Combater o preconceito ainda é desafio para profissionais da saúde mental
Semana Antimanicomial comemora 18 anos da luta por um tratamento com liberdade
Por Melchior de Castro | 16/5/2005

Acabar com o isolamento familiar e social, combater o preconceito e integrar o portador de transtornos mentais na comunidade. Hoje esse é o maior desafio enfrentado pelos profissionais da Saúde Mental. A afirmação é da psicóloga Dorian Rojas, coordenadora da Saúde Mental em Praia Grande, que na tarde de hoje (16) participou da cerimônia de abertura da Semana da Luta Antimanicomial. O evento regional, aberto no Auditório Jornalista Roberto Marinho, no Bairro Mirim, reúne até sexta-feira não só profissionais do setor, mas também familiares e pacientes dos ambulatórios de saúde mental de Praia Grande e municípios vizinhos.
“O portador de transtorno mental não precisa ser retirado do convívio social e tratado em instituições fechadas. O fato de ser portador de um distúrbio não significa que é incapacitado. Pode ser tratado em liberdade e inserido dentro do contexto social, respeitando-se seus limites”, diz Dorian. “Temos de promovê-lo à condição de cidadão”.
Segundo a psicóloga, a simples internação, como ocorria no passado, apenas afastava o problema para longe dos olhos da sociedade. “Nesses 18 anos de luta antimanicomial muitos hospitais foram fechados, leitos desativados e leis criadas regulamentando a criação de novas instituições privadas e também a internação, que não pode mais ser arbitrária. Antes a internação era a única hipótese. Hoje é a última. Só mesmo quando há risco de vida para o paciente ou para aqueles que convivem com ele”.
Dorian Rojas destacou que Praia Grande tem orgulho de estar no rumo certo para a solução dos problemas nesse segmento. “O Município tem a coragem de olhar de frente para as questões relativas à saúde mental”. Atualmente Praia Grande conta com o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) II e o Ambulatório de Saúde Mental. Há um ano e meio esses serviços estão instalados em amplas instalações da Rua Cidade de Santos, no Bairro Boqueirão.
Hospital-dia – Dorian Rojas explicou que o Caps funciona como um hospital-dia. Atende 207 pacientes em horário integral e em regime semi-intensivo. Durante o tempo em que permanecem no local, participam de oficinas terapêuticas e recebem a assistência de equipe multiprofissional formada por psicólogo, psiquiatra, enfermeira, terapeuta ocupacional, assistente social e fonoaudiólogo.
“Não podemos ter um olhar singular em relação à saúde mental. Para entender sua complexidade e conseguir auxiliar o paciente, precisamos desenvolver um trabalho conjunto, com profissionais de várias áreas”, disse Dorian.
Os pacientes também fazem atividades físicas nas escolas do Município e participam de passeios monitorados pela Cidade, além de desenvolverem ações voltadas à inserção social e à promoção da cidadania. “Estamos integrando cada vez mais o setor com a Educação e a Promoção Social, investindo na prevenção, com o auxílio das equipes do Programa Saúde da Família”.
Ela frisou que somente no Ambulatório de Saúde Mental são realizadas até 3 mil consultas por mês. “O atendimento não se restringe a uma faixa etária. Atendemos desde crianças a adultos”.
Uma forma de vencer o preconceito, segundo Dorian, é a realização de encontros semanais que reúnem pacientes, seus familiares e a equipe profissional. “As famílias precisam acreditar que a interação é a solução. Não basta tratar os sintomas, mas analisar profundamente o que provocou o distúrbio e investir na solução do problema. O preconceito, o desconhecimento por parte da sociedade, é ainda um grande entrave no avanço das propostas”.
Álcool – Dorian Rojas informou que até o final de 2006 Praia Grande deve ganhar um Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) voltado para o tratamento envolvendo álcool e drogas. Também está em planejamento um Caps Infantil e a criação de uma ala para emergência psiquiátrica no Hospital Municipal. Casos urgentes, em crise aguda, poderão ser tratados no próprio Município. “Conseguiremos evitar internações fora da Cidade, o que aproximará mais as famílias dos pacientes”.
