Gás com preço reduzido pode estar adulterado

“O barato sai caro”: botijão de 13 quilos pode ter até 70% de água e ar

Por Tatiana Giulietti | 13/6/2007

Quem recorre a promoções de revendedores clandestinos e compra botijão de gás com desconto de até 50% pode estar levando até 70% de água e ar para casa. O alerta é do chefe da Divisão de Receitas Mobiliárias, Ricardo Andrade, da Secretaria de Finanças de Praia Grande.

“Já flagramos um fraudador que adquiria um botijão de 13 quilos em uma revendedora autorizada e depois o utilizava para encher outros três recipientes; para alcançar o peso, completava os outros botijões com até 70% de água e ar”, informou Andrade.

O fato é irregular desde a venda, já que o local não possui laudo do Corpo de Bombeiros, responsável pela emissão do Auto de Vistoria. E se agrava por causa do manuseio do gás, feito com apetrechos não apropriados. “Nessa manipulação, qualquer faísca, mesmo de um isqueiro ou de um mau contato elétrico, pode causar desastre de proporção incalculável”, adverte Andrade.

Além do Auto de Vistoria, a comercialização do produto depende de autorização da ANP (Agência Nacional de Petróleo). A verificação de diversos itens deve obedecer ao decreto estadual 46.076/01 e à Instrução Técnica nº 28 de 2004 do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. Ela trata da manipulação, armazenamento, comercialização e utilização de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo).

Como reza o ditado, “o barato sai caro”. E muito, pois o botijão mais em conta tem, na maioria das vezes, apenas 50% do conteúdo correto. Esses botijões adulterados são vendidos a até R$ 24,00, quando a média de preço praticado pelas distribuidoras mais conhecidas gira em torno de R$ 33,00. Caso o consumidor desconfie de fraude, pode denunciar ligando para 3471-4074 ou 3496-2097.
A ANP dá algumas dicas para o consumidor:

- Só compre botijão de gás com nota fiscal contendo os dados da empresa revendedora;

- Acompanhe a instalação do produto;

- Verifique se o botijão não está enferrujado ou amassado;

- Verifique se o lacre não está frouxo, o que pode indicar sua remoção e recolocação;

- Verifique se há identificação na roupa do revendedor e no veículo (é obrigatório);

- Verifique se a marca da empresa está em alto relevo no próprio botijão, gravada no lacre e estampada no impresso de instruções de segurança que deve estar afixado no produto.

Estas e outras informações, tanto para o consumidor como para quem quer revender o produto, podem ser conferidas no endereço eletrônico da ANP (www.anp.gov.br) e também no site do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, www.polmil.sp.gov.br/ccb.