Garotas do vôlei: sonho, luta e promessa de vitória
Por Antonio Cassimiro | 24/2/2006

O meio-de-rede Rodrigão, um dos destaques da nova geração do vôlei nacional, jogador da equipe Suzano e da Seleção Brasileira, é o ídolo de jovens atletas de todo o País. O ginásio, que fica no Bairro Tupi e tem o seu nome, é o lugar onde alguns desses admiradores treinam e sonham um dia ganhar a mesma notoriedade do medalhista olímpico. É para alcançar esse objetivo que meninas da equipe infanto-feminino, da Associação Atlética Praia Grande/Colégio Objetivo, dedicam horas de preparo na quadra local.
Ao todo, 20 atletas, de 15 e 16 anos, passam a semana com o técnico Luis Mariano, considerado uma espécie de pai pelas garotas. Com apito na mão e moderados gritos, ele treina, orienta, adverte, brinca. É assim que prepara as adolescentes para disputas importantes como o torneio oficial da Federação Paulista de Vôlei, o Campeonato Paulista, e o Campeonato Pré-Olímpico. “Amo meu trabalho e quero muito bem a essas garotas, que são como minhas filhas ou irmãs, sei lá. Por querer o bem delas é que exijo muita dedicação e isso acaba acontecendo naturalmente”.
A admiração por ícones do vôlei, como Rodrigão, é um sentimento diferente do que as atletas têm por Mariano. Foi esse respeito e carinho pelo trabalho desenvolvido pelo técnico que fez algumas das meninas deixarem suas cidades ou equipes como São Caetano, Alphaville Tênis Clube e Paulistano para virem jogar no seu time.
A oposta Isabela Regis Martins, de 1,83 metro, é um exemplo. Após se recuperar de uma lesão no joelho, contraída meses depois de ser contratada pelo São Caetano, a jogadora desistiu da equipe e voltou a Praia Grande. “Minha família mora aqui e foi aqui que comecei a jogar. Lamentei muito quando recebi o convite do São Caetano, mas precisava pensar em meu futuro. Depois de dois anos lá, não resisti ao pedido de Mariano e voltei. Além da estrutura desta equipe, o grupo aqui é uma família”.
Pamella Mello Farias é ex-levantadora do Banespa, do BCN, do Ipiranga e do Paulistano. Tem 15 anos e joga desde os 11 por influência da mãe, que atualmente é árbitro da Federação Paulista de Vôlei. Em conversa com uma amiga durante treinamento em sua última equipe, se entusiasmou com os comentários a respeito de Luis Mariano e da estrutura oferecida aos atletas pela Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), na Prefeitura de Praia Grande. O contato com o técnico da equipe local não demorou. Em poucos dias Pamella deixou sua casa e veio morar na Cidade.
“Fiquei empolgada porque minha amiga Carla falou muito bem do técnico e da disposição que ele tem de montar uma boa equipe. Gostei muito de tudo, da estrutura, do espaço e do grupo. Estou confiante e quero fazer bonito nas competições que temos pela frente”, disse Pamella.
A amiga que incentivou Pamella a mudar de clube foi a meio-de-rede Carla Novaes, que já havia treinado na equipe de Praia Grande e sonhava em deixar o Paulistano para retornar à cidade de origem, onde reside com os pais. Filha única, a jogadora integrava a equipe do Tumiaru, em São Vicente, sempre incentivada pela mãe, que é comerciante, e pelo pai, estivador.
“A amizade dentro do grupo é muito importante para o atleta. A comunicação durante a partida é fácil porque só de olhar um para o outro a gente já sabe o que é preciso fazer. Sem falar na boa relação com o técnico”, comentou Carla Novaes.
Outra que foi vencida pela saudade da família foi Kamila dos Santos Braga, do Alphaville Tênis Club, de Barueri. Durante uma peneira para jogar no Paulistano, ouviu comentários sobre o interesse de Mariano em contratar novas atletas e também se encantou com a possibilidade de integrar a equipe Associação Atlética Praia Grande/Colégio Objetivo. “Participei de um teste no início do ano e aqui estou eu, muito feliz”.
O clima de harmonia e concentração é visível durante os treinamentos. Enquanto realizam atividades físicas com ou sem bola, as brincadeiras são praticamente inevitáveis.
