Praia Grande – 40 anos

Confira, nesta série de reportagens, a projeção da Cidade para o futuro, o balanço dos últimos anos, a estrutura, seu programa especial de aniversário em 2007 e sua história

Por | 23/1/2007

Cidade entra numa nova era

Perspectivas são de mais desenvolvimento com geração de empregos

Após cumprir metas na área de infra-estrutura, Praia Grande inicia agora uma nova era, em direção a um projeto de desenvolvimento que marcará uma nova etapa em sua história. Essa é a perspectiva que o prefeito Alberto Mourão vislumbra para o Município, que nesta sexta-feira, dia 19, completa 40 anos de emancipação político-administrativa.

Além da série de empreendimentos e atividades em áreas consideradas há alguns anos pouco atendidas, (2007 é o Ano do Esporte em Praia Grande e, 2008, o da Cultura - que podem movimentar a economia local), a Cidade se prepara para receber investimentos de peso, que elevarão sua posição no ranking da economia nacional.

Em 2006 foram concluídos estudos de viabilidade econômica e técnica de dois grandes projetos empresariais: Parque da Mônica e Condomínio Industrial Alfandegado, dotado de aeroporto de cargas.

Mônica - O primeiro parque temático da Região Metropolitana já tem local certo. E, se a adesão dos empresários for ágil, a previsão de abertura aos visitantes é para o verão de 2008. O Turma da Mônica Parque Resort, empreendimento de R$ 40 milhões projetado pela Mauricio de Sousa Produções, será construído na área de 42 mil m² do antigo terminal turístico, de frente para o mar, no Balneário Paquetá, em Praia Grande.

“Será um novo atrativo para as pessoas que visitam a região”, afirmou o prefeito. “Estamos tentando fazer a nossa parte, enquanto Poder Público, estimulando e oferecendo incentivos fiscais, criando assim condições para que os empresários instalem novos equipamentos turísticos, diversificando as atrações da nossa região”.

Os entendimentos entre a Administração Municipal e o cartunista Maurício de Souza, detentor dos direitos autorais dos personagens da Turma da Mônica, começaram há cerca de um ano. O complexo será custeado pela iniciativa privada e a Prefeitura entrará com a cessão da área através da Cipratur (Companhia Praiagrandense de Turismo), empresa de economia mista que tem o Município como acionista majoritário.

O projeto foi precedido de duas pesquisas de mercado, feitas pelo Ibope e pela Toledo & Associados, envolvendo pais, professores e crianças, para se chegar a uma fórmula que possa agradar o público-alvo.

Agora, o projeto está sendo apresentado a grupos empresariais, possíveis investidores, inclusive fundos de pensão. Segundo estimativas iniciais, o projeto deve gerar cerca de 400 empregos e, na temporada, 700, além da mão de obra que será movimentada no período de construção e os empregos indiretos que suas atividades criarão.

Aeroporto – Mais ambicioso ainda é o projeto do Condomínio Industrial Alfandegado, com aeroporto de cargas. Os estudos de viabilidade técnica e econômica estão em fase final de elaboração. Mourão revela: “Os resultados têm sido animadores. O estudo técnico concluiu que não há problemas para o funcionamento do aeroporto de cargas no Município. Pelo contrário. As regiões em estudo favorecem pousos e decolagens”.

Em breve estará sendo concluído projeto de curva de ruído, que determina as restrições no entorno do aeroporto, e os projetos básicos da pista, de sondagem de solo e de análise dos materiais (aterro e rocha).

É uma obra para um prazo mais longo. Segundo Mourão, se tudo correr como o previsto, deve ter obras iniciadas em 2009. Esse também é um projeto que está sendo apresentado a possíveis investidores, na Capital. Estão sendo estudadas também questões jurídicas: se o empreendimento deve ser público, privado ou em parceria.

Duas grandes áreas estão sendo analisadas: uma entre a curva do “S” e Mongaguá (na margem direita da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, sentido Mongaguá), e, outra, na margem esquerda da Pedro Taques, sentido São Vicente, pegando inclusive parte desse município. “É um investimento que pode chegar a R$ 1 bilhão porque não estamos falando simplesmente de um aeroporto, mas de um complexo industrial que pode gerar de 25 mil a 30 mil empregos ao longo de 10, 11 anos. O investimento que falamos aqui envolve tudo. Tanto o aeroporto como os galpões industriais”.

