Comunidade elogia serviço de castração
Veterinários voluntários atuam no bairro Melvi até o final de abril
Por Nádia Almeida | 15/3/2007

No bairro Melvi, a procura pela cirurgia de castração em cães e gatos é tão intensa que a Divisão de Controle de Zoonoses da Secretaria de Saúde Pública (Sesap) decidiu estender o período de atendimento até o final de abril. Desde 2005, o programa itinerante leva o serviço, até então disponível somente no Centro de Zoonoses do bairro Antártica, às comunidades mais distantes, num trabalho de parceria com voluntários protetores de animais e veterinários. A equipe visita um bairro a cada mês.
A iniciativa, que permitiu a realização de mais de 5 mil cirurgias só no ano passado, será tema de exposição do chefe da Divisão de Controle de Zoonoses, Ozório Gonçalves Júnior, durante o X Congresso e XXI Encontro de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo, esta semana, em Araraquara (SP). “Vários municípios se mostraram interessados”, destacou.
Para a voluntária Eliana Simões, além de uma questão de saúde pública, a esterilização é um ato humanitário porque evita sofrimento e abandono de filhotes indesejados. “A castração é a única maneira de conter o número elevado de cães e gatos na Cidade, mas, além disso, traz benefícios para os próprios animais, pois evita alguns tipos de câncer, doenças venéreas e até problemas decorrentes de partos sucessivos”, explica. “Com essa iniciativa já cobrimos uma série de bairros.”
Amor - Engajada na luta pela proteção dos animais, Eliana tem três cães de estimação, mas costuma resgatar animais abandonados nas ruas, tratá-los e oferecê-los em adoção. “Tem sempre hóspedes lá em casa”, brinca.
Quem geralmente procura o serviço de castração ama e zela por seus animais e coloca na prática a chamada “posse responsável”, como a dona-de-casa Cristiane Aparecida dos Santos, que levou o gato adotado ao posto para esterilizar. Moradora do Balneário Esmeralda, ela afirma que não teria recursos para a cirurgia se não fosse dessa forma. “Essa ação merece elogios”.
Dona de uma gata encontrada da rua, a costureira Marisa dos Santos está convencida de que castrar é a melhor alternativa para evitar proles. “Tem de cuidar do animal, não basta querer ter. A Mel apareceu na frente de casa uma semana antes do Natal, toda suja e com a pata quebrada. Cuidei, levei ao veterinário, mas não teria como fazer isso com muitos animais.”
Outra Mel, mas agora uma cadela, também encontrada na rua, foi abrigada pelo aposentado Arlindo Diniz Machado. “Temos de parar por aí porque não é brincadeira. Custa alto manter um animal. Procurei uma clínica veterinária para fazer a castração, mas me cobraram R$ 120,00. Ainda bem que existe esse serviço”, elogia.
Cirurgia - Mesmo conscientes da importância de evitar a reprodução, os donos ficam apreensivos durante a operação, que pode levar de 5 a 20 minutos, dependendo do tamanho do animal.
Entre olhares curiosos e feições preocupadas dos donos, que antes preenchem uma ficha, cães e gatos vão sendo chamados pelo nome e levados para a sala de cirurgia. Após a aplicação de anestesia geral (chamada dissociativa), inicia-se a raspagem dos pêlos antes da remoção de parte dos órgãos reprodutores (testículos, nos machos; útero e ovários, nas fêmeas). Com as incisões suturadas, os animais descansam até retomar os movimentos. São liberados a seguir, com prescrição de remédios.
Em alguns casos, os recém-operados podem ir andando para casa, mas a recomendação é levá-los no colo ou em carrinhos como forma de poupar esforços, já que a partir daí se inicia a etapa mais importante da castração: o pós-operatório.
Ainda no posto, os animais operados recebem uma dose de antibiótico, mas outros medicamentos são receitados, como analgésico e antiinflamatório, ministrados durante uma semana. De três a cinco dias, o animal – especialmente a fêmea – não poderá saltar ou correr porque os pontos internos poderão romper, causar hemorragia e óbito. Além de ficar preso para a completa recuperação, o animal deverá ter a alimentação controlada. Outras orientações são dadas aos donos sobre comportamentos normais nessa fase.
“Em três dias, minha gata estava boazinha”, conta a dona-de-casa Nair Camargo de Almeida, sobre a primeira vez que levou um animal para castrar na campanha itinerante. “Agora estou trazendo mais dois gatos.”
Agendamento - Os interessados devem se dirigir ao posto instalado no campo de futebol da Rua Heleni Rosa. A operação, que numa clínica particular pode ultrapassar R$ 200,00, sai a R$ 10,00, valor simbólico cobrado pelos veterinários apenas para cobrir parte das despesas com transporte e alimentação. O atendimento é feito às terças, quintas e sábados, das 8h30 às 15 horas, com agendamento prévio.
