Pessoas com deficiência encontram em PG o apoio que procuram
De unidades referenciais a subvenção à instituição, município mostra respeito à população
Por Paola Vieira | 24/3/2014

“Aqui meu filho é tratado como gente. Se não fosse este espaço ele estaria isolado do mundo, sem se desenvolver e ter uma vida. Sou aposentado e já quis mudar de Praia Grande, mas jamais vou encontrar um lugar que cuide do meu filho com tanto amor”. Essa é a declaração de José Carlos Geraldo de Santana, pai de André Carlos de Santana, de 29 anos, portador de Síndrome de Lenox (epilepsia grave que causa convulsões e atraso no desenvolvimento mental), ao ser questionado sobre o trabalho desenvolvido no Centro Socioterapêutico Antônio Tavares Santana, no Bairro Vila Sônia.
O aposentado, que acompanhou toda a construção da unidade, disse que seu filho foi o terceiro a ser matriculado no Centro e que frenquenta a unidade desde a inauguração, em 2008. “Vinha todos os dias com a minha esposa ver o andamento da obra de tão ansioso que estava para a inauguração da unidade. Qual o município que tem esse trabalho maravilhoso com pessoas especiais? Eu não conheço nenhum”.
Já a pedagoga, Seleneh Trombin de Carvalho, morava na Capital e largou tudo para residir em Praia Grande assim que soube do trabalho do Centro Sócioterapêutico.
Ela é mãe de Rodrigo Trombin de Carvalho, 29 anos, que teve anóxia neonatal (falta de oxigênio durante o parto). “Em São Paulo ele frequentava uma escola particular especial, que era muito cara. Ele caiu, bateu a cabeça e foi parar na UTI. Em consequência disso perdeu a fala, então ele ficou em casa por um bom tempo. Aqui é o mundo dele, a socialização dele. Nos piores momentos eles estiveram ao meu lado desenvolvendo meu filho.”, desabafou a mãe emocionada dizendo que o local é ideal para pessoas com deficiências severas, como a do filho dela, que não se encaixam no ensino de inclusão.
Os dois atendidos pelo Centro, assim como diversos outros, ainda recebem gratuitamente o transporte da Prefeitura. “Faça chuva ou faça sol o ônibus está lá para pegar meu filho. O difícil é fazê-lo sair do ônibus na volta porque ele gosta tanto de ficar no Centro que nem quer voltar para casa”, comentou José Carlos.
Estrutura - O Centro Socioterapêutico Antônio Tavares Santana, no Bairro Vila Sônia, é mantido com recursos próprios da Prefeitura e desenvolve ações que buscam inserir os pacientes na sociedade, respeitando suas limitações e investindo em seus potenciais. Na unidade são atendidos cerca de 70 pacientes com diversos tipos de deficiência, como autismo, paralisia cerebral e deficiências múltiplas. São 33 profissionais (fisioterapeuta, psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e assistente social) dedicados ao trabalho.
No total, 292 alunos deficientes são transportados diariamente pela Secretaria de Educação (Seduc). Desses, 54 são cadeirantes, que são pegos nas portas de suas casas, os demais se reúnem em pontos de encontro no bairro. Além desses, outros 50 alunos deficientes auditivos (DAs) são transportados para as escolas pólos em ônibus contratados.
Mas os trabalhos de Praia Grande voltados a essas pessoas não se limitam apenas ao Centro Sócioterapêutico e ao transporte. A atenção às pessoas deficientes no Município sempre foi uma das prioridades da Administração Municipal.
Em 2009, a Cidade se opôs ao Decreto nº. 6.571, de 17 de novembro de 2008, e a Resolução número 4, de 2 de outubro de 2009, que determinava que todas as crianças deficientes atendidas em escolas especializadas fossem transferidas para classes de ensino regular, e mantêm com recursos próprios duas unidades escolares especiais: a Anahy Navarro Trovão, com 102 alunos e a Sérgio Vieira de Mello, com 103 alunos. No ensino de inclusão, todas as Unidades Escolares possuem alunos com Deficiência (inclusão) da Educação Infantil à Educação de Jovens e Adultos (EJA).
São 724 alunos inclusos nas 64 Unidades Escolares. A rede municipal conta com 23 salas multifuncionais com professores especialistas em Educação Especial nas áreas de deficiência intelectual, auditiva e visual e uma sala de recursos próprios que oferece aula de Libras com enfoque na alfabetização. As salas multifuncionais atendem alunos de inclusão no contraturno escolar e dispõem de equipamentos como mesas de comunicação, jogos, materiais pedagógicos e mobiliários acessíveis.
A sala de Recursos para atendimento dos alunos com Deficiência Auditiva funciona desde 2005 e é para o Ensino da Língua Portuguesa para alunos surdos, que usam a LIBRAS. O Professor é de Língua Portuguesa com formação em LIBRAS (Lingua Brasileira de Sinais).
