Dia do Assistente Social: conheça a rotina e a importância da profissão

Data é festejada no dia 15 de maio

14/5/2020

Brigando para desconstruir a imagem do assistencialismo, o assistente social é o profissional que investe no ser humano, empodera as pessoas para que elas possam garantir seus direitos. É essencial em catástrofes, situações de emergência ou para orientar o cidadão no dia a dia. Este ano, a comemoração pelo seu dia (15 de maio) vai ser em meio à pandemia do novo coronavírus. Com as ações implantadas em Praia Grande para atender aos mais vulneráveis, muitos desses profissionais deixaram os setores que trabalhavam para atender pessoas.

Praia Grande aumentou de cinco para 14 os pontos de atendimento das pessoas em vulnerabilidade social. Locais que atendem pais e mães de família em busca de garantir o sustento do mês. No meio deles, pessoas mal intencionadas que tentam a todo custo obter vantagem. Cabe ao assistente social o difícil trabalho de separar o joio do trigo.

Formada em 2001, a assistente social, Abinoan Salvino, trabalha em Praia Grande desde 2008, quando passou no concurso público. Entre sua trajetória, já atuou no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e num abrigo infantil. Mas foi escalada para trabalhar na linha de frente da assistência, em uma das escolas que está servindo de ponto de atendimento do Cras.

“Momentos como este vêm para gente lembrar nossa escolha profissional, relembrar o que viu nas aulas da faculdade, lutar para devolver um direito a quem precisa. Não me importa quem são essas pessoas, elas precisam de ajuda neste momento. Entrei para o serviço social para ser justa, não para juízo de valor. Eu amo o que faço”.

É o assistente social, o profissional que explica ao cidadão sobre os seus direitos, que valoriza um grupo ou até reforça a autonomia de uma comunidade. Isso sem esquecer das leis e das regras.

Desde 1986, Vania Gimenez trabalha na assistência social do Município. Começou quando não existia política pública sobre o tema e a Cidade dava os primeiros passos na atenção ao idoso. Era para esse público que Vania trabalhava, ajudando a resolver questões burocráticas e incentivando a prática de atividades em conjunto. Começou com 16 idosos, no Bairro Tupi. De lá para cá a Cidade cresceu e junto a atenção voltada ao idoso no Município, com o Programa Conviver e a creche do Idoso.

“Amo trabalhar com a terceira idade. Quando comecei os idosos não tinham valor, eram esquecidos. Escolhi esta profissão e sou muito feliz com ela. A gente não resolve as coisas, abre caminho para que as pessoas consigam fazer. Damos o suporte para que caminhem por conta própria. Acho que é muito importante o assistente social caminhar junto com a população”.

No serviço público municipal, Praia Grande conta com 75 assistentes sociais. Deste total, 64 são mulheres e 11 homens. A explicação para essa predominância não é clara, mas sugere que o instinto materno, de cuidar da prole, tenha alguma coisa a ver.

Um dos homens assistentes sociais de Praia Grande é Leandro Mazzo, que há 13 anos é responsável pelo Cras Quietude. Se formou em 2002 e assumiu a vaga em 2007 após ser aprovado em concurso público. Conheceu a profissão quando fazia trabalho voluntário em uma casa espírita e se apaixonou pelo trabalho. Para ele, o baixo número de homens na profissão tem interferência numa questão social antiga.

“Durante muito tempo os homens fugiram de profissões que envolviam cuidar de pessoas. O foco sempre foi trabalhar na área financeira ou administrativa, não em lidar com as questões do ser humano. Acho que o profissional tem que ser preparado para escutar e orientar as famílias. Nesta pandemia, o meu trabalho não mudou muito, apenas ficou mais intenso”.

Dos profissionais que atuam em Praia Grande, nem todos estão vinculados à Secretaria de Assistência Social (Seas). Tem assistente social na Secretaria de Educação (Seduc), na Secretaria de Habitação (Sehab), na divisão de Medicina do Trabalho, na Secretaria de Administração (Sead) e na Secretaria de Saúde Pública (Sesap)

Desde que se formou na profissão, em 1983, Maria Carmen Garcia Nieves atua no serviço social. Fez estágio na Prefeitura de Praia Grande e seguiu no serviço público, porém vinculada a Saúde. Foram 17 anos no Cemas, depois passou pelo núcleo Henry e também atendeu no setor da medicina da Sead. Depois foi para a Seas, onde acompanhou casos de mulheres, idosos e até crianças agredidas.

Diante da situação de pandemia, Carmen foi chamada para atuar na linha de frente e atende em um dos pontos do Cras. “Somos profissionais que não podemos dar as coisas em momentos como este. Estamos aqui para fazer o que for possível. Quem acha que o nosso trabalho é só entregar as cestas se engana. Estamos tendo contato com famílias que não conheciam o serviço social. Essa experiência pode até nos proporcionar um mapeamento detalhado da situação social da nossa Cidade. Agradeço imensamente por fazer parte desta ação”.

Histórico - O Serviço Social no Brasil surgiu na década de 1930, quando o país iniciou o processo de industrialização e urbanização. Nas décadas de 1940 e 1950, houve um reconhecimento da importância da profissão, que acompanhava as transformações da sociedade brasileira, como o êxodo rural e o consequente inchaço urbano gerando mazelas sociais.

Em 1993, o Serviço Social instituiu um novo Código de Ética expressando o projeto profissional contemporâneo comprometido com a democracia e com o acesso universal aos direitos sociais, civis e políticos.

Só em 2005 foi instituído o Sistema Único de Assistência Social – SUAS, que tem por função a gestão do conteúdo específico da Assistência Social no campo da proteção social brasileira.

Em Praia Grande, a responsável pela Secretaria de Assistência Social do Município é a assistente social, Gisele Domingues.