Mourão frisa que técnicos da área econômica indicam que, até 2025, mais de 70% da carga internacional será feita por via aérea. “Temos de nos antecipar a esse futuro. O condomínio funcionaria como um modal (porto, ferrovia, aeroporto). É um projeto para a região metropolitana. Não podemos ficar distantes dessa nova mola propulsora da economia que é a infra-estrutura aeroportuária. Temos todas as condições favoráveis para abrigar esse empreendimento”.


Cidade cumpre suas principais metas

Em 2006, foram concluídas obras importantes, como a que acabou com enchentes

Na semana do 40º aniversário de Praia Grande, o prefeito Alberto Mourão avalia positivamente a Administração Municipal em 2006. Para ele, tanto do ponto de vista financeiro como estrutural, todas as metas foram cumpridas. Ao analisar o período, destacou que, em infra-estrutura, teve continuidade obras como a urbanização do antigo Bairro Trevo, a abertura e revestimento de canais e a conclusão da Via Expressa Sul. “Pavimentamos toda a Vila Sônia e o Quietude”. Outro fato ressaltado foi o fim das enchentes no Bairro Guilhermina, com a ampliação da capacidade de vazão do canal São Paulo e a instalação de nova drenagem em ruas vizinhas.

“O ano que findou foi muito bom. Na parte de infra-estrutura, continuamos todas as obras, como as do Jardim do Trevo, fazendo o Canal Pau Brasil e prosseguindo as obras do antigo Melvi. Concluímos a Via Expressa Sul. Pavimentamos todas as ruas da Vila Sônia e do Quietude. Acabamos com as enchentes no bairro Guilhermina, com ampliação do canal São Paulo e a interferência nas ruas próximas. As enchentes ali eram enormes. Liquidamos o problema. No Glória, fizemos um canal ligando o loteamento, próximo ao Lixão, que acabou com as enchentes das marginais até o cemitério”, afirmou. Outros pontos destacados pelo prefeito foram o início das obras de pavimentação no Jardim do Trevo e a conclusão da urbanização da Avenida Presidente Costa e Silva.

Nos demais setores da Administração, o prefeito citou como destaques de 2006, entre outras, as seguintes obras:

Educação - Mourão ressaltou avanços das áreas de ensino infantil e fundamental e também no superior, com o acordo com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), cujos cursos devem ser abertos em 2008.

“Temos projeto completo de creche, ensino infantil e fundamental bem estruturado na Cidade. O ensino superior é uma complementação de todo esse processo. Isso é muito importante. Hoje Praia Grande tem curso superior público e privado, com o apoio da Prefeitura. Em 2006, concluímos também a negociação com a Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp), cuja cessão de área para implantação de um campus foi assinada na última terça-feira (16). Quem imaginava tudo isso há dez anos, quando ter universidade parecia um sonho?”

Saúde – O prefeito também cita a Unifesp: “Chegamos ao final da negociação para que a universidade administre nosso hospital. Já temos o orçamento, a definição de custos, um pré-contato. Fizemos uma pausa porque estamos negociando com o Governo Estadual para transformar o hospital municipal em regional. A unidade passaria dos atuais 150 para 300 leitos. Seria uma referência no Litoral Sul, como é o Guilherme Álvaro na região. Estou preparando a documentação para entregar ao governador José Serra (PSDB)”.

Sobre o projeto do Consórcio de Saúde do Litoral Sul, esclareceu que a idéia inicial teve problemas pela não adesão de Peruíbe e do Governo Federal. Rebateu críticas ao consórcio, considerado contrário ao espírito metropolitano: “Melhorando o atendimento hospitalar em Praia Grande, São Vicente e Litoral Sul, os demais municípios da Baixada serão beneficiados, pois terão menor demanda”.

Segurança – O prefeito lembrou que 2006 foi um dos piores momentos para o Estado de São Paulo por causa dos ataques atribuídos ao Primeiro Comando da Capital. Para ele, o fato de Praia Grande ter passado praticamente incólume, foi um bom sinal. Considera que o vídeo-monitoramento afasta um pouco o crime organizado da Cidade. Mencionou também o convênio para o armamento da Guarda Municipal como outro avanço na área. “Isso não é simples. Não é só comprar revólver e jogar na mão dos guardas. A responsabilidade civil e criminal quem assume é o prefeito. Com o convênio, teremos todo respaldo”.

