‘Tirocínio’ e presteza são fundamentais para guardas municipais durante ocorrências

Casos delicados exigem ainda sensibilidade e empatia

19/11/2021

Na puxada rotina de trabalho dos integrantes da Guarda Civil Municipal (GCM) de Praia Grande, algumas características são fundamentais para o bom atendimento de uma ocorrência. ‘Tirocínio’, presteza, sensibilidade e empatia são algumas delas e muitas vezes não são ensinadas, são adquiridas ao longo do tempo de carreira ou são características naturais de cada guarda.
Palavra pouco comum para a maioria das pessoas, mas comum na área de segurança, tirocínio é definido como “prática, exercício preliminar indispensável ao desempenho de determinada profissão; experiência”. Porém, vai muito além do que consta no dicionário.
Um exemplo dessa característica e que teve um desfecho positivo ocorreu nesta quinta-feira (18), quando uma equipe da GCM foi acionada para atender a um chamado delicado e que não podia esperar. Uma mulher, aparentemente desesperada, estava à beira de um dos viadutos da Via Expressa Sul com a intenção de pular.
A ligação chegou ao Centro Integrado de Comando e Operações Especiais (Cicoe) às 6h35. Uma pessoa informava a situação e imediatamente uma viatura foi direcionada ao local. De acordo com o supervisor do videomonitoramento, Valdenito Pereira, em casos delicados como este todas as atenções se voltam para o atendimento da ocorrência. “O clima é de apreensão, pois é preciso agir de forma rápida e eficiente. E foi o que aconteceu. O guarda que fez a intervenção agiu com presteza, mas não ignorou o lado humano daquele atendimento”. A supervisão do Cicoe naquele momento estava a cargo do GCM Luciano.
A equipe que atendeu ao chamado, composta pelos GCMs Willian Oliveira e Alberto, foi cirúrgica. Já no local, enquanto Alberto ficou na parte de baixo do viaduto acalmando a mulher e tentando fazê-la desistir de seu objetivo, Willian deu a volta no viaduto e a conteve. “Só conseguia pensar na minha filha, o quanto quero que ela tenha orgulho de mim. Às vezes, o trabalho nos deixa um pouco ausentes da família, dos amigos, e só pensava na minha filha”.
Toda a ocorrência durou cerca de cinco minutos. Polícia Militar, Resgate, e DER também foram acionados. “Temos que ter uma certa frieza nessas horas e agi rapidamente. Depois que a tirei do parapeito, tive vontade de chorar, mas me segurei. Descarreguei aquela vontade no abraço que dei na vítima, sentados ali no chão. Em seguida, a felicidade tomou conta de mim pelo desfecho”, contou Willian.
A jovem foi encaminhada para o PS Quietude e posteriormente para o Hospital Irmã Dulce.
Ao todo, a GCM de Praia Grande conta atualmente com cerca de 400 integrantes, entre homens e mulheres, totalmente preparados tanto para o patrulhamento preventivo quanto ostensivo. A capacitação é constante e temas humanizados fazem parte do conteúdo disponibilizado ao efetivo.