Saúde - Jornada de Reabilitação debate inclusão e humanização

Evento reúne profissionais, portadores de necessidades especiais e seus familiares

Por João Carlos Miranda | 1/12/2005

“A saúde pública de Praia Grande está alterando o conceito de atendimento, de remediar para prevenir a doença, e tem na multiplicação de ações sua base fundamental. Encontrar soluções para auxiliar a inserção dos portadores de necessidades especiais na sociedade também é uma das prioridades da Secretaria de Saúde. A inclusão social é uma das ações desenvolvidas e cada vez mais a parceria com os diversos segmentos da sociedade torna-se essencial”.

A afirmação é do secretário da Sesap, Eduardo Dall’Acqua, durante a solenidade de abertura da 5ª Jornada de Reabilitação de Praia Grande. O evento, coordenado pelo Núcleo de Reabilitação Física e Mental Henry, foi realizado quarta-feira (30), na Colônia de Férias dos Vendedores e Viajantes, no bairro Mirim.

Segundo a supervisora do Núcleo Henry, Aparecida Palhoti Gomes, o evento permitiu adquirir novos conhecimentos. “Os palestrantes são profissionais atualizados no campo da Reabilitação. Trazem conceitos e idéias para conhecimento e discussão, permitindo troca de experiências e maior conscientização dos participantes”.

O diretor do DIR XIX, Renato Rodolfo Pastorello, um dos palestrantes da 5ª Jornada de Reabilitação, falou sobre as mudanças na política da saúde pública federal. “Há alguns anos as ações ocorriam no atendimento curativo. Hoje a prevenção é o maior objetivo. Significa melhor qualidade de vida para a população. O SUS, Sistema Único de Saúde, tem como base a universalidade, integralidade, equidade e a descentralização no atendimento. O que se busca é que todos tenham as mesmas possibilidades e benefícios.”

A palestrante e chefe do Departamento de Assistência à Saúde da Sesap, Eliana Maria Siqueira Carvalho, ressaltou as ações do Sistema de Saúde da Família e as vantagens da prevenção ao atendimento curativo.

“O atendimento não é mais centrado no médico, mas na equipe”, destaca Eliana Carvalho. “Há uma ação conjunta, equipe e comunidade juntos, buscando alternativas e realizando ações. Enquanto na política curativa há um cuidado episódico, com o Saúde da Família atende-se as pessoas e suas necessidades”.

A terapeuta ocupacional Ana Carolina Agapito, ressaltando a humanização no atendimento, abordou as diretrizes do SUS: “O que se busca é a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores; fomento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos; aumento do grau de co-responsabilidade na produção de saúde e de sujeitos; estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de gestão e a identificação das necessidades sociais de saúde”.

O presidente da Associação de Deficientes de Praia Grande, Teógenes Oliveira Neto, fez uma reflexão sobre “As pessoas portadora de deficiência” e enfatizou a ação dos profissionais. “Minha preocupação é com o relacionamento humano no atendimento a pessoa portadora de necessidades especiais. Não podemos esquecer que se trata de um ser humano e deve receber atenção, com sensibilidade”.

Durante o evento foram realizadas as seguintes palestras: Como Educar seu Filho, especial ou não, ministrada por Ruy Amaral Pupo Filho; A Reabilitação do Paciente Epilético: Família, Saúde e Educação, sob orientação de Maria Lúcia Leal dos Santos; Estimulação Visual, com a pedagoga Eliana Santos Paulino da Silva; Sistema de Comunicação alternativa PCS, com a fonoaudióloga Regina Donammaria Moraes.

E ainda Libras, pela intérprete Abenailde Oliveira Santos; Mercado de Trabalho-Inclusão Social, com a assistente social Suzana Pinheiro Araújo Monteiro e a e terapeuta ocupacional Nayara Roberta Vicente de Matos; A Família no Processo Terapêutico, com a psicóloga Maria Pilar Vasquez Gómez.