Desfile cívico de PG inova com pára-quedistas e escola de samba

Escolas deram exemplo de civismo. Cinco mil pessoas assistiram à cerimônia

Por Ana Flávia Scarelli | 5/9/2006

O desfile em comemoração ao Dia da Independência, realizado na manhã desta terça-feira (5), em Praia Grande, surpreendeu as cerca de 5 mil pessoas que lotaram as arquibancadas montadas ao longo da Avenida Presidente Kennedy, em frente à Prefeitura, no Bairro Mirim. É que além da participação de 7 mil estudantes e integrantes das Forças Armadas, o céu foi colorido pela performance de pára-quedistas. E, ao final, uma escola de samba encerrou a apresentação junto com representantes de associações de moradores de bairro.

O evento cívico-militar teve início às 8 horas com a cerimônia de hasteamento das bandeiras e execução do Hino Nacional. O secretário de Turismo de Praia Grande, José Alonso Júnior, militar da reserva, disse que manter a tradição do desfile como culto ao civismo é extremamente importante. “Essa é uma preocupação da Administração, do prefeito. Falta o civismo dentro das crianças, dos jovens. Falta um pouco mais de brasilidade”.

Alonso afirma que usar a bandeira do Brasil apenas na comemoração à Independência e na Copa do Mundo é muito pouco. “Estive há pouco tempo na Argentina, representando a cidade de Praia Grande, e em todas as casas e comércios existia uma bandeira do país. Precisamos voltar nossa atenção para isso”. O secretário elogiou o desfile. “Contamos com 800 homens do Exército, mais Marinha e Aeronáutica. As pessoas gostam. Valorizam sua pátria”.

No palanque, com diversas autoridades civis e militares, o prefeito Alberto Mourão salientou a importância da data, principalmente para os alunos que participaram da festa. “Os professores podem trabalhar a data em sala de aula, para que os estudantes, desde criança, reflitam sobre a história do sete de setembro, tão importante para a história de nosso País”.

Participaram da cerimônia, além das Forças Armadas, o 45º Batalhão da Policia Militar do Interior, o 3º Batalhão de Policia Ambiental, 1º batalhão de Policia Rodoviária, 17º Grupamento de Bombeiros, 3º Subgrupamento de Bombeiros, Polícia Civil, Guarda Civil Municipal, Frota Municipal e Secretaria de Transportes e Trânsito, Sabesp, CPFL, Elektro, Camp-PG, 187º Grupo Escoteiro Tude Bastos, Escolas Municipais, Estaduais e Particulares, Programas de Integração e Cidadania (PIC), Programa Conviver, SOS Bombeiros, Programa Agente Jovem, Escola de Trabalho, Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer, Usafas e Multiclínicas, Escola de Enfermagem Metropolitana, Pastoral da Criança, Associação de Aposentados, Liga de Capoeira, Creci, Escola de Samba Império de Praia Grande, Lar Eurípedes Barsanulfo, Compre Bem Ocian, Sociedade Amigos do Jardim Guilhermina, Associação Moradores do Jardim Samambaia e Associação Pró-Moradia Sítio do campo e outras entidades.

História - No dia 7 de setembro de 1822, o príncipe regente dom Pedro, irritado com as exigências da corte, declarou oficialmente a separação política entre a colônia que governava e Portugal. Em outras palavras, ele proclamou a Independência do Brasil.

Um mês depois, mais precisamente em 12 de outubro de 1822, dom Pedro foi aclamado imperador e, em 1º de dezembro, coroado pelo bispo do Rio de Janeiro, recebendo o título de dom Pedro I.

Resumidamente, a conquista da independência de nosso país poderia ser contada dessa forma, mas a história não é tão simples assim. Começa realmente com o enfraquecimento do sistema colonial e a chegada da corte portuguesa ao Brasil (1808) e só termina em 1824, com a adoção da primeira constituição brasileira.

Entre os séculos 18 e 19, cresceram no Brasil as pressões externas e internas contra o monopólio comercial português e a cobrança de altos impostos numa época de livre comércio.

Diversas revoltas – a exemplo da Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana e a Revolta Pernambucana de 1817 – aliadas à Revolução Francesa e à independência dos Estados Unidos, provocaram o enfraquecimento do colonialismo e reforçaram o liberalismo comercial no Brasil. Em 1808, com a abertura dos portos, o Brasil passou a ter mais liberdade econômica e, com sua elevação à categoria de Reino Unido, deixou de ser, formalmente, uma colônia.

Em 1820, a burguesia portuguesa tentou resgatar sua supremacia comercial, promovendo a Revolução Liberal do Porto. No ano seguinte, o parlamento português obrigou dom João VI a jurar lealdade à Constituição e a voltar para Portugal. Seu filho dom Pedro foi deixado no Brasil, na condição de príncipe regente, para conduzir uma eventual separação política.

As pressões contra o controle de Portugal cresceram na colônia, e a metrópole passou a exigir a volta de dom Pedro. O príncipe deu sua resposta a Portugal no dia 9 de janeiro de 1822 (Dia do Fico), com a célebre frase "Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, diga ao povo que fico".

Iniciou-se um esforço político por parte dos ministros e conselheiros de dom Pedro, pela permanência dos vínculos com Portugal, mantendo um pouco de autonomia para o Brasil. Queriam uma independência sem traumas, mas as críticas ao colonialismo ficaram insustentáveis. Dom Pedro, então, se viu pressionado a oficializar o rompimento.

Foi assim que, em 3 de junho de 1822, dom Pedro convocou a primeira Assembléia Constituinte brasileira. Em 1º de agosto, declarou inimigas as tropas portuguesas que desembarcassem no Brasil e, dias depois, assinou o Manifesto às Nações Amigas, justificando o rompimento com as cortes de Lisboa e garantindo a independência do país, como reino irmão de Portugal.

Em represália, os portugueses anularam a convocação da Assembléia Constituinte brasileira, enviaram tropas à colônia e exigiram o retorno imediato do príncipe regente a Portugal. No dia 7 de setembro de 1822, durante uma visita a São Paulo, nas proximidades do rio Ipiranga, dom Pedro recebeu uma carta com as exigências das cortes e reagiu proclamando a independência do Brasil. Bahia, Maranhão e Pará, que tinham juntas governantes de maioria portuguesa, só reconheceram a independência em meados do ano seguinte, depois de muitos conflitos entre a população e os soldados portugueses.

No início de 1823, houve eleições para a Assembléia Constituinte que elaboraria e aprovaria a Carta constitucional do império brasileiro, mas, em virtude de divergências com dom Pedro, a Assembléia logo foi fechada. A 1ª Constituição brasileira foi, então, elaborada pelo Conselho de Estado e outorgada pelo imperador em 25 de março de 1824.

Com a Constituição em vigor, a separação entre a colônia e a metrópole foi finalmente concretizada. Mesmo assim, a independência só é reconhecida por Portugal em 1825, com a assinatura do Tratado de Paz e Aliança entre Portugal e Brasil, por dom João 6º.

*Fonte: UOL – Educação.