Oficina de Gastronomia Caiçara recebe jornalista especializada

Grupo pôde aprender mais sobre o preparo dos alimentos com a especialista Christina Amorim

Por Aline Rollo | 24/8/2015

A jornalista e pesquisadora especialista na cultura e culinária caiçara, Christina Amorim, foi a convidada especial da 3ª oficina de Gastronomia Caiçara, que aconteceu na tarde de segunda-feira (24) na sala de capacitação da Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur).

Os participantes puderam conhecer um pouco mais sobre a culinária caiçara através do relato de Christina, que falou sobre o preparo do peixe com diversas técnicas caiçaras, pratos complementares e hábitos indígenas e de pescadores.

Christina Amorim viaja o Brasil realizando pesquisas sobre a culinária caiçara e indígena. O trabalho resultou no livro Café com Peixe, onde a jornalista mistura fotos, relatos e receitas típicas.

“Originalmente, os índios preparavam o peixe com as escamas e as vísceras. Isso porque assim que pescavam, o alimento já era preparado imediatamente, de forma que a retirada das vísceras não se fazia necessária. Quanto às escamas, o hábito foi adquirido pelo caiçara.

Só se retira as escamas após o peixe estar assado e pronto para comer”, relata Christina, que complementa ainda com informações sobre o modo de preparo desse alimento. “O mais comum é assar o peixe na folha de bananeira ou em fornos no solo. É uma forma bem rústica de preparar o peixe, algo bem caiçara, já que as comunidades não possuem muitos recursos nem técnicas”.

De acordo com a jornalista, a quantidade reduzida de temperos é outra característica marcante da culinária caiçara. “Além da total ausência de óleo, não se utiliza muito sal ou outros condimentos. O alimento é saboreado em sua forma mais natural”.

O café da manhã caiçara também foi tema de discussão durante a oficina. A tapioca ou biju, mandioca cozida, paçoca de banana verde, batata doce e café preto adoçado com garapa fazem parte do desejum do caiçara, segundo Christina. “Não podemos esquecer do peixe, que também é saboreado no café da manhã”.

Inspirados na convidada, os participantes da oficina ficaram animados em colocar a “mão na massa” na próxima segunda-feira e decidiram qual será o primeiro prato a ser preparado na cozinha industrial que abrigará as oficinas práticas: o peixe assado.

“Durante essa semana vamos decidir os acompanhamentos e juntos vamos preparar um prato bem caiçara, cada um testando e colocando seu conhecimento e curiosidade no preparo. Será nossa primeira experiência prática de muitas”, afirma a chefe de Difusão Cultural da Sectur, Virna Gomes Meira.

As oficinas de Gastronomia Caiçara acontecem todas as segundas, das 13 às 15 horas, no Palácio das Artes. Para se inscrever basta ligar no 3496-5724. As oficinas são gratuitas e abertas ao público em geral.

Inquérito Caiçara – As oficinas de Gastronomia Caiçara fazem parte do projeto “Identidade na Diversidade”, que visa colher histórias, depoimentos e receitas caiçaras, formando também grupos folclóricos que representem a Cidade. A reunião de todo esse material resultará em um livro, que será publicado em 2016.

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