Passeio enriquece conhecimento histórico de alunos cubatenses

Estudantes visitam a Fortaleza de Itaipu e outros atrativos da Cidade

Por | 20/3/2006

O bombardeio aéreo sofrido pela Fortaleza de Itaipu no dia 16 de julho de 1932, durante a Revolução Constitucionalista, foi possivelmente o fator determinante para abreviar a vida de um dos mais ilustres personagens da história do Brasil. Exatamente uma semana depois, em 23 de julho, o aviador Alberto Santos Dumont, que teria testemunhado o ataque à fortaleza hospedado em um hotel no Guarujá, suicida-se no quarto, movido por um forte quadro de depressão ao verificar o uso de sua invenção para fins militares.

Cerca de 30 estudantes da Escola Estadual Professor José da Costa, de Cubatão, na faixa etária de 19 a 50 anos, ingressaram na manhã do último sábado (18), no grupo de brasileiros que conhece essa página de nossa história. Eles participaram de visita monitorada à Fortaleza de Itaipu, onde, além de conhecerem um dos recantos mais preservados do que restou da Mata Atlântica no País, aprenderam aspectos históricos e culturais da Região Metropolitana da Baixada Santista, que abriga o último dos fortes brasileiros, o General Rego Barros, construído em 1942.

Durante duas horas, os alunos percorreram as instalações do complexo militar de 1902, que abriga os fortes Jurubatuba, General Rego Barros e Duque de Caxias. Maravilhados com uma das mais belas vistas da baía de Santos e das cidades da Baixada Santista, eles ainda puderam manejar os centenários canhões Schneider-Cannet, de origem francesa, que protegeram a costa de invasores no passado. Os estudantes também apreciaram os azulejos tchecos e ingleses, as pilastras francesas e o piso português do Quartel de Paz, mais conhecido como Castelinho.

Monitora designada pela Secretaria de Turismo para acompanhar o grupo, Rita Aparecida Gomes satisfez a curiosidade de todos, contando fatos e casos que compõem a história da região e da unidade. Pelo local passaram personalidades como Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, que ali serviu o Exército, e o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, deputado José Genoíno, que lá esteve detido durante determinado período da ditadura militar.

A área ocupada pela unidade, de 2,4 milhões de metros quadrados, faz parte do Parque Estadual Xixová-Japuí, abriga uma vasta riqueza em flora e fauna, como orquídeas de diversas espécies, bromélias, borboletas, saruês e lagartos. Visando a transformação da área em um complexo turístico, foram preparadas as trilhas da Vovó, do Canhão e da Adrenalina, com diferentes níveis de dificuldade, saindo do Forte Rego Barros, onde também foram reintroduzidas milhares de mudas de orquídeas nativas. Atualmente, cerca de 700 soldados servem na fortaleza.

City tour – Após a visita, já sob a orientação da monitora Fabrícia Boffo, os alunos participaram de “city tour” para conhecer alguns dos principais atrativos turísticos de Praia Grande, como o calçadão e a ciclovia da orla marítima, a Via Expressa Sul, a Avenida dos Sindicatos (recentemente reurbanizada), e a Área de Lazer Ézio Dall’Acqua, no Portinho. O passeio terminou no Litoral Plaza Shopping, outra atração que surpreendeu a maioria, pela grandeza e variedade de lojas.

Marilene de Oliveira Rodrigues, a mais idosa do grupo, mostrou-se encantada com o que viu. “Estive em Praia Grande há 23 anos, quando morava em São Vicente, e achei impressionante a transformação que a Cidade teve. Parece que Praia Grande deu um pulo, um salto. A gente lá em Cubatão ouve falar e vê algumas imagens na televisão, mas não faz idéia dessa realidade que vimos hoje aqui”, observou a aluna, acrescentando que o forte foi uma das atrações que mais gostou. “Eu achava que era uma base militar abandonada, que não estava em atividade. Fiquei surpresa ao ver os soldados trabalhando e como o local está bem cuidado”.

Outro que saiu bem impressionado foi Charles Pereira dos Santos, que cursa a 2ª série do Ensino Médio. “Foi um passeio diferente, superlegal, bonito, gostaria muito de vir de novo”, disse, destacando o forte, a orla da praia e os painéis instalados na rotatória de entrada da cidade, que resumem em quadros a história da evolução de Praia Grande.

O aluno Anderson Gomes também saiu satisfeito com o passeio. “Eu não conhecia Praia Grande e gostei muito do passeio, principalmente do forte. É uma pena que a gente também não tenha praia em Cubatão”.

Organizado pelo professor Melchior de Castro Júnior, o tour contou com o apoio das secretarias municipais de Educação e de Turismo de Praia Grande.

Escolas interessadas em participar do programa de turismo cultural de Praia Grande podem entrar em contato com a Prefeitura pelo telefone 3496-2166.