Inauguração da Via Expressa marca evolução do sistema viário

Último trecho da Via Expressa Sul será entregue nesta quinta

Por João Carlos Miranda | 13/2/2007

Com o término das obras da Via Expressa Sul - que será entregue totalmente pronta na próxima quinta-feira (15) - o sistema viário de Praia Grande terá completado um ciclo de intensa evolução. Esta é a opinião do subsecretário de Trânsito, Luiz Eduardo Credídio. Engenheiro de tráfego, ele trabalha na área de trânsito da Prefeitura desde 1993.

A Via Expressa Sul, estrada que substitui o antigo Acesso 291 da SP-55, corta Praia Grande do Boqueirão até a curva do “S”, na Vila Mirim, numa extensão de dez quilômetros. Segundo o prefeito Alberto Mourão, circulam diariamente pela via cerca de 18 mil veículos. A obra integra o Complexo Viário Xixová, do qual fazem parte as rotatórias da entrada da Cidade, viadutos e a Avenida Ayrton Senna, um investimento de R$ 75 milhões.

Luiz Eduardo Credídio afirma que a Administração Municipal sempre defendeu que uma cidade pode ter seu desenvolvimento comprometido se não contar com um sistema viário eficiente. “O prefeito Alberto Mourão investiu em ações e na modernização do sistema. Para se ter uma idéia, em 1993 não havia nenhum semáforo na Cidade. Hoje há 50 cruzamentos com sinalização semaforizada e outros 80 pontos com semáforos tipo piscante”, informou.

Praia Grande também foi, de 1980 a 1990, pejorativamente chamada de capital brasileira das lombadas. “A Avenida Presidente Kennedy, por exemplo, já teve mais de 65 obstáculos. Hoje são menos de 30. As avenidas marginais Roberto de Almeida Vinhas e Ministro Marcos Freire, assim como a Presidente Castelo Branco, não eram contínuas e também tinham muitas lombadas”, explicou.

Problemas - Naquela época, conforme lembrou o arquiteto Antonio Freire de Carvalho Filho, secretário de Transportes e Trânsito, um dos mais graves problemas da Cidade era o acesso 291 da SP-55. “A pista tinha apenas uma faixa em cada sentido, 18 lombadas, muito mato nas margens, trevos ultrapassados e canais abertos, sem drenagem ou qualquer infra-estrutura. Além disso, era uma via que segregava a Cidade, dividindo-a. Havia os praiagrandenses ‘do lado praia’ e os ‘do lado pista’”.

Credídio complementa: “Mais do que apenas eliminar a característica rodoviária e duplicar as pistas, fazendo uma via expressa, se pensou muito em como eliminar a segregação que a pista então representava, integrando a Cidade. Hoje podemos dizer que este objetivo foi plenamente alcançado”.

Claro que toda essa evolução trouxe a necessidade de mais serviços e, assim, o ciclo continuará. Exemplo disso são as alterações na área do Viaduto Vicente Gonçalves da Silva (número 22) da Via Expressa Sul. Localizado na altura da Rua Guarujá, teve o sentido de direção invertido, permitindo a entrada na Avenida Ministro Marcos Freire para quem está na Avenida Roberto de Almeida Vinhas.

“Com isso, o fluxo melhorou. O acesso à área, onde está o Terminal Tude Bastos, é mais rápido. Também para quem sai no sentido Avenida Ministro Marcos Freire foram realizadas adequações importantes, inclusive com a construção de alça de acesso à Via Expressa Sul”, frisou Credídio.

Manutenção - O subsecretário de Trânsito ressaltou os investimentos na manutenção e melhoria dos equipamentos já instalados. “É uma preocupação constante da Administração Municipal. A própria Via Expressa é um exemplo. Populares têm questionado e até reclamado que ela está fechada há alguns dias, e isto demonstra o quanto esta via já faz parte da vida da Cidade. No entanto, o fechamento é necessário para o recapeamento dos 7 quilômetros mais antigos. A pista também está recebendo nova pintura, beneficiando inclusive as ciclovias, além da lavagem das placas. A população receberá uma Via Expressa novinha e bem sinalizada”.

Novos equipamentos serão instalados na via, em especial voltados à segurança. “Colocaremos telas de proteção para impossibilitar a travessia de pedestres nas pistas, principalmente na altura dos bairros Ocian e Glória, Infelizmente, há pessoas que ignoram as passagens subterrâneas e insistem em arriscar a vida entre os automóveis”.

Última etapa - O trecho que encerra as obras da Via Expressa Sul tem cerca de 1.100 metros. Localiza-se no Bairro Mirim, entre a Curva do S, na Rodovia Padre Manuel da Nóbrega, e o antigo trevo do bairro. Ao longo do trecho e, principalmente, entre os dois acessos ao complexo administrativo, com 95 metros de extensão, foram lançados 45 mil metros cúbicos de aterro.

Segundo explicou o engenheiro Luiz Fernando Lopes, titular da secretaria de Obras Públicas, que projetou e executou a via, o volume de aterro corresponde a cerca de três mil viagens de caminhão tipo trucado, com capacidade para transportar até 15 metros cúbicos. Para a contenção dos taludes foram erguidos muros de 2,4 metros de altura nas duas margens.

O viaduto tem duas passagens para veículos com até 4,5 metros de altura (o que permite o tráfego de ônibus) e 9 metros de largura (passeio de 3,5 metros e pista com 5,5 metros), na altura das ruas José Borges Neto (Viaduto Jandira Torres) e Valter José Alves (Viaduto Oswaldo Massei). Há também passagem para pedestres na altura da Rua Rosa Marly de Souza com 4 metros de largura e 2,5 metros de altura, permitindo a travessia segura entre os bairros Mirim e Nova Mirim.

Complementam a obra duas alças de acesso na altura das ruas Padre Manuel da Nóbrega (ligação com a Avenida Roberto de Almeida Vinhas) e Avenida Júlio Prestes de Albuquerque (acesso à Avenida Ministro Marcos Freire).

“Finalizamos também a ciclovia. Restavam apenas pequenos trechos, com cerca de 5 metros cada um, localizados junto aos ramos de acesso à Avenida Roberto de Almeida Vinhas e Ministro Marcos Freire, já devidamente executados”, informou Lopes.

Entrega - A entrega oficial da Via Expressa Sul ocorre quinta-feira, às 18 horas, com carreata por toda sua extensão. A concentração dos veículos está marcada para a Rua Dorivaldo Francisco Loria, esquina com Avenida Roberto de Almeida Vinhas, no Bairro Mirim. A carreata segue no sentido Mirim-Boqueirão, ingressando nas Avenidas Costa e Silva, Castelo Branco (praia), até a altura da Igreja Matriz de Santo Antônio.