Via Expressa ganha 600 palmeiras

Jardim de 10 quilômetros envolve a estrada

Por João Carlos Miranda | 12/3/2007

A Via Expressa Sul, principal eixo de ligação entre os municípios da Baixada Santista e do Litoral Sul, agora está envolvida por um gramado de 10 quilômetros de extensão com 500 palmeiras imperiais e outras 100 da espécie Cariota mitis, popularmente chamada de espinha de peixe. O trabalho de arborização está sendo realizado pela Secretaria de Serviços Públicos (Sesurb).

“A presença de vegetação nas cidades é fundamental. Traz qualidade de vida a seus habitantes”, afirmou o chefe da Divisão de Praças e Áreas Verdes,, o arquiteto Marcelus Condé. “As árvores produzem sombra, amenizam a poluição sonora e a temperatura, liberam oxigênio na atmosfera, aumentam a umidade do ar e absorvem o gás carbônico. Só para entender melhor sua importância para nós, uma árvore isolada pode transpirar, em média, 400 litros de água por dia, produzindo um efeito refrescante, equivalente a cinco condicionadores de ar funcionando vinte horas por dia”.

Segundo Marcelus Condé, atualmente muito se discute o aquecimento do planeta, suas causas e como corrigir o problema. “Alguns fatores, como o crescimento das cidades e a degradação do meio ambiente estão provocando alterações climáticas. E entre as ações prejudiciais está a redução da vegetação. Praia Grande, apesar do intenso desenvolvimento urbano, é exemplo de recuperação ambiental, pois investe na criação de áreas verdes e na arborização da Cidade”, disse Condé.

Atualmente há 100 praças oficiais e 50 áreas verdes em Praia Grande. Condé citou como uma das ações efetivas da Prefeitura, nos últimos anos, a urbanização da orla da praia. Foram plantados cerca de 5 mil coqueiros ao longo de 22,5 quilômetros, além de vegetação rasteira e arbustos nos jardins. Também foram urbanizadas diversas praças e áreas públicas.

Atualmente, as espécies chapéu de sol (Terminalia captas) e fícus (Fícus benjamim) predominam na paisagem urbana de Praia Grande. Mas ambas são inadequadas para áreas urbanas. Possuem raízes superficiais, que prejudicam calçadas, muros e rede de drenagem. Também se destacam os milhares de coqueiros introduzidos na orla.

Projeto – O projeto de arborização do Município, em fase de elaboração pela Sesurb, prevê o plantio de mais de 20 mil árvores (com 3 metros de altura e 5 centímetros de tronco) de diversas espécies, nas principais vias. De acordo com Condé, além de contribuir para a melhoria da qualidade de vida, a execução do projeto auxiliará na conscientização da população sobre a importância da preservação de áreas verdes e da recuperação do meio ambiente. “Haverá distribuição de material educativo e produção e plantio de árvores em zona urbana, obedecendo a critérios técnicos e paisagísticos”. O plano deve estar disponível para execução ainda este ano.

“A arborização de uma cidade vai além do embelezamento e do bem-estar que as sombras proporcionam. Cria uma identidade para as ruas, mexe com a cadeia ecológica”, afirma Condé.

As espécies selecionadas são as seguintes (nome popular): aldrago, aroeira, aroeira mole, camboatá vermelho, chuva de ouro, canelinha, caroba, catuaba, falso-barbatimão, fedegoso, grandiuva, guabiju, guabiroba, ingá, ipê amarelo, ipê branco, ipê de jardim, ipê roxo, jasmim manga, leiteiro, magnólia, mamica de cadela, manacá da serra, mirindiba, oiti, pau brasil, pau formiga, pau viola, quaresmeira, sapucaia, sapucainha, sibipiruna, tarumã, canafistula, jacarandá mimosa, cássia rósea, flamboianzinho, flamboyant e palmeira imperial.

Benefícios – A arborização garante vários benefícios: purificação do ar pela fixação de poeiras e gases tóxicos e pela reciclagem de gases através dos mecanismos fotossintéticos; melhoria do microclima da cidade pela retenção da umidade do solo e do ar e pela geração de sombra, evitando que os raios solares incidam diretamente sobre as pessoas; diminuição da temperatura de 6º a 8º C, dependendo das espécies vegetais implantadas.

Também reduzem a velocidade do vento; influenciam no balanço hídrico, favorecendo infiltração da água no solo e provocando evapo-transpiração mais lenta; dão abrigo à fauna, propiciando uma variedade maior de espécies, conseqüentemente influenciando positivamente para um maior equilíbrio das cadeias alimentares e diminuição de pragas e agentes vetores de doenças.

Escolha - “A arborização urbana é uma atividade que mescla arte, ciência e tecnologia na busca de sensações visuais agradáveis, contornando problemas advindos da harmonização entre os elementos naturais (árvores) e os elementos construídos. O vegetal tem um papel definido na paisagem, semelhante a qualquer elemento construído, já que ele desempenha papel de tetos, paredes e pisos na composição do espaço”, explica o arquiteto Condé.

A arborização urbana, além de levar em conta detalhes como textura, cor e beleza, enfrenta outros problemas que exigem do técnico atenção redobrada, já que há muitas condições que devem ser atendidas simultaneamente. Os problemas ou condições mais comuns são substituição de árvores, levantamento de calçada e paredes, depredação, fenologia, combinação arquitetônica, fiação e espaço para arborização.

Para citar outras conseqüências do que a falta de critérios na escolha da espécie a ser plantada pode causar, basta dizer que as causas de interrupção de energia por causa de árvores chegam a 50% dos casos, em algumas cidades paulistas. As copas podem ainda reduzir o nível de iluminação em 71%, em função do plantio inadequado.

Para informações adicionais de como e qual espécie de árvore plantar em seu bairro, o interessado deve procurar a Divisão de Praças e Áreas Verdes da Sesurb, na Rua Paulo Sergio Garcia, s/nº, Bairro Sítio do Campo, junto à área de Lazer Ézio Dall’Acqua (Portinho). Funciona de segunda a sexta-feira, das 9 até 17 horas, telefone 3473-7571.

Fonte: http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/meio_ambiente/qualidade_ambiental/0023; http://www.aipa.org.br/viveiro-dicas.htm