Também como avanço na área da segurança, não só para a Cidade, mas para toda a região, Mourão citou a vinda do Grupamento de Radiopatrulhamento Aéreo da Polícia Militar, inaugurado em dezembro de 2005 no Bairro Mirim, que assegurou um helicóptero Águia fixo para toda região. “Os resultados na prevenção e no patrulhamento ostensivo são fantásticos”.

O quartel do 2º Subgrupamento de Bombeiros, no Bairro Mirim, o quartel de bombeiros marítimos no Boqueirão; e dois novos postos de salvamento nos bairros Aviação e Ocian, obras construídas pela Prefeitura e entregues nesta semana foram outro destaque citado por Mourão em relação às realizações municipais em 2006.

Esportes – Para o prefeito, 2006 representou um marco para os esportes, embora o ano dedicado ao setor seja 2007. “Tiveram início grandes obras, equipamentos que serão usados nos Jogos Abertos, mas que ficarão como um legado à população e permitirão o desenvolvimento de todas as modalidades, seja na área educacional, na descoberta de novos valores ou no treino para excelência desses atletas.”

Além dos dois ginásios construídos ano passado, Rodrigão e Magic Paula, cinco novos poliesportivos serão entregues neste ano. Há ainda o kartódromo e a pista de motocross, a piscina semi-olímpica, três pistas de skate, de atletismo e uma escolinha de surfe no Caiçara.

Cultura – Para o prefeito, o principal avanço na Cultura foi o início das obras do Palácio das Artes, cuja segunda fase, de colocação de equipamentos, começa em fevereiro. “Teremos local para apresentações na área da música, teatro, salão para eventos transitórios com quase 2 mil metros quadrados, escola de arte, enfim, uma estrutura adequada para incentivar a cultura. Mas não queremos fazer um trabalho só na área profissional. Traremos espetáculos, exposições e, principalmente, vamos proporcionar o contato da sociedade menos privilegiada com a cultura. Queremos levar o setor profissional para a periferia e trazer a periferia para o centro da cultura”.

Também na área cultural, em 2006 foi implantada a Praça da Paz, entregue esta semana na confluência das avenidas Brasil e São Paulo. O local, um parque de esculturas inédito no País, tem figuras gigantes de personagens ligados à luta pela não-violência.


Cidade é referência em obras e projetos arrojados

Tecnologia ajuda a mudar perfil da Cidade

Praia Grande chega aos 40 anos ostentando um perfil de cidade moderna por contar com projetos arrojados, como o da Infovia, que possibilitou a implantação da Central de Monitoramento por Câmeras de Vídeo e do Sistema de Monitoramento de Veículos (SMV), ambos referências nacionais e procurados até por outros países. Essa nova identidade é diametralmente oposta à imagem que o Município tinha até o início da década de 90, de terra de farofeiros e de cidade sem planejamento e sem leis.

A imagem de Praia Grande começou a mudar a partir de 1993, quando foram lançadas as sementes de uma verdadeira revolução administrativa, com a implantação de conceitos modernos de gestão. Por meio desses conceitos, a primeira grande mudança foi na legislação que disciplinou o turismo de um dia, que já começou a apagar o perfil negativo, porque, exigindo destino certo dos ônibus de excursão, assegurou recepção mais digna aos visitantes. E estes, por sua vez, deixaram de invadir casas em busca de água e para outras necessidades físicas.

A urbanização da orla também impulsionou a mudança. As antigas barracas de madeira, que comercializavam petiscos na areia e davam a aparência de uma grande favela à beira-mar, foram substituídas por quiosques padronizados. Junto com os quiosques vieram calçadões, coqueiros, ciclovias, limpeza rotineira da areia e uma fiscalização para a manutenção de suas áreas verdes.

Estratégia - “Tudo obedeceu a um planejamento, a uma ordem de prioridades”, explica o prefeito Alberto Mourão. Os avanços tecnológicos dos quais a Cidade hoje se orgulha fazem parte da terceira etapa da estratégia montada nas eleições de 1992. “Primeiro, resgatou-se a auto-estima da população, melhorando a imagem da Cidade, o que estimulou os contribuintes a pagar em dia seus impostos. Depois, procuramos atender às demandas de infra-estrutura. A partir de 2001, começamos a viver essa nova realidade e a nos dedicar aos projetos tecnológicos. Em 2005, com isso já consolidado, passamos ao aperfeiçoamento e a projetos de esportes e cultura, áreas para as quais, pela necessidade permanente de outros setores, não tínhamos dado atenção especial”.

