Arte do grafite toma conta do Skate Park
Desenhos e mensagens abordam meio ambiente e cidadania
Por Alex Frutuoso | 6/2/2006

Inaugurada no dia 22 de janeiro, a pista do Skate Park, construída pela Prefeitura de Praia Grande na orla do Bairro Aviação, em frente ao Clube de Praia São Paulo, já é sucesso de público entre crianças, adolescentes e até mesmo adultos. Agora, além de abrigar um espaço especial para a prática do esporte, o local é palco também da arte do grafite.
Um grupo de voluntários passou os últimos dias debaixo de sol forte, fazendo desenhos e mensagens alusivas ao meio ambiente e cidadania, como “Água é Vida”, “Não use Drogas. Pratique Esportes”, “Skate é Cidadania. Pratique” e “Proteja o Nosso Planeta”.
Um dos artistas que ajudou no novo visual do Skate Park é Jaime de Andrade Júnior, 28 anos, morador da Vila São Jorge. Grafitando há dez anos, o artista afirma que a iniciativa da Prefeitura valoriza a arte, muitas vezes marginalizada. “A pista tem recebido gente de todas as idades e de todas as cidades da Baixada. Essa oportunidade ajuda a divulgar nosso trabalho e valoriza a arte”.
História - A palavra grafite é de origem italiana e significa "escritas feitas com carvão". Os antigos romanos tinham o costume de escrever manifestações de protesto com carvão nas paredes de suas construções. Eram palavras proféticas, ordens comuns e outras formas de divulgação de leis e acontecimentos públicos. Alguns grafites ainda podem ser vistos nas catacumbas de Roma e em outros sítios arqueológicos espalhados pela Itália.
No século XX, mais precisamente no final da década de 60, jovens do Bronx, bairro de Nova Iorque (EUA), restabeleceram essa forma de arte usando tintas spray. Para muitos, o grafite surgiu de forma paralela ao hip hop - cultura de periferia, originária dos guetos americanos, que une o rap (música muito mais falada do que cantada), o break (dança robotizada) e o grafite (arte plástica do movimento cultural).
Nesse período, academias e escolas de arte começaram a entrar em crise e jovens artistas passaram a se interessar por novas linguagens. Com isso, teve início um movimento que dava crédito às manifestações artísticas fora dos espaços fechados e acadêmicos. A rua passou a ser o cenário perfeito para as pessoas manifestarem sua arte.
Os artistas do grafite, também chamados de "writers" (escritores), costumavam escrever seus próprios nomes em seus trabalhos ou chamar a atenção para problemas do governo ou questões sociais.
Na Europa, no início dos anos 80, jovens de Amsterdã, Berlim, Paris e Londres passaram a criar seus próprios ateliês em edifícios e fábricas abandonadas. O objetivo era conseguir espaço para criarem livremente. Nesses locais, surgiram novas bandas de música, grupos de artistas plásticos, mímicos, atores, artesãos e grafiteiros.
Muitos grafiteiros europeus e norte-americanos que viveram e trabalharam nesses espaços alternativos conseguiram mostrar suas obras além das fronteiras de seus países. Alguns exemplos desse movimento são: Jean-Michel Basquiat, Keith Haring e Kenny Scharf.
Haring e Scharf expuseram seus trabalhos na XVII Bienal Internacional de São Paulo, em 1983, exercendo forte influencia entre os artistas do grafite no Brasil. A XVIII Bienal, em 1985, lançou nomes de grafiteiros brasileiros, tais como Alex Vallauri, Matuck e Zaidler.
Grafite social - No Brasil, muitas pessoas ainda vêem o trabalho dos grafiteiros apenas como um amontoado de letras rabiscadas e sem nexo, ou como pura poluição visual e ato de vandalismo contra o patrimônio público.
Para reverter esse quadro e aproveitar o aspecto positivo dessas manifestações, atualmente os artistas do grafite são convidados a participar de projetos que visam embelezar as cidades, como acontece no Skate Park de Praia Grande. Com isso, espera-se que as pessoas interessadas nessa atividade possam continuar expressando sua arte, mas sem causar prejuízos ao planejamento urbano.
