Trabalho em equipe é a base do tratamento em liberdade

Apenas 20% dos manicômios ainda estão em atividade

Por Fabiana Augusta | 31/5/2005

Após 18 anos de luta, hoje restam em funcionamento apenas 20% dos manicômios que estavam em operação em 1987. Esse é o resultado de um árduo trabalho realizado por profissionais da área, familiares de pacientes e voluntários. Além de ações baseadas na visão de tratamento em liberdade, o que traz resultados efetivos é a unificação da linguagem dentro dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

“Não é o saber médico que decide a forma de tratar em Saúde Mental e sim o saber da equipe multidisciplinar”, afirma o psiquiatra do Caps de Praia Grande, Edson Kazuo Matsumoto. “A junção de todas as especialidades é o que traz resultado ao tratamento. Todos têm funções fundamentais, do psicólogo à faxineira”.

Matsumoto diz que, às vezes, os pacientes relatam aos funcionários fatos que não foram mencionados durante a consulta. “Eles são orientados a nos trazer essas informações. São dados que nos ajudam a entender certas situações da vida do usuário”.

Os Caps têm condições de ser a melhor forma de tratar em Saúde Mental em substituição aos manicômios. “Isso acontece porque é a integração da equipe que possibilita um tratamento como um todo. Não é só o medicamento indicado pelo psiquiatra que faz efeito. É isso somado ao trabalho da terapeuta ocupacional, dos professores de artes e educação física e do tratamento psicológico. A riqueza do Caps está aí, na união da equipe técnica com a liberdade de tratar”.