Infovia - A Central de Monitoramento da Prefeitura faz parte do projeto Cidade Integrada, pelo qual foi implantada a Infovia, rede de 260 quilômetros de cabos de fibra ótica que permite intenso tráfego de informações entre diferentes instituições. São transmitidas imagens, sons, textos e números. Desde a inauguração, em dezembro de 2002, o registro de flagrantes com as câmeras evitou furtos e assaltos; permitiu o auxílio rápido em acidentes de trânsito; possibilitou a apreensão de diversas armas e encaminhou suspeitos às delegacias, entre outras ocorrências. O sistema idealizado pela Prefeitura de Praia Grande é inédito em termos de Poder Público no País.

O monitoramento é um dos mais fortes aliados no combate à criminalidade. “As câmeras não são apenas um instrumento de auxílio nas investigações. Também inibem a ação dos marginais”, salienta o prefeito Alberto Mourão.

As mais de mil câmeras hoje instaladas estão divididas entre fixas e do tipo speed domo, que permitem giro de 360 graus e zoom (aproximação) de 400 metros. A Central de Monitoramento, apelidada pelos funcionários de “Nasa”, é dotada de equipamentos de informática de última geração.

Todos os prédios municipais são monitorados. As escolas da Prefeitura contam com sensores de vários tipos. Se determinada dependência for invadida, o alarme dispara, acionando o surgimento de tarja vermelha na tela dos micros da Central de Monitoramento. Surge também no visor a imagem da escola, o croqui da unidade, com a indicação, em tempo real, da sala invadida. O serviço reduziu em 90% os atos de vandalismo e furtos nas unidades de ensino.

Implantado por meio da Secretaria de Planejamento Estratégico e Gestão (Seplan), o sistema monitora ainda áreas de proteção ambiental, consideradas mais vulneráveis.

Veículos – Também utilizando a Infovia, foi criado o Sistema de Monitoramento de Veículos, cuja tecnologia, a exemplo do que já ocorria com o primeiro projeto, vem sendo procurada com interesse por autoridades dos mais diversos municípios e estados brasileiros, e também de outros países, como Argentina e Bolívia.

O sistema – que inicialmente funcionou apenas para a frota municipal, táxis e peruas escolares – é acessível também a moradores, veranistas e turistas, desde o mês passado. Os veículos são acompanhados por meio de uma etiqueta, um selo colante que tem em seu interior um chip detectado por 24 antenas espalhadas na Cidade.

O selo custa R$ 25,00. Não há custo de manutenção. O projeto desenvolvido em Praia Grande é inédito por utilizar fibra ótica e ter software próprio. O sistema permite captar os dados dos automóveis. Para a obtenção do chip, os proprietários devem se cadastrar. “Se fôssemos começar do zero, sem a estrutura da Infovia, central de monitoramento e demais equipamentos, o custo não seria inferior a R$ 8 milhões”, afirma o prefeito.

O SMV mapeia áreas de concentração de veículos em pontos estratégicos, previamente identificados pelas polícias Civil e Militar e Guarda Municipal. Além disso, quando um veículo é furtado e o comunicado feito para a Polícia Militar (190), que trabalha em conjunto com a Central de Monitoramento, o software pode verificar por onde o carro passou e se já saiu de Praia Grande.

A comunicação do desaparecimento do veículo pode ser feita também por meio do telefone 0800-7730153, que funciona na Central de Vídeo-Monitoramento e, em seguida, à Polícia. Aos condutores cadastrados na central são disponibilizadas informações sobre a movimentação ou permanência de seus veículos nos trechos monitorados.


Programa intenso presenteia comunidade

A comemoração será fechada nesta sexta (19), com obras, shows e baile

A assinatura de ordem de serviço para início de mais de 50 novas obras no Município abriu com chave de ouro as comemorações ao aniversário de Praia Grande, iniciadas segunda-feira (15). Tida já como uma cidade que se assemelha sempre a um verdadeiro canteiro de obras, o Município continua nesse ritmo de novos equipamentos e serviços para moradores e visitantes.