Ana Paula Alikawa sorri e diz não ligar por ser chamada pelas amigas e pelo treinador de “japonesa”. Única filha de um casamento desfeito quando ela tinha pouco mais de 2 anos, a jogadora diz ser incentivada pela mãe, já que o pai mora no Japão. Para ela, o treino é uma oportunidade muito agradável. “Vejo no vôlei uma atividade que me faz bem. Minha mãe me apóia muito. Quero sempre vencer, mas se por acaso perder uma partida, avalio a derrota como forma de aprender e se preparar para próxima competição. O que não podemos fazer é desistir”.
Cada uma das atletas tem uma lição de vida. Aline Souza, que aprendeu a gostar de vôlei acompanhando a irmã Alessandra em jogos - sempre sob a coordenação de Mariano - disse que ganhou mais um membro na família, a Kamila (de Barueri), que está hospedada em sua casa. Já Maiara Martins, que tempos atrás tinha problemas físicos e se julgava “desajeitada”, agora é uma das principais atletas da equipe. Assim com elas, mesmo com as dificuldades que enfrenta, todo o grupo tem um sonho comum: chegar à Seleção Brasileira.
Enquanto a sonhada convocação não vem, as meninas têm vários desafios pela frente. Nos campeonatos Paulista e Pré-olímpico, vão enfrentar clubes como Finasa/Osasco, São Caetano, Pinheiros, Banespa, Paulistano, Guarulhos e Santo André.
Para o secretário de Juventude, Esporte e Lazer de Praia Grande, José Carlos de Souza, as provas são ideais para testar a capacidade do grupo diante de outros jogos importantes como os Regionais, em Caieiras, e os Abertos, em São Bernardo do Campo, ainda neste ano. “Estamos montando uma equipe que vai fazer a diferença nessas competições e isso não será no vôlei. Essa política que estamos adotando fortalece todas as modalidades e, como se vê, atletas que antes deixavam a Cidade, voltarão para ajudar Praia Grande a crescer ainda mais no esporte”.
Segundo Souza, para o vôlei, estão previstas outras contratações de equipes de renome.
A equipe infanto treina as segundas, quartas e sextas-feiras, das 14 às 18 horas, no ginásio Rodrigão, na Avenida Presidente Kennedy, esquina com as ruas Tupi e Arari, no Bairro Tupi. Terças e quintas-feiras, o treino é com hidroginástica no ginásio da Sejel.
Ao todo, 20 atletas, de 15 e 16 anos, passam a semana com o técnico Luis Mariano, considerado uma espécie de pai pelas garotas. Com apito na mão e moderados gritos, ele treina, orienta, adverte, brinca. É assim que prepara as adolescentes para disputas importantes como o torneio oficial da Federação Paulista de Vôlei, o Campeonato Paulista, e o Campeonato Pré-Olímpico. “Amo meu trabalho e quero muito bem a essas garotas, que são como minhas filhas ou irmãs, sei lá. Por querer o bem delas é que exijo muita dedicação e isso acaba acontecendo naturalmente”.
A admiração por ícones do vôlei, como Rodrigão, é um sentimento diferente do que as atletas têm por Mariano. Foi esse respeito e carinho pelo trabalho desenvolvido pelo técnico que fez algumas das meninas deixarem suas cidades ou equipes como São Caetano, Alphaville Tênis Clube e Paulistano para virem jogar no seu time.
A oposta Isabela Regis Martins, de 1,83 metro, é um exemplo. Após se recuperar de uma lesão no joelho, contraída meses depois de ser contratada pelo São Caetano, a jogadora desistiu da equipe e voltou a Praia Grande. “Minha família mora aqui e foi aqui que comecei a jogar. Lamentei muito quando recebi o convite do São Caetano, mas precisava pensar em meu futuro. Depois de dois anos lá, não resisti ao pedido de Mariano e voltei. Além da estrutura desta equipe, o grupo aqui é uma família”.
