Hanseníase: diagnóstico precoce é fundamental
Se não for tratada, doença atinge nervos e pode causar amputação
Por Nádia Almeida | 11/6/2007
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Uma mancha na pele, facilmente confundida com micose, é o primeiro sinal de hanseníase, doença grave, infecto-contagiosa, que compromete nervos e pode levar à amputação de membros.
Aparentemente inofensiva, a mancha não coça, dói ou incomoda, podendo permanecer por muito tempo até que a pessoa resolva procurar assistência médica. Essa demora causa seqüelas irreversíveis; daí a importância do diagnóstico precoce. Provocada pelo Bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae), a hanseníase (no passado, conhecida como lepra) é curável, se tratada a tempo.
Em Praia Grande, o Centro de Referência em Atendimento à Tuberculose e Hanseníase (Crath), quer mobilizar equipes de saúde a detectar a doença em seu estágio inicial. No início deste mês, a responsável pelo setor de Dermatologia Sanitária, Regina Pita, promoveu treinamento para médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem. “Geralmente, a doença começa por uma forma única, indeterminada. Se a pessoa não trata, a doença polariza, muda, o bacilo cresce e pode tomar forma mais grave”, adverte.
Utilizando recursos audiovisuais e material explicativo, a médica falou sobre diagnóstico e tratamento dessa enfermidade, que ainda hoje é cercada de preconceito e desinformação. “Eles gostaram tanto que pediram o CD da aula para transmitir aos agentes de saúde e em reuniões que fazem com pacientes”, explica.
Para Regina Pita, o papel das Unidades de Saúde da Família (Usafas) é fundamental na luta contra a doença. “De 30% a 40% de nossos pacientes, em média, são encaminhados pelas Usafas”, cita. Embora o tratamento seja no Crath, Regina envia cópia dos resultados para ciência dos médicos das unidades. “Às vezes, esses pacientes têm outros problemas de saúde, como diabetes e hipertensão; por isso a importância de um médico informar a outro sobre a situação. Isso fica anexado nos prontuários no Crath e na Usafa.”
Estatísticas - Apesar de Praia Grande registrar 36 casos de pessoas em tratamento polioquimioterápico, a situação é preocupante porque o Brasil ocupa a segunda posição mundial no ranking da doença, perdendo apenas para a Índia, e lidera as Américas em incidência, como cita a médica. “Em razão disso, estamos sempre fazendo treinamentos e capacitações para que seja feito o diagnóstico precoce”, prossegue.
Regina Pita explica que é preciso evitar o avanço da doença para impedir as deformidades. “Quando há demora no diagnóstico, os pacientes vêm, às vezes, com deformidades importantes. Temos de evitar isso, treinando médicos e enfermeiras”, expõe. “O paciente chega com uma mancha que não coça, não dói, não tem suor, nem pêlo, e é dormente. Quando vem com essa queixa, em 90% dos casos é hanseníase. Infelizmente, pode-se achar que é um problema dermatológico ou outra doença. A hanseníase pode ser confundida com outras patologias, como micose, lúpus, líquen ou mancha de nascença.”
Poucas semanas após o tratamento, quando no estágio inicial, já é possível sentir os resultados positivos, como a cicatrização das feridas. “Recebemos o paciente no Crath, fazemos o diagnóstico da lesão, com biopsia e baciloscopia, todos os exames e começamos a tratá-lo. Dependendo do tipo, um mês de tratamento já elimina 99% dos bacilos”, observa. “O paciente comparece aqui todos os meses e recebe os remédios gratuitamente. Nunca falta medicação.”
Como se trata de uma doença infecto-contagiosa, o Crath solicita a presença dos familiares, que também são examinados e vacinados. “Há acompanhamento”. Regina Pita explica que o contágio acontece em contato direto e freqüente. “O paciente transmite, mas tem pessoas que não pegam, dependendo da imunidade.”
Aparentemente inofensiva, a mancha não coça, dói ou incomoda, podendo permanecer por muito tempo até que a pessoa resolva procurar assistência médica. Essa demora causa seqüelas irreversíveis; daí a importância do diagnóstico precoce. Provocada pelo Bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae), a hanseníase (no passado, conhecida como lepra) é curável, se tratada a tempo.
Em Praia Grande, o Centro de Referência em Atendimento à Tuberculose e Hanseníase (Crath), quer mobilizar equipes de saúde a detectar a doença em seu estágio inicial. No início deste mês, a responsável pelo setor de Dermatologia Sanitária, Regina Pita, promoveu treinamento para médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem. “Geralmente, a doença começa por uma forma única, indeterminada. Se a pessoa não trata, a doença polariza, muda, o bacilo cresce e pode tomar forma mais grave”, adverte.
Utilizando recursos audiovisuais e material explicativo, a médica falou sobre diagnóstico e tratamento dessa enfermidade, que ainda hoje é cercada de preconceito e desinformação. “Eles gostaram tanto que pediram o CD da aula para transmitir aos agentes de saúde e em reuniões que fazem com pacientes”, explica.
Para Regina Pita, o papel das Unidades de Saúde da Família (Usafas) é fundamental na luta contra a doença. “De 30% a 40% de nossos pacientes, em média, são encaminhados pelas Usafas”, cita. Embora o tratamento seja no Crath, Regina envia cópia dos resultados para ciência dos médicos das unidades. “Às vezes, esses pacientes têm outros problemas de saúde, como diabetes e hipertensão; por isso a importância de um médico informar a outro sobre a situação. Isso fica anexado nos prontuários no Crath e na Usafa.”
Estatísticas - Apesar de Praia Grande registrar 36 casos de pessoas em tratamento polioquimioterápico, a situação é preocupante porque o Brasil ocupa a segunda posição mundial no ranking da doença, perdendo apenas para a Índia, e lidera as Américas em incidência, como cita a médica. “Em razão disso, estamos sempre fazendo treinamentos e capacitações para que seja feito o diagnóstico precoce”, prossegue.
Regina Pita explica que é preciso evitar o avanço da doença para impedir as deformidades. “Quando há demora no diagnóstico, os pacientes vêm, às vezes, com deformidades importantes. Temos de evitar isso, treinando médicos e enfermeiras”, expõe. “O paciente chega com uma mancha que não coça, não dói, não tem suor, nem pêlo, e é dormente. Quando vem com essa queixa, em 90% dos casos é hanseníase. Infelizmente, pode-se achar que é um problema dermatológico ou outra doença. A hanseníase pode ser confundida com outras patologias, como micose, lúpus, líquen ou mancha de nascença.”
Poucas semanas após o tratamento, quando no estágio inicial, já é possível sentir os resultados positivos, como a cicatrização das feridas. “Recebemos o paciente no Crath, fazemos o diagnóstico da lesão, com biopsia e baciloscopia, todos os exames e começamos a tratá-lo. Dependendo do tipo, um mês de tratamento já elimina 99% dos bacilos”, observa. “O paciente comparece aqui todos os meses e recebe os remédios gratuitamente. Nunca falta medicação.”
Como se trata de uma doença infecto-contagiosa, o Crath solicita a presença dos familiares, que também são examinados e vacinados. “Há acompanhamento”. Regina Pita explica que o contágio acontece em contato direto e freqüente. “O paciente transmite, mas tem pessoas que não pegam, dependendo da imunidade.”