Entre os presentes que Praia Grande ganha neste aniversário de emancipação político-administrativa — completa 40 anos nesta sexta-feira (19) - está a urbanização de um de seus principais corredores comerciais, a Avenida Costa e Silva, no Boqueirão, que vem atraindo a atenção de milhares de pessoas e já se tornou forte ponto de encontro.

Transformada, a Costa e Silva ganhou calçadas mais largas, com cobertura de policarbonato e piso de pedra Goiás, proporcionando maior conforto aos pedestres. A pista foi revestida com blocos vermelhos de concreto. Postes, lixeiras e orelhões foram alinhados junto à guia. Uma fonte (no encontro com a Avenida Castelo Branco, que acompanha a orla marítima), pérgolas e iluminação especial completam o projeto.

Nesta sexta-feira, antes da entrega da urbanização da avenida, haverá missa, às 10 horas, na Paróquia Santo Antonio, no Boqueirão. Logo em seguida, o prefeito Mourão e secretários caminham pelo calçadão, onde será descerrada placa na estátua de Santo Antônio, em frente à igreja. E, logo após, seguem pela Avenida Costa e Silva, o que marcará a entrega oficial das obras.

Às 17 horas será realizado encerramento da I Gincana dos Bairros. Às 20 horas, a dupla Rionegro e Solimões se apresenta no palco da Praia Aviação e, às 21 horas, haverá a II Noite Tropical, o Baile da Cidade, na Fortaleza de Itaipu.

Além da assinatura das ordens de serviço, fizeram parte das comemorações de aniversário os seguintes eventos: dia 15, na Câmara, o prefeito Aberto Mourão e o presidente do Legislativo, Arnaldo Amaral, lideraram Ato Solene de Divulgação do novo Plano Diretor do Município para o decênio 2007-2016. Nessa mesma noite ocorreu a entrega oficial da Praça da Paz e seu parque de esculturas gigantes, no cruzamento das avenidas São Paulo e Brasil, no Boqueirão. Dia 16, o prefeito assinou termo de cessão de área para a Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp) instalar campus no Município. Ainda nesse dia, o Bairro Esmeralda ganhou a área de lazer Jacaré FC, entre as ruas Afrânio Peixoto e Joaquim Ozório. Ontem (17), ocorreu a inauguração da sede do 2º Subgrupamento dos Bombeiros, na Vila Mirim e de mais três postos de salvamento na orla (Boqueirão, Aviação e Ocian).

Hoje (18), será inaugurado, às 19 horas, o Espaço Conviver II, localizado na Rua São Domingos, esquina com a Rua Maria Antunes Navarro, no Bairro Caiçara. Além das várias atividades, o local receberá também uma unidade da Creche do Idoso, garantindo atendimento em período integral, de segunda a sexta-feira, com ampla programação de convivência.

Sem solenidade, foram entregues ainda obras de recuperação viária das ruas Embaré e Fumio Myiazi e da Avenida Brasil; de implantação de novo sistema de drenagem e a reurbanização de seis ruas vizinhas ao canal da Avenida São Paulo, nos bairros Boqueirão e Guilhermina; de reestruturação da Avenida São Paulo; de retificação e revestimento do canal do DER, no Bairro Antártica e, finalmente, de recapeamento das avenidas marginais da Via Expressa Sul, do Boqueirão ao Aviação.


Uma pitoresca história

A emancipação teve idas e vindas e foi fruto da vontade de centenas de munícipes

Praia Grande completa nesta sexta-feira (19) seu 40º aniversário de emancipação político-administrativa. Mas a sua história começa bem antes, em 1532, durante a colonização da área de São Vicente, hoje conhecida como Japuí.

O povoamento da Cidade, cujo nome é derivado da palavra tupi "Peabuçu", que significa porto grande, iniciou-se a partir da chegada de Martim Afonso de Souza e, durante três séculos, caracterizou-se pela presença de núcleos caiçaras, entre a encosta do Morro Xixová e a divisa com Mongaguá. Embora desde o final do século XIX já existissem núcleos de povoação estabelecidos no Boqueirão, Guilhermina e Solemar, entre outros, o desenvolvimento do então bairro vicentino só teria início com as construções da Fortaleza de Itaipu (entre 1902 e 1910) e da Ponte Pênsil (em 1914). A construção da Estrada de Ferro Santos - Juquiá (1912) e, tempos depois, da Estrada de Ferro Sorocabana, também contribuíram para a formação do Município.