Núcleo Henry de Reabilitação Física e Mental – A unidade funciona desde 1994 e atende crianças e jovens, de 0 a 18 anos. O local presta assistência nas áreas de fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, fonoaudiologia, pediatria, neurologia e assistência social. Atualmente, cerca de 500 pacientes recebem atendimento no local.
O equipamento passa por reforma completa de sua estrutura. O local provisório onde será dada sequência aos atendimentos até a conclusão dos serviços, conta com instalações modernas e confortáveis. Outro destaque é a acessibilidade, já que o espaço conta com adaptações para portadores de necessidades especiais em salas, banheiros e outras áreas.
Os pacientes são encaminhados por meio de consulta com neurologista, que indica o tratamento mais adequado para cada caso. Com encaminhamento em mãos, o responsável passa por uma entrevista com a assistente social da unidade, para definição do perfil do paciente.
Mobilidade – O município ainda foi pioneiro em projetos urbanos de acessibilidade como os da Avenida Costa e Silva e Alameda Metropolitana, no Bairro Boqueirão, que além de contar com rampas de acesso, utiliza-se de piso tátil, facilitador para os deficientes visuais. Em todas as obras de revitalizações ainda são previstos acessos aos deficientes, bem como nos 25 viadutos (passagem em desnível) da Via Expressa Sul e prédios públicos municipais.
APAE – A Administração Municipal oferece a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), entidade, pessoa jurídica de direito privado, de caráter assistencial e sem fins lucrativos, subvenção anual no valor de R$ 60 mil (de acordo com a Lei nº 1562 de 20 de junho de 2011). A entidade atende 80 pessoas com deficiência e conta com profissionais na área de fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, assistência social e psicologia.
Projetos - O Município ainda criará o Centro de Especialização em Reabilitação (CER) voltado ao tratamento dos deficientes permanentes e provisórios. O CER vai recepcionar um novo centro de fisioterapia com especialização em crianças e adultos especiais. Parte dos serviços feitos atualmente no CEMAS e no Núcleo Henry serão transferidos para a nova unidade, que vai disponibilizar equipamentos adequados. Será uma unidade extremamente profissionalizada, ampliada, com novos equipamentos.
O CER já tem local definido, funcionará nas antigas instalações do Lar São Francisco de Assis, no Bairro Mirim, o terreno mede aproximadamente 3 mil m².
Para a obra, serão utilizados cerca de R$ 4 milhões provenientes de emenda parlamentar do então deputado federal Alberto Mourão, atual prefeito de Praia Grande. O investimento total deve girar em torno de R$ 8 milhões, sendo metade paga pela Prefeitura. A manutenção dos serviços será custeada, em grande parte, também pela Administração Municipal.
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O aposentado, que acompanhou toda a construção da unidade, disse que seu filho foi o terceiro a ser matriculado no Centro e que frenquenta a unidade desde a inauguração, em 2008. “Vinha todos os dias com a minha esposa ver o andamento da obra de tão ansioso que estava para a inauguração da unidade. Qual o município que tem esse trabalho maravilhoso com pessoas especiais? Eu não conheço nenhum”.
Já a pedagoga, Seleneh Trombin de Carvalho, morava na Capital e largou tudo para residir em Praia Grande assim que soube do trabalho do Centro Sócioterapêutico.
Ela é mãe de Rodrigo Trombin de Carvalho, 29 anos, que teve anóxia neonatal (falta de oxigênio durante o parto). “Em São Paulo ele frequentava uma escola particular especial, que era muito cara. Ele caiu, bateu a cabeça e foi parar na UTI. Em consequência disso perdeu a fala, então ele ficou em casa por um bom tempo. Aqui é o mundo dele, a socialização dele. Nos piores momentos eles estiveram ao meu lado desenvolvendo meu filho.”, desabafou a mãe emocionada dizendo que o local é ideal para pessoas com deficiências severas, como a do filho dela, que não se encaixam no ensino de inclusão.
Os dois atendidos pelo Centro, assim como diversos outros, ainda recebem gratuitamente o transporte da Prefeitura. “Faça chuva ou faça sol o ônibus está lá para pegar meu filho. O difícil é fazê-lo sair do ônibus na volta porque ele gosta tanto de ficar no Centro que nem quer voltar para casa”, comentou José Carlos.
Estrutura - O Centro Socioterapêutico Antônio Tavares Santana, no Bairro Vila Sônia, é mantido com recursos próprios da Prefeitura e desenvolve ações que buscam inserir os pacientes na sociedade, respeitando suas limitações e investindo em seus potenciais. Na unidade são atendidos cerca de 70 pacientes com diversos tipos de deficiência, como autismo, paralisia cerebral e deficiências múltiplas. São 33 profissionais (fisioterapeuta, psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e assistente social) dedicados ao trabalho.
