Especialistas desfazem mitos sexuais

Sexo sem penetração pode resultar em gravidez

Por Antonio Cassimiro | 7/7/2005

Para quem acredita que relação sexual sem penetração, com ejaculação fora da vagina, é método seguro de se evitar gravidez, especialistas advertem: há casos de mulheres que engravidaram dessa forma e algumas sequer perderam a virgindade.

O assunto, por mais intrigante que possa parecer, é tratado com seriedade durante os debates sobre sexo na adolescência promovido por educadores e jovens em seis cidades da Região Metropolitana da Baixada Santista. Nesta semana, o encontro aconteceu no Programa de Integração e Cidadania (PIC), da Vila Alice, em Praia Grande.

“A possibilidade de a mulher engravidar mesmo sem ter sido penetrada ocorre se o sêmen for despejado próximo à vagina, “nas coxas”, como se diz popularmente”, afirma a psicanalista Cristina Domingues Pinto, da ONG Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual (GTPOS), de São Paulo. “Mesmo sem haver a penetração, é possível que o espermatozóide alcance a vagina. Numa situação com essa, uma mulher virgem pode engravidar sem que tenha seu hímen rompido”.

Outro mito é a utilização do coito interrompido, com a penetração e a ejaculação fora do órgão sexual feminino. Segundo especialistas, a secreção que sai do pênis, durante o ato sexual, pode conter esperma e ser responsável pela fecundação, mesmo que a ejaculação não ocorra dentro da vagina. “Há depoimentos de jovens que engravidaram porque acreditavam que a gravidez acontecia só na terceira ou quarta relação sexual e não na primeira vez. Nosso trabalho é desfazer as informações equivocadas e levá-las ao conhecimento dos jovens na proporção que eles possam ouvir e entender”, destacou Cristina.

Capacitação - Os temas masturbação, virgindade, violência e abuso sexual, prostituição e doenças sexualmente transmissíveis também são debatidos nos encontros, que têm a finalidade de fazer com que os participantes sejam multiplicadores das informações em suas cidades.

Além da GTPOS, o evento é promovido pela ONG Camará, de São Vicente, que realiza capacitação de professores na educação e orientação sexual de adolescentes. Denominado Sexualidade e Cidadania, o projeto é mantido pelo Fundo Nacional de Educação e reúne 37 jovens e 25 técnicos, que representam a cidades de Santos, Guarujá, São Vicente, Bertioga, Cubatão e Praia Grande.

Praia Grande é representada pela chefe de Divisão da Criança e do Adolescente, Sônia Aparecida Alves Gama, e pelos adolescentes Rodrigo Aparecido Rodrigues de Souza e Juliana Matos de Almeida.