A primeira ocupação da orla da praia, que permanecia intacta, ocorreu em 1936 com a fundação do Aeroclube de Santos, posteriormente Aeroclube de Praia Grande, área de pouso e decolagem hoje desativada, no coração do Bairro Aviação.

As primeiras construções começaram somente em 1945, no Boqueirão. Nessa época, Antonio Augusto de Sá Lopes acabou se destacando como um dos principais incentivadores da expansão imobiliária, sempre acreditando no potencial turístico da Cidade. Sá Lopes promovia excursões nas décadas de 30 e 40, atraindo milhares de pessoas, principalmente de Santos, com boatos sobre a existência de uma enorme baleia nas imediações da praia do Boqueirão.

Apesar de o mamífero nunca ter sido visto, os visitantes ficavam encantados com o clima de tranqüilidade e com o bonito visual das praias da Cidade, com os caiçaras puxando suas redes de pesca. Muitas pessoas decidiram comprar terrenos a partir dessas excursões.

Esse trabalho de Sá Lopes, juntamente com a construção da Via Anchieta e a expansão da indústria automobilística, acabaram promovendo um processo de êxodo semanal do Planalto à região, provocando a valorização das terras na orla da praia. Os principais loteamentos totalmente organizados foram o Jardim Guilhermina e Cidade Ocian, que dão nome a dois dos principais bairros da Cidade.

Emancipação – Os ideais de emancipação de Praia Grande começaram a ser disseminados bem antes da conquista, que ocorreu em 1967. Havia já no início da década de 50 um descontentamento da população do então bairro, diante dos poucos recursos destinados pela prefeitura vicentina ao local. Em 1953 aconteceu o primeiro movimento pró-emancipação do distrito de Solemar, liderado por Julio Secco de Carvalho, sem êxito.

Em 1958, o vereador Oswaldo Toschi esteve à frente da comissão pró-desmembramento de Praia Grande. A pretensão do grupo pouco sensibilizou os políticos da região e a Assembléia Legislativa vetou o pedido de emancipação, alegando falta de documentação.

Quatro anos depois, em dezembro de 62, foi realizada reunião no Hotel Maracanã, presidida pelo deputado Hilário Torloni, para discutir novamente as possibilidades de emancipação. Na ocasião, foi formada uma comissão que fundou o Movimento Pró- Emancipação, oficializado em 17 de junho de 1963.

Cinco meses mais tarde, a Comissão Administrativa e Judiciária da Assembléia Legislativa aprovou o desmembramento de Solemar e do subdistrito do Boqueirão. Em 8 de dezembro de 1963 foi realizado o plebiscito para homologar a emancipação.

Dos 707 eleitores - moradores do então Distrito de Solemar -, 680 votaram a favor, 12 em branco e 15 anularam o voto. O resultado foi referendado pela assembléia dos deputados, com o encaminhamento da lei que criaria o Município de Praia Grande. Em 31 de dezembro do mesmo ano, o governador do Estado, Adhemar de Barros, aprovou a criação do Município de Praia Grande.

Revés - Em março de 1964 ocorreu um novo revés: a Prefeitura de São Vicente impetrou mandado de segurança contra o plebiscito. Em abril, os atos foram sustados pelo Tribunal de Justiça do Estado. A eleição do prefeito e vereadores foi suspensa até o julgamento do mérito pelo Tribunal.

Após cansativo trabalho de advogados e juristas e de um movimento de bastidores liderado pelos deputados Hilário Torloni, Oswaldo Massei e Ítalo Fittipaldi, Praia Grande conseguiu ter seus direitos reconhecidos como município autônomo em 16 de outubro de 1966, quando o Supremo Tribunal Federal sentenciou a legitimidade da separação.

O Município foi oficialmente instalado em 19 de janeiro de 1967, com a posse do interventor federal, Nicolau Paal. O primeiro prefeito eleito foi um dos líderes do movimento de emancipação, Dorivaldo Loria Junior, que viria a ser prefeito da Cidade por três vezes.