O Centro de Zoonoses, que oferece castração gratuita e animais para adoção, fica na Avenida Roberto de Almeida Vinhas, 3.839, bairro Antártica.
A iniciativa, que permitiu a realização de mais de 5 mil cirurgias só no ano passado, será tema de exposição do chefe da Divisão de Controle de Zoonoses, Ozório Gonçalves Júnior, durante o X Congresso e XXI Encontro de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo, esta semana, em Araraquara (SP). “Vários municípios se mostraram interessados”, destacou.
Para a voluntária Eliana Simões, além de uma questão de saúde pública, a esterilização é um ato humanitário porque evita sofrimento e abandono de filhotes indesejados. “A castração é a única maneira de conter o número elevado de cães e gatos na Cidade, mas, além disso, traz benefícios para os próprios animais, pois evita alguns tipos de câncer, doenças venéreas e até problemas decorrentes de partos sucessivos”, explica. “Com essa iniciativa já cobrimos uma série de bairros.”
Amor - Engajada na luta pela proteção dos animais, Eliana tem três cães de estimação, mas costuma resgatar animais abandonados nas ruas, tratá-los e oferecê-los em adoção. “Tem sempre hóspedes lá em casa”, brinca.
Quem geralmente procura o serviço de castração ama e zela por seus animais e coloca na prática a chamada “posse responsável”, como a dona-de-casa Cristiane Aparecida dos Santos, que levou o gato adotado ao posto para esterilizar. Moradora do Balneário Esmeralda, ela afirma que não teria recursos para a cirurgia se não fosse dessa forma. “Essa ação merece elogios”.
Dona de uma gata encontrada da rua, a costureira Marisa dos Santos está convencida de que castrar é a melhor alternativa para evitar proles. “Tem de cuidar do animal, não basta querer ter. A Mel apareceu na frente de casa uma semana antes do Natal, toda suja e com a pata quebrada. Cuidei, levei ao veterinário, mas não teria como fazer isso com muitos animais.”
Outra Mel, mas agora uma cadela, também encontrada na rua, foi abrigada pelo aposentado Arlindo Diniz Machado. “Temos de parar por aí porque não é brincadeira. Custa alto manter um animal. Procurei uma clínica veterinária para fazer a castração, mas me cobraram R$ 120,00. Ainda bem que existe esse serviço”, elogia.
Cirurgia - Mesmo conscientes da importância de evitar a reprodução, os donos ficam apreensivos durante a operação, que pode levar de 5 a 20 minutos, dependendo do tamanho do animal.
Entre olhares curiosos e feições preocupadas dos donos, que antes preenchem uma ficha, cães e gatos vão sendo chamados pelo nome e levados para a sala de cirurgia. Após a aplicação de anestesia geral (chamada dissociativa), inicia-se a raspagem dos pêlos antes da remoção de parte dos órgãos reprodutores (testículos, nos machos; útero e ovários, nas fêmeas). Com as incisões suturadas, os animais descansam até retomar os movimentos. São liberados a seguir, com prescrição de remédios.
Em alguns casos, os recém-operados podem ir andando para casa, mas a recomendação é levá-los no colo ou em carrinhos como forma de poupar esforços, já que a partir daí se inicia a etapa mais importante da castração: o pós-operatório.
Ainda no posto, os animais operados recebem uma dose de antibiótico, mas outros medicamentos são receitados, como analgésico e antiinflamatório, ministrados durante uma semana. De três a cinco dias, o animal – especialmente a fêmea – não poderá saltar ou correr porque os pontos internos poderão romper, causar hemorragia e óbito. Além de ficar preso para a completa recuperação, o animal deverá ter a alimentação controlada. Outras orientações são dadas aos donos sobre comportamentos normais nessa fase.
“Em três dias, minha gata estava boazinha”, conta a dona-de-casa Nair Camargo de Almeida, sobre a primeira vez que levou um animal para castrar na campanha itinerante. “Agora estou trazendo mais dois gatos.”
Agendamento - Os interessados devem se dirigir ao posto instalado no campo de futebol da Rua Heleni Rosa. A operação, que numa clínica particular pode ultrapassar R$ 200,00, sai a R$ 10,00, valor simbólico cobrado pelos veterinários apenas para cobrir parte das despesas com transporte e alimentação. O atendimento é feito às terças, quintas e sábados, das 8h30 às 15 horas, com agendamento prévio.
O Centro de Zoonoses, que oferece castração gratuita e animais para adoção, fica na Avenida Roberto de Almeida Vinhas, 3.839, bairro Antártica.