Roda de conversa define tecnologia como parceira do aprendizado

Painel sobre tema abriu o 1º Espaço Educação, Arte e Leitura

Por Daniel Elias | 17/11/2015

Foto Indisponivel

A tecnologia pode e deve ser uma grande aliada dentro da sala de aula para facilitar o aprendizado dos alunos. Com esta mensagem transmitida durante a roda de conversa, a Secretaria de Educação (Seduc) realizou o evento de abertura do 1º Espaço Educação, Arte e Leitura. A solenidade, que contou com a presença da secretária de Educação, Cláudia Meirelles, e público de quase 300 pessoas, ocorreu na noite de segunda-feira (16), no Auditório Jornalista Roberto Marinho.

De formas distintas, os três convidados para abordar o tema foram categóricos e chegaram a mesma conclusão: “Nos dias atuais, em que cada vez mais cedo as crianças têm contato com games, tablets, smartphones e aplicativos, essas tecnologias devem estar dentro da sala de aula”. Participaram do debate, Vicente Vieira, representante do Instituto Brasileiro de Edições Pedagógicas, Joel Moraes, coordenador do Instituto Neymar Júnior (INJR), e Celso Tatizana, da empresa Caltech Informática LTDA.

Para Moraes, os jogos de vídeo game, por exemplo, são consideradas atividades meio que desafiam constantemente a criança a sempre buscar seu melhor, trazem um feedback quando finaliza determinada missão, permitem uma alto—avaliação a cada estágio, além de serem prazerosos. “Jogar é legal! Essa visão que os alunos devem ter dentro da sala de aula, caso contrário, os índices de evasão não tendem a cair”, afirmou.

O coordenador do INJR, projeto social do jogador Neymar Jr, craque do Barcelona e Seleção Brasileira, considera o Instituto também como uma atividade meio. “Nós temos uma missão, que visa a transformação das crianças em homens e mulheres de bem. Mas, para isso, respeitamos a história de cada um dos alunos e familiares atendidos e utilizamos a educação como ferramenta”.

Atualmente, os números da evasão escolar são alarmantes no País. Segundo o último relatório, divulgado em 2012, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), um a cada quatro alunos que inicia o ensino fundamental no Brasil abandona a escola antes de completar a última série, totalizando 24,3% fora das salas de aulas. Desta forma, o Brasil tem a terceira maior taxa de abandono entre os 100 países com maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), perdendo apenas para Bósnia Herzegovina (26,8%) e das ilhas de São Cristovam e Névis, no Caribe (26,5%).

Segundo o representante do IDEP, Vicente Vieira, uma vez que os jogos atraem a atenção da garotada, os games podem ser um grande aliado para tornar a aula prazerosa e se tornar uma arma contra a evasão. Para chegar nesta conclusão, entre vários aspectos, Vieira levou em consideração o público de mais de 12 mil pessoas que acompanharam a final de "League of Legends", o game online mais popular dos últimos anos, realizada em agosto, no Allianz Parque, em São Paulo.

Outro aspecto levado em consideração por Vieira, diz respeito a Olimpíada de Jogos Digitais e Educação. Trata-se de um serviço educacional que estimula os processos de aprendizagem e o engajamento de alunos e professores, através de plataformas digitais que enfatizam o diálogo e a diversão. “O desafio é enxergar a forma correta de utilizar os jogos em prol da educação, para tornar a aula menos cansativa por causa do excesso de conteúdo”.

Enquanto os representantes do INJR e do IBEP apostam na utilização de games como ferramenta, Celso Tatizana, da Caltech Informática LTDA, entende que a tecnologia pode ser utilizada para dar protagonismo aos alunos. Para isso, ele apresentou dois aplicativos que auxiliam no dinamismo das aulas. Um deles interagia com os estudantes por meio de um quizz com perguntas e respostas, enquanto o outro permite a produção de vídeos e imagens que ajudariam na educação.

Cerimônia – Além da roda de conversa, a solenidade de abertura do 1º Espaço Educação, Arte e Leitura contou com outras duas atrações que funcionaram como um convite. Primeiro, o cineasta e professor Alyson Montrezol apresentou o trailler do documentário "Dignité - O Direito Humano à Educação no Haiti", dirigido por ele. O longa metragem aborda o sistema educativo do Haiti na perspectiva da sua cidadania.

Depois, foi a vez das contadoras de histórias, lideradas por Tatiana Felix, também convocaram o público para prestigiar o lançamento oficial do DVD Contadoras de Histórias 2. As duas atrações agitam a programação do Espaço Educação na próxima quarta-feira (18), a partir das 19 horas, no Auditório Jornalista Roberto Marinho, localizado na Rua José Borges Neto, 50, Bairro Mirim.

Programação – Até quinta-feira (19), o 1º Espaço Educação, Arte e Leitura, estará repleto de atrações. Alunos, professores e interessados em geral, poderão visitar os estandes de editoras e livreiros, além de participar de palestras, oficinas, tardes de autógrafos, lançamentos de livros, apresentações artísticas, exibição de documentário, contação de histórias, entre outras atividades.

De acordo com a secretária de Educação, Cláudia Meirelles, a realização do Espaço Educação só foi possível graças às parcerias com empresas privadas, as demais esferas de ensino (estadual e particular) e secretarias municipais. “Fico feliz em ver que as pessoas vestiram a camisa e acreditaram nesta ideia. O 1º Espaço Educação, Arte e Leitura chega para ser o primeiro de muitos, bem como, completar o que começamos ao realizarmos o 1º Concurso Literário de Praia Grande, no primeiro semestre deste ano”, enfatizou.

Informações - Gratuito e aberto ao público em geral, o evento será realizado simultaneamente no Palácio das Artes (PDA) e no Auditório Jornalista Roberto Marinho (anexo à Secretaria de Educação). O PDA fica na Avenida Presidente Costa e Silva, 1600, Bairro Boqueirão, e o Auditório fica na Rua José Borges, 50, Bairro Mirim (ao lado da Prefeitura). Mais detalhes podem ser obtidos no site www.cidadaopg.sp.gov.br/espacoeducacao.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS: Acesse também nosso conteúdo através do Facebook e do site da Rádio do Paço. Veja também o Banco de Imagens.