Velejadores de PG são destaque na Regata Escola Naval

Por Antonio Cassimiro | 10/10/2006

Equipes da Associação Atlética Praia Grande (AAPG) do Navega São Paulo se destacaram em duas provas realizadas no último final de semana no Rio de Janeiro. Na 61ª Regata - Escola Naval, considerada a mais antiga do País, os velejadores da Cidade foram campeões em duas modalidades e ainda conquistaram medalhas de prata e de bronze nas duas competições.

As equipes viajaram sexta-feira (6), formando uma delegação de 33 atletas, entre eles o comandante da Capitania dos Portos, de Santos, o capitão-de-corveta Marcelo Ruas, responsável pela parceria entre a Prefeitura de Praia Grande e a Marinha do Brasil nas provas.

As primeiras medalhas foram conquistadas sábado, no Iate Club Icaraí: prata na classe Escaler e bronze na Maxvela, conhecida como MV5. A tripulação contou com os seguintes integrantes: Ricardo Ribeiro, Felipe Carvalho, Renan Ribeiro, José de Jesus, Sidney Campos, Zezinho, Ari e Gustavo. Também fizeram parte do grupo velejadores da Marinha. São eles: comandante Ruas, tenente Sampaio, marinheiro Celestino.

No domingo, a competição ocorreu no quartel da Escola Naval da Marinha, no centro do Rio de Janeiro. A primeira boa colocação foi conquistada pela estudante de Educação Física Carina Faggiani, de 21 anos. Embora participe somente da modalidade Vela, a jovem decidiu se inscrever, em cima da hora, para a prova de canoagem, na concorrida Classe 3 Feminino (19 a 21 anos), chegando em primeiro lugar, deixando para trás a bi-campeã brasileira e campeã na modalidade da Regata da Escola Naval, no ano passado, Helen Fernandes. “Não imaginava que pudesse conquistar o ouro. Estou muito feliz com esse resultado”, disse.

Na Canoagem Duplo Oceânico, o veterano de 52 anos, José Carlos de Souza (homônimo do secretário de Esportes, Juventude e Lazer), ficou em segundo lugar na categoria Super Máster. O aposentado, que competiu pela Fundação Pró-Esportes de Santos (Fups), também é participante do Projeto Navega São Paulo – Melhor Idade, de Praia Grande. “Por pouco quase fico em primeiro lugar, mas de qualquer forma me sinto satisfeito com o resultado”.

Na categoria Holder, Praia Grande conquistou as três primeiras colocações com os velejadores Max Gondo (ouro), Felipe Carvalho (prata) e João Borges (bronze). Na Escaler, a mesma equipe que ficou em terceiro no dia anterior se saiu melhor na 61ª Regata – Escola Naval, recebendo a medalha de prata. Outra medalha de ouro ficou com a dupla Rafael Silva e Igor Carvalho, na modalidade Dingue.

Segundo o comandante da Escola Naval, contra-almirante Arnon Lima Barbosa, além de antiga, a 61ª Regata – Escola Naval é a maior prova da América Latina. “Contamos com a participação de atletas de cinco países: Portugal, Argentina, Uruguai, Venezuela e Estados Unidos. Trata-se de um congraçamento muito gratificante para a Marinha porque reúne atletas civis e militares brasileiros e de outras nações”. A competição reuniu cerca de 1.000 barcos e aproximadamente 3 mil competidores.

Exemplo - Além de chamar atenção pelos excelentes resultados obtidos pela maior delegação participante das provas, o destaque da imprensa local foi voltado para a dupla Sidney Campos e José de Jesus, ambos com 11 anos de idade. Apesar de disputarem a Dingue com um mastro quebrado, os garotos ficaram em quinto lugar. “Pegamos um vento forte e o mastro não agüentou. Mesmo assim, conseguimos levar nosso barco até o fim”, afirmou Sidney, carinhosamente chamado pelos colegas por “Pão de Queijo”.

Para o professor Silvio Belo, coordenador dos atletas na prova de vela e canoagem, Praia Grande está sendo considerada um celeiro de atletas. “Tudo que estes jovens precisam é de uma oportunidade. São crianças e adolescentes carentes de nosso Município que são vitoriosos porque todos os dias se dedicam com afinco às atividades esportivas e escolares, superando problemas familiares e até de saúde sem nunca pensar em desistir”.

Além da disciplina e dedicação dos atletas, Belo ressalta o “espírito de equipe” como a qualidade que mais dignifica as conquistas dos velejadores. “Trabalhamos o espírito de equipe todo momento, na saída de casa para as competições, durante a viagem e após as provas. Tenho certeza de que é esse o diferencial entre nós e as demais equipes adversárias”.

De acordo com o professor, assim que chegarem em casa, os atletas só terão tempo de cumprimentar seus pais e se preparar para mais uma regata, que ocorre nesta quarta-feira (11), em Presidente Epitácio, interior de São Paulo, com duração de cinco dias.