conquistas que vem alcançando junto a um aluno que tem hidrocefalia, transtorno global do desenvolvimento, além de deficiências física e intelectual. “O primeiro passo foi observá-lo para definir de que forma poderia trabalhar o desenvolvimento dele. Depois, estabeleci as prioridades para que ele avançasse. No caso dele, desenvolver a socialização e a afetividade foram fundamentais para promover sua participação nas atividades. A etapa seguinte foi estabelecer as ações estratégicas e metas de desenvolvimento. Lembrando sempre que professor com aluno de inclusão tem de ser persistente, pois os resultados podem demorar, mas eles chegam”, contou a docente.

Apesar das dificuldades, hoje ela já comemora algumas conquistas alcançadas. “Antes ele se isolava completamente e hoje quer interagir. Já até participou de uma peça teatral com a classe. Antes, não fazia atividades gráficas e amassava todos os papeis. Hoje, já pega o lápis e demonstra interesse nessas atividades. Antes ele rasgava os livros e hoje os manuseia. Foram vários avanços”. A educadora salientou, ainda, o quanto um professor se enriquece ao ter em sala de aula um aluno deficiente. “Você nunca mais é o mesmo depois da experiência de ser professor de inclusão. É um crescimento pessoal e profissional”.

Outra educadora que compartilhou sua experiência foi Joelma Cardoso, que atua como interlocutora em sala de aula junto a alunos com deficiência auditiva, na escola Roberto Mário Santini. Segundo ela, o trabalho com Libras já tem dado retornos muito positivos. “A comunicação está realmente acontecendo, inclusive os outros estudantes têm demonstrado interesse nesta linguagem para se comunicar com os alunos surdos. E eles também estão entendendo que a Libras é uma Língua que merece respeito e não é apenas um conjunto de gestos”, enfatizou, comentando também sobre o curso oferecido aos funcionários da unidade. “Através desse curso, a base foi estabelecida para que ocorresse comunicação entre funcionários e alunos surdos”. Joelma também frisou a importância do trabalho em equipe: “Nenhum sonho pode ser sonhado sozinho, por isso contamos com toda equipe escolar, professores regentes e interlocutores. Os resultados não seriam possíveis sem um trabalho conjunto”.

Mostra de talentos - Ao longo do encontro, alguns alunos com deficiências se apresentaram na 6ª Mostra de Talentos. Estudantes da escola Roberto Mário Santini apresentaram a peça teatral “Somos Estrelas” e alunos da Escola Domingos Soares apresentaram a música “Alegria de Viver”.

Atendimento - Atualmente, cerca de 680 estudantes com deficiência fazem parte da Rede Municipal de Ensino de Praia Grande e são acompanhados pelo programa de Educação Inclusiva, com o suporte da Divisão de Educação Especial. Praia Grande conta ainda com duas escolas especializadas em Educação Especial, Anahy Navarro Trovão e Sérgio Vieira de Melo.

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