Para citar outros exemplos, a Universidade de São Paulo (USP) começou a organizar a primeira cooperativa brasileira de grafiteiros, muitos deles ex-pichadores. A intenção é profissionalizar esses artistas. Todos são orientados por professores de artes plásticas e designers para fazerem seus trabalhos em painéis e muros especialmente destinados para exibição de suas pinturas.
Um grupo de voluntários passou os últimos dias debaixo de sol forte, fazendo desenhos e mensagens alusivas ao meio ambiente e cidadania, como “Água é Vida”, “Não use Drogas. Pratique Esportes”, “Skate é Cidadania. Pratique” e “Proteja o Nosso Planeta”.
Um dos artistas que ajudou no novo visual do Skate Park é Jaime de Andrade Júnior, 28 anos, morador da Vila São Jorge. Grafitando há dez anos, o artista afirma que a iniciativa da Prefeitura valoriza a arte, muitas vezes marginalizada. “A pista tem recebido gente de todas as idades e de todas as cidades da Baixada. Essa oportunidade ajuda a divulgar nosso trabalho e valoriza a arte”.
História - A palavra grafite é de origem italiana e significa "escritas feitas com carvão". Os antigos romanos tinham o costume de escrever manifestações de protesto com carvão nas paredes de suas construções. Eram palavras proféticas, ordens comuns e outras formas de divulgação de leis e acontecimentos públicos. Alguns grafites ainda podem ser vistos nas catacumbas de Roma e em outros sítios arqueológicos espalhados pela Itália.
No século XX, mais precisamente no final da década de 60, jovens do Bronx, bairro de Nova Iorque (EUA), restabeleceram essa forma de arte usando tintas spray. Para muitos, o grafite surgiu de forma paralela ao hip hop - cultura de periferia, originária dos guetos americanos, que une o rap (música muito mais falada do que cantada), o break (dança robotizada) e o grafite (arte plástica do movimento cultural).
Nesse período, academias e escolas de arte começaram a entrar em crise e jovens artistas passaram a se interessar por novas linguagens. Com isso, teve início um movimento que dava crédito às manifestações artísticas fora dos espaços fechados e acadêmicos. A rua passou a ser o cenário perfeito para as pessoas manifestarem sua arte.
Os artistas do grafite, também chamados de "writers" (escritores), costumavam escrever seus próprios nomes em seus trabalhos ou chamar a atenção para problemas do governo ou questões sociais.
Na Europa, no início dos anos 80, jovens de Amsterdã, Berlim, Paris e Londres passaram a criar seus próprios ateliês em edifícios e fábricas abandonadas. O objetivo era conseguir espaço para criarem livremente. Nesses locais, surgiram novas bandas de música, grupos de artistas plásticos, mímicos, atores, artesãos e grafiteiros.
Muitos grafiteiros europeus e norte-americanos que viveram e trabalharam nesses espaços alternativos conseguiram mostrar suas obras além das fronteiras de seus países. Alguns exemplos desse movimento são: Jean-Michel Basquiat, Keith Haring e Kenny Scharf.
Haring e Scharf expuseram seus trabalhos na XVII Bienal Internacional de São Paulo, em 1983, exercendo forte influencia entre os artistas do grafite no Brasil. A XVIII Bienal, em 1985, lançou nomes de grafiteiros brasileiros, tais como Alex Vallauri, Matuck e Zaidler.
Grafite social - No Brasil, muitas pessoas ainda vêem o trabalho dos grafiteiros apenas como um amontoado de letras rabiscadas e sem nexo, ou como pura poluição visual e ato de vandalismo contra o patrimônio público.
Para reverter esse quadro e aproveitar o aspecto positivo dessas manifestações, atualmente os artistas do grafite são convidados a participar de projetos que visam embelezar as cidades, como acontece no Skate Park de Praia Grande. Com isso, espera-se que as pessoas interessadas nessa atividade possam continuar expressando sua arte, mas sem causar prejuízos ao planejamento urbano.
Para citar outros exemplos, a Universidade de São Paulo (USP) começou a organizar a primeira cooperativa brasileira de grafiteiros, muitos deles ex-pichadores. A intenção é profissionalizar esses artistas. Todos são orientados por professores de artes plásticas e designers para fazerem seus trabalhos em painéis e muros especialmente destinados para exibição de suas pinturas.