No total, 292 alunos deficientes são transportados diariamente pela Secretaria de Educação (Seduc). Desses, 54 são cadeirantes, que são pegos nas portas de suas casas, os demais se reúnem em pontos de encontro no bairro. Além desses, outros 50 alunos deficientes auditivos (DAs) são transportados para as escolas pólos em ônibus contratados.
Mas os trabalhos de Praia Grande voltados a essas pessoas não se limitam apenas ao Centro Sócioterapêutico e ao transporte. A atenção às pessoas deficientes no Município sempre foi uma das prioridades da Administração Municipal.
Em 2009, a Cidade se opôs ao Decreto nº. 6.571, de 17 de novembro de 2008, e a Resolução número 4, de 2 de outubro de 2009, que determinava que todas as crianças deficientes atendidas em escolas especializadas fossem transferidas para classes de ensino regular, e mantêm com recursos próprios duas unidades escolares especiais: a Anahy Navarro Trovão, com 102 alunos e a Sérgio Vieira de Mello, com 103 alunos. No ensino de inclusão, todas as Unidades Escolares possuem alunos com Deficiência (inclusão) da Educação Infantil à Educação de Jovens e Adultos (EJA).
São 724 alunos inclusos nas 64 Unidades Escolares. A rede municipal conta com 23 salas multifuncionais com professores especialistas em Educação Especial nas áreas de deficiência intelectual, auditiva e visual e uma sala de recursos próprios que oferece aula de Libras com enfoque na alfabetização. As salas multifuncionais atendem alunos de inclusão no contraturno escolar e dispõem de equipamentos como mesas de comunicação, jogos, materiais pedagógicos e mobiliários acessíveis.
A sala de Recursos para atendimento dos alunos com Deficiência Auditiva funciona desde 2005 e é para o Ensino da Língua Portuguesa para alunos surdos, que usam a LIBRAS. O Professor é de Língua Portuguesa com formação em LIBRAS (Lingua Brasileira de Sinais).
Núcleo Henry de Reabilitação Física e Mental – A unidade funciona desde 1994 e atende crianças e jovens, de 0 a 18 anos. O local presta assistência nas áreas de fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, fonoaudiologia, pediatria, neurologia e assistência social. Atualmente, cerca de 500 pacientes recebem atendimento no local.
O equipamento passa por reforma completa de sua estrutura. O local provisório onde será dada sequência aos atendimentos até a conclusão dos serviços, conta com instalações modernas e confortáveis. Outro destaque é a acessibilidade, já que o espaço conta com adaptações para portadores de necessidades especiais em salas, banheiros e outras áreas.
Os pacientes são encaminhados por meio de consulta com neurologista, que indica o tratamento mais adequado para cada caso. Com encaminhamento em mãos, o responsável passa por uma entrevista com a assistente social da unidade, para definição do perfil do paciente.
Mobilidade – O município ainda foi pioneiro em projetos urbanos de acessibilidade como os da Avenida Costa e Silva e Alameda Metropolitana, no Bairro Boqueirão, que além de contar com rampas de acesso, utiliza-se de piso tátil, facilitador para os deficientes visuais. Em todas as obras de revitalizações ainda são previstos acessos aos deficientes, bem como nos 25 viadutos (passagem em desnível) da Via Expressa Sul e prédios públicos municipais.
APAE – A Administração Municipal oferece a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), entidade, pessoa jurídica de direito privado, de caráter assistencial e sem fins lucrativos, subvenção anual no valor de R$ 60 mil (de acordo com a Lei nº 1562 de 20 de junho de 2011). A entidade atende 80 pessoas com deficiência e conta com profissionais na área de fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, assistência social e psicologia.
Projetos - O Município ainda criará o Centro de Especialização em Reabilitação (CER) voltado ao tratamento dos deficientes permanentes e provisórios. O CER vai recepcionar um novo centro de fisioterapia com especialização em crianças e adultos especiais. Parte dos serviços feitos atualmente no CEMAS e no Núcleo Henry serão transferidos para a nova unidade, que vai disponibilizar equipamentos adequados. Será uma unidade extremamente profissionalizada, ampliada, com novos equipamentos.
O CER já tem local definido, funcionará nas antigas instalações do Lar São Francisco de Assis, no Bairro Mirim, o terreno mede aproximadamente 3 mil m².
Para a obra, serão utilizados cerca de R$ 4 milhões provenientes de emenda parlamentar do então deputado federal Alberto Mourão, atual prefeito de Praia Grande. O investimento total deve girar em torno de R$ 8 milhões, sendo metade paga pela Prefeitura. A manutenção dos serviços será custeada, em grande parte, também pela Administração Municipal.
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