Pamella Mello Farias é ex-levantadora do Banespa, do BCN, do Ipiranga e do Paulistano. Tem 15 anos e joga desde os 11 por influência da mãe, que atualmente é árbitro da Federação Paulista de Vôlei. Em conversa com uma amiga durante treinamento em sua última equipe, se entusiasmou com os comentários a respeito de Luis Mariano e da estrutura oferecida aos atletas pela Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), na Prefeitura de Praia Grande. O contato com o técnico da equipe local não demorou. Em poucos dias Pamella deixou sua casa e veio morar na Cidade.
“Fiquei empolgada porque minha amiga Carla falou muito bem do técnico e da disposição que ele tem de montar uma boa equipe. Gostei muito de tudo, da estrutura, do espaço e do grupo. Estou confiante e quero fazer bonito nas competições que temos pela frente”, disse Pamella.
A amiga que incentivou Pamella a mudar de clube foi a meio-de-rede Carla Novaes, que já havia treinado na equipe de Praia Grande e sonhava em deixar o Paulistano para retornar à cidade de origem, onde reside com os pais. Filha única, a jogadora integrava a equipe do Tumiaru, em São Vicente, sempre incentivada pela mãe, que é comerciante, e pelo pai, estivador.
“A amizade dentro do grupo é muito importante para o atleta. A comunicação durante a partida é fácil porque só de olhar um para o outro a gente já sabe o que é preciso fazer. Sem falar na boa relação com o técnico”, comentou Carla Novaes.
Outra que foi vencida pela saudade da família foi Kamila dos Santos Braga, do Alphaville Tênis Club, de Barueri. Durante uma peneira para jogar no Paulistano, ouviu comentários sobre o interesse de Mariano em contratar novas atletas e também se encantou com a possibilidade de integrar a equipe Associação Atlética Praia Grande/Colégio Objetivo. “Participei de um teste no início do ano e aqui estou eu, muito feliz”.
O clima de harmonia e concentração é visível durante os treinamentos. Enquanto realizam atividades físicas com ou sem bola, as brincadeiras são praticamente inevitáveis.
Ana Paula Alikawa sorri e diz não ligar por ser chamada pelas amigas e pelo treinador de “japonesa”. Única filha de um casamento desfeito quando ela tinha pouco mais de 2 anos, a jogadora diz ser incentivada pela mãe, já que o pai mora no Japão. Para ela, o treino é uma oportunidade muito agradável. “Vejo no vôlei uma atividade que me faz bem. Minha mãe me apóia muito. Quero sempre vencer, mas se por acaso perder uma partida, avalio a derrota como forma de aprender e se preparar para próxima competição. O que não podemos fazer é desistir”.
Cada uma das atletas tem uma lição de vida. Aline Souza, que aprendeu a gostar de vôlei acompanhando a irmã Alessandra em jogos - sempre sob a coordenação de Mariano - disse que ganhou mais um membro na família, a Kamila (de Barueri), que está hospedada em sua casa. Já Maiara Martins, que tempos atrás tinha problemas físicos e se julgava “desajeitada”, agora é uma das principais atletas da equipe. Assim com elas, mesmo com as dificuldades que enfrenta, todo o grupo tem um sonho comum: chegar à Seleção Brasileira.
Enquanto a sonhada convocação não vem, as meninas têm vários desafios pela frente. Nos campeonatos Paulista e Pré-olímpico, vão enfrentar clubes como Finasa/Osasco, São Caetano, Pinheiros, Banespa, Paulistano, Guarulhos e Santo André.
Para o secretário de Juventude, Esporte e Lazer de Praia Grande, José Carlos de Souza, as provas são ideais para testar a capacidade do grupo diante de outros jogos importantes como os Regionais, em Caieiras, e os Abertos, em São Bernardo do Campo, ainda neste ano. “Estamos montando uma equipe que vai fazer a diferença nessas competições e isso não será no vôlei. Essa política que estamos adotando fortalece todas as modalidades e, como se vê, atletas que antes deixavam a Cidade, voltarão para ajudar Praia Grande a crescer ainda mais no esporte”.
Segundo Souza, para o vôlei, estão previstas outras contratações de equipes de renome.
A equipe infanto treina as segundas, quartas e sextas-feiras, das 14 às 18 horas, no ginásio Rodrigão, na Avenida Presidente Kennedy, esquina com as ruas Tupi e Arari, no Bairro Tupi. Terças e quintas-feiras, o treino é com hidroginástica no ginásio da Sejel.