Programação - Nesta terça-feira, o médico psiquiatra Edson Kazuo Matsumoto, do Caps II de Praia Grande, coordena a mesa redonda Repensar para não errar – Avaliação e reflexão acerca dos serviços substitutivos em saúde mental, às 19 horas, na Universidade Católica de Santos (UniSantos).
O evento, que termina sexta-feira, é uma realização do Conselho Regional de Psicologia da 6a Região, com apoio da Prefeitura de Praia Grande, UniSantos e Centro de Estudo da Ciência do Comportamento de Santos.
“O portador de transtorno mental não precisa ser retirado do convívio social e tratado em instituições fechadas. O fato de ser portador de um distúrbio não significa que é incapacitado. Pode ser tratado em liberdade e inserido dentro do contexto social, respeitando-se seus limites”, diz Dorian. “Temos de promovê-lo à condição de cidadão”.
Segundo a psicóloga, a simples internação, como ocorria no passado, apenas afastava o problema para longe dos olhos da sociedade. “Nesses 18 anos de luta antimanicomial muitos hospitais foram fechados, leitos desativados e leis criadas regulamentando a criação de novas instituições privadas e também a internação, que não pode mais ser arbitrária. Antes a internação era a única hipótese. Hoje é a última. Só mesmo quando há risco de vida para o paciente ou para aqueles que convivem com ele”.
Dorian Rojas destacou que Praia Grande tem orgulho de estar no rumo certo para a solução dos problemas nesse segmento. “O Município tem a coragem de olhar de frente para as questões relativas à saúde mental”. Atualmente Praia Grande conta com o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) II e o Ambulatório de Saúde Mental. Há um ano e meio esses serviços estão instalados em amplas instalações da Rua Cidade de Santos, no Bairro Boqueirão.
Hospital-dia – Dorian Rojas explicou que o Caps funciona como um hospital-dia. Atende 207 pacientes em horário integral e em regime semi-intensivo. Durante o tempo em que permanecem no local, participam de oficinas terapêuticas e recebem a assistência de equipe multiprofissional formada por psicólogo, psiquiatra, enfermeira, terapeuta ocupacional, assistente social e fonoaudiólogo.
“Não podemos ter um olhar singular em relação à saúde mental. Para entender sua complexidade e conseguir auxiliar o paciente, precisamos desenvolver um trabalho conjunto, com profissionais de várias áreas”, disse Dorian.
Os pacientes também fazem atividades físicas nas escolas do Município e participam de passeios monitorados pela Cidade, além de desenvolverem ações voltadas à inserção social e à promoção da cidadania. “Estamos integrando cada vez mais o setor com a Educação e a Promoção Social, investindo na prevenção, com o auxílio das equipes do Programa Saúde da Família”.
Ela frisou que somente no Ambulatório de Saúde Mental são realizadas até 3 mil consultas por mês. “O atendimento não se restringe a uma faixa etária. Atendemos desde crianças a adultos”.
Uma forma de vencer o preconceito, segundo Dorian, é a realização de encontros semanais que reúnem pacientes, seus familiares e a equipe profissional. “As famílias precisam acreditar que a interação é a solução. Não basta tratar os sintomas, mas analisar profundamente o que provocou o distúrbio e investir na solução do problema. O preconceito, o desconhecimento por parte da sociedade, é ainda um grande entrave no avanço das propostas”.
Álcool – Dorian Rojas informou que até o final de 2006 Praia Grande deve ganhar um Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) voltado para o tratamento envolvendo álcool e drogas. Também está em planejamento um Caps Infantil e a criação de uma ala para emergência psiquiátrica no Hospital Municipal. Casos urgentes, em crise aguda, poderão ser tratados no próprio Município. “Conseguiremos evitar internações fora da Cidade, o que aproximará mais as famílias dos pacientes”.
Programação - Nesta terça-feira, o médico psiquiatra Edson Kazuo Matsumoto, do Caps II de Praia Grande, coordena a mesa redonda Repensar para não errar – Avaliação e reflexão acerca dos serviços substitutivos em saúde mental, às 19 horas, na Universidade Católica de Santos (UniSantos).
O evento, que termina sexta-feira, é uma realização do Conselho Regional de Psicologia da 6a Região, com apoio da Prefeitura de Praia Grande, UniSantos e Centro de Estudo da Ciência do Comportamento de Santos.