Estado lança plano preventivo da Defesa Civil para o verão

Baixada completa uma década sem o registro de mortes por deslizamentos nos morros

Por | 2/12/2005

O Plano Preventivo de Defesa Civil para escorregamentos de encostas da Serra do Mar foi lançado na manhã de quinta-feira (1º), no Sesc, em Santos. As ações previstas no plano devem vigorar até 31 de março de 2006, período em que a região registra altos índices pluviométricos e, conseqüentemente, situações de risco. Nesta temporada, a Região Metropolitana da Baixada Santista completa uma década sem o registro de mortes por deslizamento nos morros.

Aberto pelo secretário chefe da Casa Militar do Estado e coordenador estadual da Defesa Civil, coronel PM Celso Carlos de Camargo, o evento contou com a presença dos coordenadores da Defesa Civil, Jorge Ventura (Praia Grande), e Regina Elsa Araújo (regional). Também participaram representantes do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), do Instituto Geológico do Estado, do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil das cidades da Baixada Santista e do Vale do Ribeira.

A coordenadora regional Regina Araújo enalteceu os resultados da parceria que envolve diversos órgãos públicos e definiu a Defesa Civil como “a administração da solidariedade e uma demonstração de amor ao próximo”, já que seus componentes arriscam suas próprias vidas para salvar pessoas que sequer conhecem.

“Fazemos um trabalho de solidariedade com roupagem de responsabilidade”, acrescentou Regina Araújo. Sua orientação foi para que todos os coordenadores não se esqueçam de deixar seus aparelhos de fax no modo automático e mantenham o plantão 24 horas, a fim de responderem o mais rapidamente possível a um chamado diante de qualquer eventualidade.

De acordo com o major Luiz Dias Filho, da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, as ações preventivas de monitoramento das situações de risco têm sido bem sucedidas nos últimos anos. Na Baixada Santista nenhuma morte motivada por escorregamentos foi registrada nos últimos dez anos. A expectativa é de que esse índice de morte zero se mantenha, apesar de as previsões meteorológicas indicarem a ocorrência de chuvas intensas nesse período.

O major Luiz Dias Filho ressalta que a maioria das mortes decorrentes de inundações pode ser evitada se as pessoas não se arriscarem a atravessar pontos alagados, tanto a pé como de carro. Ele lembrou que no verão passado, pelo menos cinco vítimas fatais tiveram seus veículos arrastados por enxurradas no interior do Estado.

Calamidade - Apesar de não possuir morros ocupados por habitações, Praia Grande também sofre problemas com as chuvas, principalmente com enchentes em áreas ocupadas irregularmente na Vila Mirim, proximidades da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega e na Ilha das Caieiras.

A última ocorrência de maiores proporções no Município foi em 2001, quando em razão das fortes chuvas houve a queda da ponte sobre o rio Itinga, em Solemar, e o prefeito Alberto Mourão se viu obrigado a decretar Estado de Calamidade Pública.

A Defesa Civil de Praia Grande é formada por representantes da Subsecretaria para Assuntos de Segurança e das secretarias de Saúde, Educação, Serviços Urbanos, Promoção Social e de Habitação, Urbanismo e Meio Ambiente.

Segundo o coordenador de Praia Grande, Jorge Ventura, durante a vigência do plano são emitidos três boletins diários com os índices pluviométricos e as previsões meteorológicas para os cinco próximos dias, além dos extraordinários, se necessário. A Defesa Civil pode ser chamada pelo telefone 199.